Com 51 deputados e seis senadores, PP apoiará governo Dilma


O presidente do Partido Progressista, senador Ciro Nogueira (PP-PI), anunciou nesta quarta-feira (6) que o partido permanecerá na base de apoio ao governo da presidente Dilma Rousseff, pelo menos, até a conclusão do processo na Câmara dos Deputados. Depois de PMDB e PT, o PP é o maior partido no Congresso com 57 parlamentares: 51 deputados e seis senadores.

O partido tinha nesta quarta-feira uma reunião do Diretório Nacional para decidir sobre a permanência no governo, mas, segundo Ciro Nogueira, os próprios parlamentares que pediram o encontro, desistiram da ideia. “Existia um documento assinado por 24 senadores e deputados pedindo o rompimento com o governo. Essa reunião estava marcada para as 14h, mas quando fizemos um levantamento preliminar dos 57 votantes mais de 40 queriam a permanecia do partido na base”, disse o senador com o documento que pede o cancelamento da reunião nas mãos.

O senador Ciro Nogueira disse que ainda não sabe se liberará a bancada para se posicionar como quiser na votação do impeachment e acrescentou que essa decisão ainda precisa ser discutida. “Não vou negar pra você que o partido tem uma grande parcela que vota pelo impeachment e essas pessoas têm que ser repeitadas. A direção partidária hoje tem a responsabilidade de estar ao lado da presidenta Dilma nesta base aliada. É uma situação que vai ser discutida nos próximos dias, mas a orientação partidária é estar ao lado da presidente neste momento.”

STF manda Câmara abrir processo de impeachment contra Temer


O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Marco Aurélio Mello, determinou que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), dê seguimento a um processo de impeachment contra o vice-presidente Michel Temer na Câmara e  forme uma Comissão Especial para tratar do caso. A decisão foi divulgada, nesta terça-feira, 5, pelo STF.

“Ante o quadro, defiro parcialmente a liminar para, afastando os efeitos do ato impugnado, determinar o seguimento da denúncia, vindo a desaguar na formação da Comissão Especial, a qual emitirá parecer”, diz a decisão.

A posição do ministro foi tomada em uma ação do advogado Mariel Marley Marra contra o presidente da Câmara dos Deputados que negou o seguimento do processo. No pedido, protocolado no dia 29, o advogado sustentou que Temer deveria ser incluído no processo de impeachment da presidenta Dilma Roussef por entender que há indícios de que o vice-presidente cometeu crimes de responsabilidade.

O ministro analisou a decisão tomada por Cunha com relação ao pedido. Para Marco Aurélio, de acordo com a legislação “cabe ao presidente [da Câmara] a análise formal da denúncia/requerimento. A ele não incumbe, substituindo-se ao colegiado, o exame de fundo”.

“Os documentos que instruem a peça primeira permitem concluir pelo desrespeito aos parâmetros relativos à atuação do presidente da Casa Legislativa, pois, embora tenha reconhecido, de maneira expressa, a regularidade formal da denúncia, procedeu o verdadeiro julgamento singular de mérito, no que consignou a ausência de crime de responsabilidade praticado pelo Vice-Presidente da República, desbordando até mesmo de simples apreciação de justa causa, presente a fundamentação e conclusão do ato impugnado”.

Imunidade

No texto, Marco Aurélio diz que a Constituição Federal faz “expressa referência ao julgamento do Vice-Presidente pelo cometimento de crime de responsabilidade, não sendo possível cogitar-se de imunidade em razão da ocupação, ainda que temporária, do posto de estatura maior”. O ministro diz, ainda, que a decisão não diz respeito ao vice-presidente, mas sim à ação do presidente da Câmara.

Ainda de acordo com a decisão, o ministro do STF entende que não cabe o pedido feito para a paralisação do processo já existente na Câmara contra a presidente da República. “Descabe agasalhar o pedido de paralisação do processo de impedimento da Presidente da República, cuja tramitação conta, a esta altura, com atos de instrução formalizados”.

Na última sexta-feira (1º), uma minuta do voto do ministro Marco Aurélio sobre o caso foi divulgada por equívoco pelo STF. Na ocasião, a assessoria de Comunicação do STF disse que se tratava de uma minuta do voto que não foi assinada pelo ministro e que foi divulgada por um erro de comunicação entre as áreas técnicas do tribunal.

Ontem (4), a Mesa Diretora  da Câmara enviou uma manifestação ao STF sobre a ação onde deixou claro que não aceita intervenção. Na petição, o advogado que representa a Câmara rebateu os argumentos apresentados na minuta.  Na petição, a Mesa justificou a decisão de Cunha, que negou seguimento ao pedido de abertura de processo de impeachment contra Temer.

Para a Câmara, além de se tratar de um pedido genérico, o Vice-Presidente não pode responder por crise de responsabilidade porque assume eventualmente a Presidência da República. Assim como a presidenta Dilma Rousseff, Temer é acusado de assinar decretos sem previsão orçamentária. Ambos afirmam que não houve irregularidade nos decretos.

Agência Brasil

Michel Temer deixa presidência do PMDB nacional; Jucá assume posto


O vice-presidente da República, Michel Temer, deixa nesta terça-feira (5), o cargo de presidente nacional do PMDB. Através da assessoria de imprensa do partido, Temer afirmou que vai se licenciar do cargo, que será assumido pelo atual primeiro-vice-presidente, senador Romero Jucá (RR).

Segundo o partido, o senador terá “melhores condições” de responder aos “ataques” que a sigla tem sofrido nos últimos dias.

Dilma se reúne com ministros para concluir mudanças


A presidente Dilma Rousseff inicia a semana com reuniões para tentar concluir as mudanças na Esplanada dos Ministérios após a saída do PMDB da base aliada.

Na agenda presidencial desta segunda-feira, dia 4, constam uma conversa pela manhã com o ministro Ricardo Berzoini (Secretaria de Governo) e outra à tarde com Jaques Wagner (Gabinete Pessoal da Presidência).

O PMDB rompeu com o Palácio do Planalto na terça-feira passada, dia 29, e decidiu entregar os cargos no Executivo. Mas seis dos sete ministros peemedebistas decidiram permanecer no governo.

A presidente já decidiu que nem todos ficarão nos cargos, mas ainda falta bater o martelo sobre como as pastas serão redistribuídas. A ideia é dar parte dos ministérios que estão com o PMDB a outros partidos, como o PP, PR e PSD, para garantir o os 172 votos necessários para barrar o impeachment na Câmara.

*Estadão Conteúdo

Dilma diz que não vai permitir que a democracia seja ‘manchada’


A presidente Dilma Rousseff voltou classificar a ameaça de impeachment contra ela como “golpe” e pediu aos presentes em uma cerimônia no Palácio do Planalto que se mantenham, segundo ela, vigilantes e ofereçam resistências às tendências antidemocráticas e provocações. “Precisamos nos manter vigilantes e oferecer resistência às tendências antidemocráticas. Oferecer resistência também às provocações”, disse. “Nós não defendemos a perseguição de qualquer autoridade, porque pensa assim ou assado. Nós não defendemos a violência; eles defendem, eles exercem a violência, nós não”, completou.

Após falar sobre reforma agrária e discriminação, temas de decretos assinados por ela no evento, Dilma afirmou que a construção de um País pacífico no convívio social é o princípio que permeia as ações do seu governo. Em seguida, disse que era importante a frase do ministro do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias, “não vai ter golpe, vai ter reforma agrária”, dita antes, e emendou: “o País deveria estar fazendo ações para crescimento econômico”.

Dilma retomou também a comparação entre o atual momento político com o da ditadura militar para alertar, segundo ela, para a ameaça à democracia. “Na ditadura a relação é de imposição e no arbítrio uns decidem por todos. Hoje Brasil tem aspectos da democracia ameaçados”, afirmou. “As regras do jogo não podem ser rompidas, porque tornam as relações das pessoas problematizadas. Não é democracia quando os direitos de alguns são atropelados pelo arbítrio de outros”, completou.

Segundo a presidente, a democracia desejada é a que respeita todas as religiões e pessoas, e que olhe para a reforma agrária como um processo que todos os brasileiros se beneficiam. “Mais oportunidade de mais cidadania exige democracia e nós não vamos permitir que nossa democracia seja manchada”, concluiu. Com informações do Estadão Conteúdo.

Dilma acusa governos anteriores de praticarem “pedaladas fiscais”


Durante cerimônia no Palácio do Planalto, realizada nesta quinta-feira (31), a presidente Dilma Rousseff (PT) acusou todos os governos antecessores de praticarem as chamadas “pedaladas fiscais”, um dos argumentos dos que pedem o seu impeachment.

“Meu impeachment baseado nisso [pedaladas fiscais] significaria que todos os governos anteriores ao meu teriam de ter sofrido impeachment porque todos eles, sem exceção, praticaram atos iguais ao que eu pratiquei. E sempre com respaldo legal”, disse Dilma.

Governo Dilma tem aprovação de apenas 10% da população; veja números


A nova pesquisa do Ibope, divulgada nesta quarta-feira (30), mostra dados catastróficos para o governo da presidente Dilma Rousseff (PT). Apenas 10% dos brasileiros avaliam a gestão petista como “ótimo ou bom”. Entretanto, a grande maioria (69%) acha o governo “ruim ou péssimo” e 19% acha “regular”.

Na última pesquisa do Ibope encomendada pela CNI, divulgada em dezembro do ano passado, 9% dos entrevistados aprovavam o governo (consideravam “ótimo” ou “bom”); 70% consideravam a gestão Dilma “ruim” ou “péssima”; e 20%, “regular”.

Além disso, 18% disseram confiar na presidente, enquanto 80% afirmaram não confiar, e 2% não souberam ou não responderam. Na comparação com o primeiro governo Dilma, 3% dos entrevistados consideram o segundo mandato dela “melhor”. Para 80%, a atual gestão é “pior” e 16% dizem ser “igual”.

O levantamento do Ibope, encomendado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), foi realizado entre os dias 17 e 20 deste mês e ouviu 2.002 pessoas, em 142 municípios. A margem de erro é de dois pontos para mais ou para menos. Segundo a CNI, a soma dos percentuais não iguala 100% em decorrência do arredondamento.

O nível de confiança da pesquisa, segundo a CNI, é de 95%, o que quer dizer que, se levarmos em conta a margem de erro de dois pontos, a probabilidade de o resultado retratar a realidade é de 95%.

A pesquisa também ouviu os eleitores sobre a opinião deles por área de atuação do governo. Veja os resultados:

Combate à fome e à pobreza
Aprovam: 29%
Desaprovam: 69%
Não souberam/Não responderam: 2%

Educação
Aprovam: 24%
Desaprovam: 74%
Não souberam/Não responderam: 2%

Meio Ambiente
Aprovam: 25%
Desaprovam: 68%
Não souberam/Não responderam: 7%

Saúde
Aprovam: 13%
Desaprovam: 87%
Não souberam/Não responderam: 1%

Segurança Pública
Aprovam: 14%
Desaprovam: 84%
Não souberam/Não responderam: 1%

Combate à inflação
Aprovam: 12%
Desaprovam: 86%
Não souberam/Não responderam: 3%

Combate ao desemprego
Aprovam: 12%
Desaprovam: 86%
Não souberam/Não responderam: 1%

Taxa de juros
Aprovam: 7%
Desaprovam: 90%
Não souberam/Não responderam: 3%

Impostos
Aprovam: 8%
Desaprovam: 91%
Não souberam/Não responderam: 1%

Ministros do PMDB desobedecem ordem e avisam que vão continuar no governo


Os ministros Kátia Abreu (Agricultura), Marcelo Castro (Saúde) e Celso Pansera (Ciência, Tecnologia e Inovação), todos do PMDB, anunciaram na tarde desta terça-feira (29) que não deixarão os cargos, mesmo após o diretório da legenda determinar que todos os ministros que ainda permanecem nos cargos devem entregá-los, bem como os filiados que ocupam cargos no Executivo federal, sob risco de sofrerem sanções caso não o façam, de acordo com o Jornal Nacional.

Segundo a Globo News, a ministra Kátia Abreu adiantou que não vai entregar o cargo e irá mudar de partido, provavelmente o PSD.

PMDB rompe oficialmente com o governo Dilma Rousseff


O Diretório Nacional do PMDB decidiu nesta terça-feira, 29, romper oficialmente com o governo da presidente Dilma Russeff. A decisão foi anunciada pelo senador Romero Jucá (RR), vice-presidente da legenda, que substituiu o presidente nacional do partido, Michel Temer, vice-presidente da República, que não foi a reunião. O PMDB também decidiu que os ministros do partido deverão deixar os cargos. Participaram da reunião mais de 100 membros do Diretório Nacional do PMDB.

Após a comemoração dos presentes, um grupo gritou, em coro, “Brasil, pra frente, Temer presidente” e Jucá enfatizou, “A partir de hoje, nessa reunião histórica para o PMDB, o PMDB se retira da base do governo da presidenta Dilma Rousseff e ninguém no país está autorizado a exercer qualquer cargo federal em nome do PMDB”.

O vice-presidente da República e presidente nacional do PMDB, Michel Temer, não participou da reunião que oficializou a ruptura com o governo.

Há a expectativa de que, diante da saída do principal sócio do PT no governo federal, outros partidos da base aliada também desembarquem da gestão petista.

Atualmente, o PMDB detém a maior bancada na Câmara, com 68 deputados federais. O apoio ao governo, porém, nunca foi unânime dentro da sigla e as críticas se intensificaram com a crise econômica e a deflagração do processo de afastamento da presidente da República.

Da Redação e Agências

Lava Jato: Moro envia lista da Odebrecht para o STF


O juiz federal Sérgio Moro, responsável pela Operação Lava Jato na primeira instância, enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) as investigações da 23ª e 26ª fases da Operação Lava Jato, batizadas de Acarajé e Xepa.

Segundo informações do G1, o juiz assinou o despacho com a decisão na manhã desta segunda-feira (28). Os documentos referentes a essas duas fases estão em sigilo.

A publicação destaca que entre os documentos que foram colocados sob sigilo estão planilhas encontradas na residência de Benedicto Barbosa da Silva Júnior, presidente da Construtora Norberto Odebrecht e apreendidas pela Polícia Federal.

Moro acredita que os documentos apontam pagamentos a autoridades com foro privilegiado. Segundo o juiz, é prematura qualquer conclusão sobre a natureza ilícita, ou não, dos pagamentos que fazem parte da planilha.