Com a necessidade de conquistar votos para a aprovação da CPMF, em tramitação no Congresso, o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, não descartou a possibilidade de compartilhar, com Estados e municípios, os recursos arrecadados com a recriação do tributo. A informação foi dada pelo presidente do PSD, Guilherme Campos, ao Broadcast (serviço de notícias em tempo real da Agência Estado), depois de um encontro com o ministro.
Ainda durante a reunião, outra ideia que não foi descartada pelo ministro foi a de fixar um prazo para a vigência do imposto, disse Campos. Ele argumentou, contudo, que a dificuldade, neste momento, em aprovar um prazo de validade é a garantia de que o governo cumprirá o que for estipulado no Congresso. Antes de ser extinto, o imposto foi renovado por diversas vezes.
“A dificuldade é que no passado não foi assim”, ponderou o presidente do PSD, um dos partidos da base aliada. Em rápida reunião com a bancada do PSD nesta terça-feira (26), em seu gabinete, Barbosa não entrou em detalhes sobre como viabilizar essas possibilidades. De acordo com participantes da reunião, o clima do encontro foi de “retomada de trabalhos” após o recesso de fim de ano.
Entre os argumentos usados por Barbosa para que a recriação da CPMF seja aprovada, o ministro afirmou que a “CPMF é emergencial e pode viabilizar uma mudança de cenário num prazo mais curto”. O ministro disse ainda que, caso os parlamentares não aprovem a matéria, essa mudança de cenário aconteceria num prazo mais longo e com mais prejuízos ao País.
A bancada do PSD se reuniu com Barbosa para apresentar uma série de propostas para a retomada da economia. Entre elas, o partido pediu para que o governo concentre seu trabalho em medidas que tornem o Brasil mais competitivo no mercado nacional e internacional, realize uma reforma previdenciária e tributária e repense o pacto federativo.
Sobre um possível apoio à CPMF, Campos ressaltou que sempre foi contra a criação de novos impostos antes de uma reforma tributária, inclusive enquanto era deputado federal. “Mudar de lado tem que ter uma justificativa muito grande”, afirmou.