Tia Eron diz que participará da sessão do Conselho de Ética


Voto de minerva no processo contra o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) no Conselho de Ética, a deputada Tia Eron (PRB-BA) optou pelo isolamento nos últimos dias para não se expor à pressão. A parlamentar evitou o contato até com colegas de bancada e, com quem conversou, disse que participará nesta terça-feira, 14, da votação do parecer que pede a cassação de Cunha, mas não adiantou como votará.

Um dos poucos a conversar com a conselheira no fim de semana foi o deputado e pré-candidato à Prefeitura de São Paulo, Celso Russomanno (PRB-SP). Tia Eron voltou a reclamar da pressão, mas não quis revelar de quem partiam as ações e disse que se manteria reclusa até a votação. “O pessoal pega pesado”, resumiu Russomanno.

O pré-candidato fez questão de apontar as consequências políticas do voto para a carreira da deputada e enfatizou que o parecer do deputado Marcos Rogério (DEM-RO) não deixa dúvidas sobre a quebra de decoro parlamentar. “As provas são robustas”, repetiu Russomanno.

Quem procurou e não obteve retorno de Tia Eron foi o senador Marcelo Crivella (PRB-RJ), pré-candidato à Prefeitura do Rio de Janeiro. Crivella contou que preferiu procurá-la por e-mail e não por telefone para não pressioná-la ainda mais. “A gente não quer ser justiceiro, mas o fato é que não há defesa para o caso”, declarou.

O último contato de Crivella com Tia Eron aconteceu há mais de uma semana, quando a deputada disse ao colega de partido que estava consciente da situação. “A Eron votará de acordo com a posição dela”, afirmou à reportagem.

Com o comportamento da deputada nos últimos dias, hoje Crivella tem dúvidas se ela conseguirá votar contra Cunha, já que no passado a deputada admirava o desempenho do peemedebista à frente da Câmara. Ele não esconde que o voto de Tia Eron favorável a Cunha pode atrapalhar sua candidatura. “Ah, vai respingar. Meus adversários vão usar isso contra mim”, declarou.

A assessoria da deputada disse que ela chegou a Brasília hoje e que não vai antecipar seu voto. No fim de semana, Tia Eron evitou eventos públicos na Bahia e escolheu compromissos mais restritos para fugir das especulações sobre seu voto. Segundo auxiliares, as pressões do eleitorado não se restringem mais às redes sociais da parlamentar, mas também passaram a atingir as páginas oficiais do PRB.

*Estadão Conteúdo

Após criticar falta de mulheres no governo Temer, Luislinda é nomeada secretária


Quando o presidente interino Michel Temer (PMDB) anunciou sua equipe de governo, a desembargadora baiana aposentada e primeira juíza negra do Brasil, Luislinda Valois (PSDB), publicou em seu perfil na rede social Facebook uma crítica ao novo governo: “Mais uma vez temos no Brasil homens brancos comandando todos os segmentos da nossa sociedade. Negros/ índios/ mulheres etc. continuam sendo bons eleitores e excelentes contribuintes. Aos negros, acredito, não interessa o segundo patamar do governo. Somos competentes e por isso exigimos ministros negros e ministras negras”.

Um mês depois, a magistrada é nomeada secretária especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial no Ministério da Justiça e Cidadania. O ato administrativo foi publicado no Diário Oficial da União nesta segunda-feira (13), quando também foram oficializadas as nomeações do ex-assessor da presidente afastada Dilma Rousseff (PT), Giles de Azevedo, no cargo de assessor especial da Subchefia de Análise e Acompanhamento de Políticas Governamentais da Casa Civil da Presidência da República; e Erivaldo Oliveira da Silva para presidente da Fundação Cultural Palmares (FCP), entidade ligada ao Ministério da Cultura.

Bocão News

Cunha avisa a Temer que, se cair, levará com ele 150 deputados, senador e ministro


Afastado do mandato pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e alvo de processo de cassação no Conselho de Ética da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) enviou um recado duro ao presidente interino Michel Temer. De acordo com a Coluna do Estadão, o peemedebista avisou que, caso não seja salvo, enredará junto a ele outros “150 deputados federal, um senador e um ministro próximo ao interino.

Ainda de acordo com a publicação, alvo de pedidos incessantes para que renuncie à presidência da Câmara, Cunha responde com um palavrão e argumenta que, caso abdique da função, será preso.

*BN

Planalto e Centrão tiram apoio a mandato de Cunha


O deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) perdeu apoio do Palácio do Planalto, do PMDB e do Centrão (maior bloco parlamentar informal do Congresso) na luta para manter o mandato. Antes poderoso, o presidente afastado da Câmara está acuado por antigos aliados, que o pressionam para que renuncie ao cargo na direção da Casa, e pela Operação Lava Jato. Cunha vê a preservação do mandato como única forma de não ser preso – ele teme que seus processos sejam remetidos a primeira instância e fiquem sob cuidados do juiz Sérgio Moro.

Na semana passada, Cunha foi procurado por dois parlamentares do Centrão, grupo que ajudou a criar. Ambos o aconselharam a renunciar, pelo bem do governo do presidente em exercício Michel Temer. Cunha se descontrolou e, aos gritos, disse que jamais tomará essa atitude. A medida seria vista como sinal de enfraquecimento, e isso poderia tornar inevitável a cassação em plenário.

Na quinta-feira, dia em que a mulher dele, a jornalista Cláudia Cruz, virou ré na Lava Jato por decisão de Moro, o deputado mandou mensagens a integrantes do Centrão dizendo que não pode abrir mão do mandato porque o juiz federal promoveria um “cerco” a ele e a sua família.

A estratégia para tirar Cunha de cena vem sendo chamada nos bastidores do governo e do Congresso de “operação mão do gato”, numa dupla referência ao gesto do felino de bater e recolher o braço imediatamente e ao ato de agir sorrateiramente. O medo do PMDB e do Planalto é de que Cunha, num gesto de vingança, possa fazer acusações contra Temer e o partido. No Planalto, a avaliação é de que Cunha se tornou um fator que só atrapalha o governo.

Criador e criatura

No Centrão, a convicção é de que a “criatura se tornou maior do que o criador”, conforme a definição de um líder ao falar do grupo e de Cunha. O objetivo do bloco é manter o poder sobre o comando da Câmara e fazer o sucessor do presidente afastado da Casa.

Líderes do Centrão avaliam ser possível vencer a votação sobre o processo que pesa contra Cunha no Conselho de Ética da Câmara, prevista para amanhã, e aprovar uma pena mais branda, como suspensão por três meses. Para isso, contam com o voto da deputada Tia Eron (PRB-BA), que não assume publicamente a defesa da cassação do mandato.

No plenário, porém, o prognóstico é desfavorável ao peemedebista. Por isso, parte do Centrão vê como alternativa mais viável que o presidente afastado renuncie ao cargo – o gesto poderia convencer parlamentares a aceitarem a pena branda.

“Hoje a situação está muito difícil. Chegou a um ponto muito desgastante. Fica difícil apoiar”, afirma o líder do PR, Aelton Freitas (MG). Segundo ele, no plenário será muito difícil para os deputados que sustentam Cunha nos bastidores manter esse apoio, pois a votação será aberta.

Vice-líder do PMDB e membro da “tropa de choque” de Cunha, o deputado Carlos Marun (MS) admite que haverá votos contrários ao peemedebista até na bancada, mas avalia ser minoria. “Obviamente não é uma situação fácil, haja vista a pressão externa.”

No PP, o líder Aguinaldo Ribeiro (PB) apoia o presidente afastado da Câmara nos bastidores, mas já é pressionado por seus deputados por sua posição. “No momento em que o processo for à votação em plenário, a maioria do PP não vota com Cunha. A maioria não está com ele. O pessoal só não está manifestando isso em respeito ao líder”, disse o deputado Jerônimo Goergen (PP-RS), da bancada ruralista.

No plenário, bastam 257 votos para a cassação de Cunha ser aprovada. Hoje, nove partidos se declararam nesse sentido: PT, PC do B, PDT, Rede, PSOL, DEM, PSDB, PSB e PPS, que somam 218 deputados. O Centrão tem cerca de 220 parlamentares.

Além de articular a mudança no parecer do Conselho de Ética que pede sua cassação, Cunha atua na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) para mudar as regras de votação do relatório no plenário e, com isso, impedir que a recomendação por uma pena mais branda seja alterada para uma punição mais dura. O processo por quebra de decoro foi aberto há mais de 220 dias e tem como objeto a acusação de que Cunha mentiu ao afirmar na CPI da Petrobrás, em 2015, que não possuía contas secretas no exterior. Com informações do Estadão Conteúdo.

Palácio da Alvorada, Dilma trabalha para ter votos contra impeachment


Afastada do Palácio do Planalto, a presidente Dilma Rousseff transformou os 7,3 mil metros quadrados do Palácio da Alvorada em uma espécie de “bunker” nos seus primeiros 30 dias longe do poder.

Na sua residência oficial, desenhada por Oscar Niemeyer, a presidente conta com uma equipe de 35 pessoas, elabora estratégias para retornar ao comando do país, concede entrevistas e recebe os aliados que se mantiveram fiéis.

Segundo assessores, Dilma tenta manter uma rotina de trabalho semelhante aos tempos em que comandava o país que inclui: acordar por volta das 5h30, fazer o tradicional passeio matinal de bicicleta, tomar café da manhã e, por volta das 9h, vai para a biblioteca do palácio, que se tornou o seu “gabinete presidencial”.

Campanha de Marina teve caixa dois, diz Léo Pinheiro em delação


Uma das informações obtidas na delação premiada de Léo Pinheiro, presidente da OAS, está fazendo barulho por trazer à tona duas figuras que têm suas imagens ligadas às questões da ética e da sustentabilidade, uma, na política e a outra, no meio empresarial.

Pinheiro falou com os procuradores sobre o caixa dois que, segundo ele, alimentou a campanha de Marina Silva à Presidência em 2010. Pinheiro afirma que o pedido foi feito por Guilherme Leal, um dos donos da empresa Natura, candidato a vice-presidente de Marina naquela eleição.

Segundo o Globo, oficialmente, ou seja, no caixa um, o Tribunal Superior Eleitoral não tem registro de qualquer doação da empresa baiana para a campanha de Marina.

A ex-senadora e o ex-candidato a vice-presidente na chapa de Marina, negaram neste sábado (11) que a campanha de 2010 tenha recebido recursos ilícitos. Informações do Notícias ao Minuto.

Michel Temer não autoriza pagamento de hotel de Dilma em SP


O presidente interino Michel Temer não autorizou o pagamento da diária de Dilma Rousseff, presidente afastada, no hotel Renaissance, onde ela dormiu ontem (10), em São Paulo.

A hospedagem dos assessores, que dormiram em outro hotel, foi paga, mas a equipe foi informada que a diária da presidente não seria saldada.

Segundo a colunista Mônica Bergamo, o governo Temer não se pronunciou sobre o ocorrido.

A lista dos cortes de gastos envolvendo a presidente só aumenta. O governo interino já havia cortado voos de Dilma e reduzido despesas com alimentação do Palácio da Alvorada. Dilma Rousseff já havia, inclusive, cogitado viajar de voos comerciais, mas, temendo sua segurança, o Partido dos Trabalhadores (PT) pagou os custos de um jatinho numa viagem São Paulo-Campinas.

Dilma vem a Salvador receber título de cidadã baiana


A presidente afastada Dilma Rousseff (PT) virá a Salvador na próxima quinta-feira, 16, para participar de uma manifestação contra o presidente interino Michel Temer (PMDB).

O ato vai acontecer às 16h, no Terreiro de Jesus. Pela manhã, Dilma irá à Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA), receber o título de cidadã baiana, proposto pelos líderes dos partidos da base aliada do PT e aprovado pela Casa.

“Vamos fazer um ato político para mostrar à presidente que estamos com ela e manifestar que não aceitamos nem reconhecer o governo golpista de Michel Temer”, disse o presidente estadual do PT, Everaldo Anunciação.

Temer age com mesma autoridade de Fidel em Cuba, diz Lula


Em manifestação com milhares de pessoas na avenida Paulista, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta sexta (10), que o presidente da República em exercício, Michel Temer, não age como um presidente interino, mas sim com a mesma autoridade de Fidel Castro quando este tomou o poder em Cuba, em 1959.

“Mas o Fidel tinha feito uma revolução, o Temer chegou lá através de um golpe”, comparou o petista, que disse que a postura de Temer é um golpe no Senado, que deu a interinidade ao peemedebista. Para Lula, a postura de Temer no governo representa um golpe no Senado, que deu ao peemedebista a condição de presidente interino.

“Temer, você é educado, um constitucionalista, você sabe que não agiu corretamente assumindo a Presidência interinamente. Temer, por favor, permita que o povo retome o governo com Dilma e participe das eleições em 2018 para ver se você vai ser presidente”, afirmou o ex-presidente.

Lula afirmou ainda que não perdoa quando alguém tenta incriminá-lo. Para ele, as denúncias que surgem são, na verdade, uma tentativa de manchar a sua imagem. Sugeriu, em seguida, que isso fortalece a possibilidade de uma nova candidatura ao governo federal. “Quanto mais me provocam, mas corro o risco o de ser candidato a presidente em 2018”, declarou.

*Estadão Conteúdo

Divulgada contas de outros beneficiários de propina que pagou Cunha


A força-tarefa da Operação Lava Jato tem a lista de contas que receberam o valor restante da propina de US$ 10 milhões que teria sido paga no negócio de compra de um campo de exploração de petróleo em Benin, na África, em 2011 – negócio que teria gerado o repasse de US$ 1,5 milhão para o presidente afastado da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

São valores repassados pelo operador de propinas do PMDB João Augusto Henriques Rezende, por meio da conta nº 203217, em nome da offshore Acona International Investments Ltd, aberta em novembro de 2010 no Banco BSI, em Zurique, Suíça.

A conta foi aberta por João Henriques para receber a “comissão” de US$ 10 milhões do grupo português Lusitanea Petroleum, do empresário Idalécio de Oliveira. Ele vendeu o campo de exploração 4 de Benin para a Petrobras, em 2011 – por US$ 34 milhões – um negócio irregular que gerou prejuízos à estatal.

Em depoimento à Polícia Federal, no dia 25 de setembro, de 2015, João Henriques afirmou que “assim que concretizada a venda teve que abrir a conta Acona para receber a taxa de sucesso e, logo em seguida providenciou a distribuição para as pessoas que o ajudara nessa transação.”

A operação tinha por objetivo camuflar o início do pagamento da vantagem indevida ao denunciado João Henriques que, na sequência, destinaria os valores aos beneficiários finais por intermédio de outras operações de lavagem de capitais.

“Isso foi feito não só pelo uso de empresas de fachadas (offshores), sediadas em paraísos fiscais e sem atividade econômica real, mas também pela simulação de contrato de prestação de serviços”, informa relatório de análise produzido pela Procuradoria, em Curitiba.

No Relatório de Análise 116/2015, da Procuradoria Geral da República, foram destacados algumas contas em nomes de offshores que receberam repasses de João Henriques, via conta Acona, após pagamentos dos US$ 10 milhões da Lusitania Petroleum.

Uma delas de US$ 4,1 milhões para a conta da offshore Sandfield Consulting SA, aberta no Panamá, US$ 2 milhões para a Ample Power Limited, de Hong Kong, e US$ 1,7 milhão para a Stingdale Holdings Inc., entre outras.

A PGR busca agora em acordos de cooperação com outros países dados sobre os beneficiários dessas contas abastecidas pelo operador de propinas do PMDB, após receber comissão no negócio de entrada da Petrobras na exploração de petróleo em Benin. Com prejuízo ainda não calculado, a estatal abandonou o bloco 4 em junho de 2015 e pode arcar com prejuízos gerados pelo grupo português.

Tanto João Henriques como o empresário português Idalécio de Oliveira viraram réus junto com a mulher de Eduardo Cunha, a jornalista Cláudia Cruz, em ação penal aberta nesta quinta-feira, 9, pelo juiz federal Sérgio Moro. O operador do PMDB já está preso e condenado a seis anos e oito meses de prisão por corrupção, em outro processo de contrato de navio-sonda feito pela Diretoria Internacional.

*Estadão Conteúdo