Terminou por volta das 13h desta segunda-feira, 22, a reunião entre o sindicato dos Rodoviários e o representante dos empresários dos ônibus em Salvador e, mais uma vez, sem conclusão. O encontro mediado pela Superintendência Regional do Trabalho (SRT-BA), no Comércio, foi reagendado para às 11h desta terça-feira, 23. Enquanto isso, segundo a entidade sindical, a greve está mantida por tempo indeterminado, caso as negociações continuem sem avançar.
A categoria ainda espera que a justiça possa determinar que 30% da frota atenda a população soteropolitana na próxima quinta, 26, em caso de greve. A decisão pode sair, após um pedido dos empresários. O sindicato garantiu que aceitará, mas com uma condição. “A gente topa 30% da frota, mas com catraca livre. Estamos preparados para a greve, a superintendente colocou a contraproposta dos empresários que empurra os rodoviários para uma greve. Deve ser a maior greve dos últimos tempos, por tempo indeterminado. Certamente, isso tudo deve passar pelo judiciário, que deve estar acompanhando através das atas, que tentamos de todos os jeitos evitar uma greve”, reforçou Fábio Primo, presidente do Sindicato dos Rodoviários da Bahia, ao Portal A TARDE.
Durante a reunião desta manhã, o representante dos empresários chegou a apresentar uma proposta de reajuste salarial de 1,98%, contudo, o sindicato dos Rodoviários afirma que a porcentagem está bem abaixo do que foi solicitado, de 9%, e por isso, não foi fechado um acordo. “A proposta não nos atende. Não aceitamos. Deixamos bem claro na nossa ata”, complementou o dirigente sindical.
Segundo a superintendente regional do Trabalho, responsável por mediar a negociação entre as partes, Fátima Freire, a primeira proposta apresentada pelos empregadores foi a do reajuste. “Com relação aos outros itens, o sindicato patronal informou que não vai, neste momento, se posicionar”. Ao todo, nove tópicos foram discutidos no encontro.
Jorge Castro, diretor do Setps e representante da categoria empresarial, confirmou ao Portal A TARDE que vai pedir ao Tribunal de Justiça, 30% da frota nas ruas, caso ocorra greve. “É um direito constitucional. Não podemos punir trabalhador por causa de greve. Inclusive, é proibido qualquer tipo de pressão patronal, sob a greve. Isso não vamos fazer jamais, mas vamos pedir a frota mínima ao tribunal, aí sim. Se o tribunal determinar a frota mínima, todos os trabalhadores precisam cumprir. Se não forem, serão punidos, mas por estarem descumprindo a lei judicial”.
“Entre os pontos, o de aumentar o ticket [alimentação], é inviável, impossível de conceder. A compensação já está prevista em Lei. Se permite que com 30 dias seja direto com o trabalhador, 60 dias, com acordo individual e foi isso que fizemos na convenção há três anos. Nós temos espelho de ponto, não somos irresponsáveis”, complementou o representante dos empresários.
A reunião de negociação começou às 11h e esta já é a terceira entre os patrões e os trabalhadores. Só na última semana, foram dois encontros. Um na terça-feira, 16, e uma na sexta-feira, 19, sendo que esta última, resultou no anúncio da greve por parte dos rodoviários, após as partes não chegarem em um consenso, mais uma vez.