Hospital das Clínicas de Salvador será centro para diagnóstico da microcefalia


O Complexo Hospitalar Universitário Professor Edgard Santos, na Ufba, vai fazer parte do grupo de nove hospitais universitários do Nordeste que serão reconhecidos como centros de confirmação do Zika vírus e da microcefalia. Conhecido como Hospital das Clínicas, ele vai permitir a realização de todos os exames necessários e vai oferecer o diagnóstico no mesmo dia.

Segundo o jornal Correio, todas as unidades médicas que fazem parte do grupo vão adotar um padrão de atendimento único a partir de abril. A medida foi definida durante o I Fórum Regional dos Hospitais e Maternidades Ebserh no Nordeste.

A estimativa é que cada hospital possa realizar 480 atendimentos por mês. “Muitas pessoas têm dificuldade de se deslocar até o hospital diversas vezes; então, esse esforço conjunto vai facilitar e dar agilidade aos procedimentos”, afirmou José Eduardo Fogolin, coordenador de Gestão Clínica da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares. (BN)

H1N1 já matou duas pessoas na Bahia este ano; 10 casos foram registrados


H1N1 já matou duas pessoas na Bahia este ano; 10 casos foram registrados (Foto: EBC)

A influenza A (H1N1), um tipo de gripe, já matou duas pessoas na Bahia em 2016. A Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab) não soube precisar quando elas morreram. No total, dez casos já foram registrados este ano, todos em Salvador. Os dados são do último boletim, publicado na última quarta-feira (23).

O número já é bem maior que todo o ano passado. Segundo a Sesab, em 2015 houve apenas um caso notificado e nenhuma morte. A vítima, que não era moradora do estado, teria vindo de São Paulo.

Em São Paulo, capital, 8 pessoas já morreram e um total de 66 casos já foram registrados, apenas em 2016. Os gestores de saúde estão preocupados com um novo surto e solicitaram ao Ministério da Saúde uma antecipação da vacina para a cidade. O Ministério já atendeu a solicitação.

Vacina

A campanha de vacinação contra a gripe, incluindo a variedade H1N1, começa em todo o país no dia 30 de abril, terminando no dia 20 de maio. O primeiro dia da campanha é de mobilização nacional. “É o primeiro sábado. Todos os postos estarão abertos, além de instalarmos postos volantes em mercados, shoppings, pontos estratégicos”, conta Ramon Saavedra, coordenador de imunização da Sesab.

Apenas uma parte da população tem direito à vacina gratuita em postos de saúde. “O objetivo (da campanha) é evitar que haja mais internações ou óbitos por conta da gripe. A população alvo são aqueles grupos mais vulneraveis de ter um caso grave a partir da gripe”, explica Saavedra.

Os grupos citados pelo coordenador são crianças de 6 meses a 5 anos, idosos a partir de 60 anos, gestantes, mulheres que tiveram filhos até 45 dias, profissionais da saúde, portadores de doenças crônicas, indígenas e presos. “A meta é vacinar pelo menos 80% desse público. Isso significa em torno de 3 milhões de pessoas na Bahia”, afirma o coordenador.

*Correio

Hemóvel atende no Salvador Norte Shopping até a próxima sexta-feira


A Unidade móvel da Fundação de Hematologia e Hemoterapia da Bahia (Hemoba) estará presente a partir desta terça-feira (29) até a próxima sexta-feira (01), no Salvador Norte Shopping. A ação vai realizar coleta de sangue e cadastro de medula óssea das 8h às 17h, na entrada do acesso B do centro de compras.

Para ser um doador é necessário passar por uma triagem. Apresentar documento com foto, pesar acima de 50kg, estar descansado (ter dormido pelo menos seis horas), estar alimentado (evitar comidas gordurosas nas quatro horas que antecedem a doação), ter entre 16 e 69 anos de idade  e não ingerir bebida alcoólica 12 horas antes, são algumas das recomendações.

Empresas e países fazem ‘corrida’ para combater o vírus zika


Quase 70 anos depois de ter sido identificado na África, o vírus zika mobiliza de forma inédita a comunidade internacional em busca de uma solução. Esquecido por décadas, o vírus apenas passou a ser alvo de atenção depois dos casos de microcefalia no Brasil e diante da constatação da Organização Mundial da Saúde (OMS) de que até 4 milhões de pessoas poderiam ser afetadas apenas nas Américas em 2016.

Uma corrida foi lançada em institutos de pesquisa e em multinacionais em busca de novos produtos. Se durante anos os incentivos econômicos eram inexistentes para produzir alguma resposta, hoje as empresas sabem que quem chegar primeiro será amplamente recompensado por um mercado ávido por qualquer novidade no combate ao zika ou ao mosquito Aedes aegypti.

Documentos internos da OMS obtidos pelo Estado revelam a dimensão da corrida. No total, 96 companhias e institutos têm se lançado na busca por soluções para o vírus zika – 31 instrumentos de diagnósticos têm sido pesquisados, além de 27 vacinas, 8 produtos de terapia e 10 novos instrumentos de controle do vetor.

Levantamento da OMS mostra que a participação de países emergentes tem sido importante, ainda que limitada à busca por novas formas de controlar o mosquito. A pesquisa e o desenvolvimento de novos produtos estão concentrados nos países ricos.

Das 27 iniciativas de desenvolver uma vacina, apenas quatro estão em países em desenvolvimento. Com um custo que pode chegar a até US$ 500 milhões, a pesquisa nesse campo tem ocorrido principalmente nos Estados Unidos.

Governos europeus também já indicam que estão dispostos a investir. O comissário de Pesquisas da Comissão Europeia, Carlos Moedas, destinou 10 milhões para o projeto, além de 1,5 milhão do Reino Unido. “Se a relação entre a microcefalia e o vírus for provada, o dinheiro poderia ser usado para combater o zika e desenvolver novos produtos”, disse.

Disputa

Laboratórios, porém, estão enfrentando um grande problema: a falta de amostras para pesquisa, o que leva a suspeitas da existência de um mercado paralelo. “Há uma penúria de amostras”, disse ao Estado Marie Paul Kieny, vice-diretora da OMS.

Em fevereiro, o Conselho de Pesquisas Médicas da Índia pediu amostras para a OMS, indicando que estava com pesquisas avançadas para desenvolver um diagnóstico rápido. Precisava, porém, do material. Em Cingapura, o Instituto de Bioinformática também se queixa do problema. “Ter acesso às amostras e a informações é hoje o grande desafio”, diz Sebastian Maurer-Stroh, diretor do centro, que também tenta desenvolver novos produtos.

Marie Kieny, da OMS, diz não acreditar em contrabando. Mas fontes de alto escalão de duas instituições diferentes de pesquisas na América do Sul indicaram, na condição de anonimato, que a lei brasileira que impede que amostras do vírus zika sejam compartilhadas no exterior já estaria criando uma rede de contrabando, permitindo que amostras sejam levadas do País para outros centros de pesquisas pelo mundo.

Pelas regras, o Brasil impede qualquer tipo de envio de amostras de vírus para o exterior e o compartilhamento acontece apenas em casos específicos, com acordos preestabelecidos. O País, por exemplo, chegou a mandar amostras para a OMS. Além disso, o

Centro de Controle de Doenças (CDC) dos Estados Unidos enviou uma equipe para o Brasil e levou quatro amostras, todas testadas.

Para o presidente do Instituto Butantã, Jorge Kalil, o Brasil está disposto a colaborar. Mas sempre que puder ter um acordo claro de como o País vai ter uma participação nos lucros das futuras pesquisas no exterior. “Precisamos estar protegidos para evitar que, depois de colaborar, tenhamos de comprar o produto no futuro daquela entidade que usou nossas amostras”, afirmou Kalil.

“Precisamos fazer acordos de colaboração, e não apenas mandar amostras”, disse.

Queixa

Não seria a primeira vez que um país emergente acabaria tendo de comprar um remédio fabricado com base em material que forneceu. Há dez anos, a Indonésia abriu uma queixa formal ao se deparar com o fato de que estava sendo obrigada a comprar uma vacina de uma empresa que havia usado justamente suas amostras para chegar ao resultado. A ação dos asiáticos levou a OMS a formular uma nova regra para o compartilhamento de dados.

Margaret Chan, diretora-geral da OMS, já saiu em defesa do governo brasileiro. “O Brasil está disposto a compartilhar amostras com entidades, com a participação da OMS”, diz.

Enquanto uma solução não chega, os pesquisadores já começam a diversificar a busca pelas amostras. O próximo destino da ofensiva é a Colômbia, onde a OMS observa com cuidado para avaliar se existe uma explosão de casos de microcefalia.

*Estadão Conteúdo

EUA orientam infectadas pelo Zika a esperar ao menos 8 semanas para engravidar


As autoridades de saúde dos Estados Unidos orientam as mulheres infectadas com o vírus ZiKa a esperar pelo menos oito semanas, após o aparecimento da doença, para tentar engravidar.

O Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos recomenda ainda que os homens infectados com o vírus Zika ou com sintomas da doença não tenham relações sexuais sem uso de preservativo durante pelo menos seis meses. A Zika é uma doenças infecciosa transmitida pelo mosquito Aedes aegypti.

O organismo recomenda os mesmos períodos de tempo de prevenção para os casais sexualmente ativos que não estão tentando ter um filho.

Essa orientações têm por base o período mais longo de resistência do vírus conhecido até agora, multiplicado por três.

O Zika foi detetado no sêmen de um homem 62 dias após os primeiros sintomas, segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças.

Os homens com parceiras sexuais grávidas são aconselhados a usar preservativos em caso de sexo vaginal, anal e oral ou a se abster de sexo durante toda a gravidez.

O vírus Zika tem sido relacionado ao nascimento de bebês com microcefalia.

O Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos registrou seis casos de transmissão sexual do Zika por homens que haviam sido infectados durante viagens a países da América Latina.

*Agência Brasil

Vírus da zika chegou ao Brasil na Copa das Confederações de 2013, aponta estudo


A zika não chegou ao Brasil na Copa do Mundo de 2014, nem em uma competição de canoagem realizada no Rio de Janeiro em agosto daquele ano, como se pensava. O vírus veio de avião e desembarcou em solo brasileiro em algum momento entre maio e dezembro de 2013 – possivelmente durante a Copa das Confederações -, segundo um novo estudo publicado nesta quinta, 24, na revista Science.

Para chegar a essa conclusão, um grupo de cientistas do Brasil, dos Estados Unidos e da Inglaterra comparou sete sequenciamentos do genoma do vírus circulante no Brasil, a partir de amostras de diferentes perfis. Conforme mostrou o jornal O Estado de S.Paulo em reportagem publicada no domingo, 20, a comunidade científica internacional está organizando uma força-tarefa para obter o maior número possível de sequenciamentos do genoma vírus zika a partir de amostras variadas. A nova pesquisa é o primeiro resultado desse esforço coletivo global.

O grupo, liderado pelo virologista Pedro Vasconcelos, diretor do Instituto Evandro Chagas, analisou amostras coletadas, em diferentes Estados, de pacientes com diferentes quadros clínicos de zika: quatro pacientes que foram infectados sem maiores consequências, um paciente que recebeu sangue contaminado em uma transfusão, um caso de morte de um paciente com lupus e um bebê que nasceu com microcefalia e malformações congênitas.

De acordo com Vasconcelos, foi encontrada pouquíssima variabilidade genética entre essas várias cepas. “Isso indica que o zika foi trazido ao Brasil em uma única leva. É fortemente provável que o vírus tenha chegado ao Brasil durante a Copa das Confederações, que aconteceu entre junho e julho de 2013. Esse período se encaixa no intervalo de confiança determinado por nossos resultados, além de coincidir com o auge da epidemia na Polinésia Francesa”, disse Vasconcelos ao Estado.

Os dados filogenéticos obtidos pelo grupo de cientistas foram cruzados com dados epidemiológicos e com informações de viagens a partir de países que tiveram surtos a partir de 2012. Com isso, os pesquisadores constataram que a chegada do vírus coincidiu com um aumento de mais de 50% nas viagens feitas dos focos de epidemias para o Brasil, saltando de 3.775 por mês no começo de 2013 para 5.754 um ano depois.

“O aumento de viajantes daquela área foi muito considerável, principalmente porque a Copa das Confederações teve a participação da seleção do Taiti, que fica na Polinésia Francesa, que atraiu turistas daquela área. O time jogou em Belo Horizonte, no Rio de Janeiro e em Recife. Coincidentemente, foi em Recife que tivemos o maior número de casos de zika e também de microcefalia”, afirmou Vasconcelos.

Embora tenha chegado ao Brasil entre maio e dezembro de 2013, casos de zika só foram detectados no País a partir de maio de 2015. Para Vasconcelos, a demora para a detecção provavelmente foi decorente de diagnósticos errados.

“Para entender essa demora basta lembrar que a dengue a chikungunya têm um quadro clínico muito parecido com o da zika e a maior parte dos pacientes não fazem exames. Por mais de um ano, a zika deve ter avançado por vários estados enquanto era diagnosticada clinicamente como dengue ou chikungunya”, declarou.

Segundo o cientista, o vírus circulante no Brasil é geneticamente idêntico ao que causou epidemias nas ilhas do Pacífico em 2013 e 2014. Para Vasconcelos, não restam dúvidas de que o zika veio para o território brasileiro a partir da Polinésia Francesa – único outro país onde foi registrado aumento dos casos de microcefalia.

“A genética do vírus, a coerência temporal da dispersão pelas ilhas do Pacífico, do evento esportivo e do aumento do fluxo aéreo são fatores que, somados, dão uma força muito grande aos achados. Não se trata mais apenas de uma hipótese”, disse Vasconcelos.

Embora tenha desvendado a trajetória do vírus no espaço e no tempo, o estudo ainda não estabeleceu a relação causal entre a zika e a microcefalia. A análise do genoma do vírus extraído do bebê com microcefalia revelou oito mudanças em aminoácidos que compõem o código genético viral. Mas essas mutações são “sinônimas”, isto é, não alteram a estrutura das proteínas responsáveis pela patogenia do vírus.

“Para confirmar se essas mutações têm relação com a ocorrência de casos de microcefalia será preciso fazer estudos em modelos experimentais, comparando o genoma de uma cepa que tenha essas mutações a outra que não as tenha”, explicou Vasconcelos.

Segundo o cientista, o estudo tem limitações por comparar apenas sete sequenciamentos. “Ainda temos poucas amostras. Com elas, conseguimos desvendar a origem e o período de introdução do vírus. Mas todos os sequenciamentos estão disponíveis para estudos de outros pesquisadores, que poderão estudar se as mutações descobertas são suficientes para causar os problemas de má formação congênica”, afirmou.

De acordo com Vasconcelos, quanto mais cepas variadas do zika forem sequenciadas, melhor será a compreensão sobre a virulência do vírus. “Os dados genômicos também abrem perspectivas para o desenvolvimento de novos métodos diagnósticos, para a modelagem de novas drogas e para a produção de vacinas.”

 

*Estadão Conteúdo

Médicos de todo o país devem pedir exames de DSTs aos pacientes


Médicos devem orientar seus pacientes a fazer exames de diagnóstico de sífilis, HIV e hepatites B e C, segundo recomendação do Conselho Federal de Medicina (CFM), enviada na terça-feira, 15, para publicação.

A forma de aplicação da medida será definida por profissional. “Não é nada compulsório”, afirmou o professor de Infectologia da Universidade Federal de Medicina de Minas Gerais (UFMG), Dirceu Greco, integrante da câmara técnica do CFM responsável pela edição da medida.

“Mas é uma oportunidade de ouro para se quebrar o gelo, discutir o assunto e tentar ampliar o número de diagnósticos”, completou o professor de infectologia. A recomendação é dirigida para todos os profissionais, independentemente da especialidade ou do perfil do paciente.

Risco

O CFM afirma que o ideal é a realização dos exames uma vez na vida ou quando há situações de risco – relações sexuais desprotegidas mantidas com um parceiro que não se conhece a situação sorológica. Greco avalia que uma das vantagens da medida é trazer para o consultório o tema da vida sexual. “Médicos perguntam sobre a dieta, fazem recomendações gerais sobre peso, sobre colesterol ou atividades físicas. Mas poucos tocam no assunto da vida sexual”, disse.

Greco afirma que o impacto que a recomendação trará para custos de saúde, sejam públicos ou do sistema suplementar, é muito pequeno, quando comparado com as vantagens. “Há ainda uma parcela da população que não sabe se é portadora dessas doenças”, disse. “Ao saber da condição, o paciente pode ter acesso mais rapidamente a tratamentos, algo que pode ajudar em muito a reduzir custos.”

De acordo com ele, a recomendação terá também um papel muito importante na prevenção dessas doenças. “Ao se falar sobre testes, profissionais podem abordar a forma de prevenção da doença, algo que não tem preço”, disse.

Em 2014, foram registrados 39.951 casos de aids no País. O número é inferior ao que havia sido identificado em 2013, quando 41.814 foram relatados. Apesar disso, especialistas chamam a atenção para o avanço da epidemia nas faixas mais novas da população, sobretudo entre pessoas com idade entre 15 e 24 anos.

Sífilis

No caso de sífilis, somente são notificados de forma compulsória casos registrados entre gestantes e bebês. O número de infecções transmitidas durante a gestação para o bebê aumentou de forma expressiva nos últimos anos. Entre 1998 e 2014, foram notificados 104.853 casos em menores de 1 ano.

O departamento de DST/Aids do Ministério da Saúde chegou a projetar 41.752 casos de gestantes com sífilis neste ano e 22.518 casos em recém-nascidos, caso a tendência de crescimento persista.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Comissão Europeia investe 10 milhões de euros em estudos sobre Zika


Os estudos sobre o vírus Zika, que afeta várias regiões da América Latina, inclusive o Brasil, receberam um financiamento de 10 milhões de euros, nesta terça-feira (15), da Comissão Europeia. O investimento vem do programa Horizonte 2020. A verba é direcionada aos projetos que investigam a ligação entre o vírus e a microcefalia, por exemplo.

Os investigadores poderão ainda desenvolver instrumentos de diagnóstico e analisar possíveis tratamentos e vacinas. O ministro da Ciência e da Tecnologia brasileiro, Celso Pansera, afirmou que “a parceria com a União Europeia na investigação sobre o vírus Zika será muito importante para ajudar os investigadores brasileiros a lutar com as doenças epidémicas que afetam o país”.

Projeto de Lei prevê aumento de pena para aborto em caso de microcefalia


O deputado federal Anderson Ferreira (PR-PE) apresentou um projeto que aumenta a pena no caso de aborto cometido em razão da microcefalia ou outra anomalia do feto.

O Projeto de Lei 4.396/2016, que altera o artigo 127 do Código Penal, prevê o aumento da pena em um terço até a metade quando o aborto for cometido em razão da patologia – que suspeita-se ser ocasionada pelo vírus Zika, transmitido pelo mosquito Aedes Aegypti – provocado ou consentido pela própria gestante ou por terceiros, com ou sem o aval da mulher.

A apresentação do projeto, segundo Ferreira, é uma reação “à tentativa de um movimento feminista, que quer se aproveitar de um momento dramático e de pânico das famílias, para retomar a defesa do aborto em nosso país”.

“Aborto livre de estigma”

Um grupo composto por advogados, acadêmicos e ativistas prepara uma ação, a ser entregue ao Supremo Tribunal Federal (STF), que cobra o direito de a mulher de interromper a gravidez em casos de infecção pelo vírus Zika.

“O que queremos garantir é que haja o acesso ao aborto livre de estigma, combinado ao acesso à informação sobre a infecção e a epidemia, para que as mulheres possam tomar a melhor decisão para si”, disse a antropóloga e pesquisadora Debora Diniz, que está à frente do trabalho.

*Varela Notícias

Saneamento deve melhorar para combater zika, diz ONU


Para combater o zika, o Brasil e outros países latino-americanos terão de melhorar o serviço de saneamento básico. É o que aponta um alerta emitido ontem pela Organização das Nações Unidas (ONU).

“Enquanto o mundo procura soluções de alta tecnologia para combater o vírus, não devemos esquecer o péssimo estado do acesso à água e ao saneamento para as populações desfavorecidas”, disse o relator das Nações Unidas para o Direito Humano à Água, o brasileiro Léo Heller.

“Podemos criar mosquitos estéreis ou utilizar ferramentas da internet para mapear dados dos vários quadrantes do mundo, mas não devemos esquecer que, atualmente, há 100 milhões de pessoas na América Latina que ainda carecem de acesso a sistemas de saneamento higiênicos e 70 milhões de pessoas que não têm água encanada em seus terrenos ou dentro de suas residências”, indicou.

Para ele, “há um forte vínculo entre sistemas de saneamento deficientes e o surto atual do zika, bem como de dengue, febre amarela e chikungunya, sendo todos eles transmitidos por mosquitos. “A maneira mais efetiva de enfrentar esse problema é melhorar esses serviços”, afirmou.

Para Heller, nem todos na América Latina tem acesso ao abastecimento de água e 3 milhões de pessoas ainda defecam a céu aberto na região. O impacto da falta de estrutura também leva à proliferação do mosquito Aedes aegypti, responsável pelo zika e pela dengue.

“Quando as pessoas têm condições de vida e de moradia inadequadas e não têm acesso a serviços bem geridos de abastecimento de água, elas tendem a armazenar água de maneira insegura, favorecendo a propagação de mosquitos,” observou o especialista das Nações Unidas sobre moradia adequada, Leilani Farha. “Além disso, os sistemas precários de esgotos, nos quais o esgoto escorre em canais abertas e é disposto em fossas inadequadas, resultam em água estagnada – a condição perfeita para a proliferação de mosquitos”, alertou.

“Podemos criar mosquitos estéreis ou utilizar ferramentas da internet para mapear dados dos vários quadrantes do mundo, mas não devemos esquecer que, atualmente, há 100 milhões de pessoas na América Latina que ainda carecem de acesso a sistemas de saneamento higiênicos e 70 milhões de pessoas que não têm água encanada em seus terrenos ou dentro de suas residências”, indicou. Para ele, “há um forte vínculo entre sistemas de saneamento deficientes e o surto atual do zika, bem como de dengue, febre amarela e chikungunya, sendo todos eles transmitidos por mosquitos. “A maneira mais efetiva de enfrentar esse problema é melhorar esses serviços”, afirmou.

Na avaliação dos especialistas da ONU, “são os mais pobres e marginalizados que sofrem de maneira desproporcional pela carga adicional do zika vírus”.  “Os governos dessa região devem acelerar a melhoria das condições relativas à água e ao saneamento, particularmente para as populações mais vulneráveis, sendo que assim se salvarão vidas diante do desenvolvimento dessa crise mundial”, completou Heller.

*Estadão Conteúdo