Prefeitura descarta mais de uma tonelada de itens da merenda escolar em Valença; caso será investigado


O descarte de mais de uma tonelada de alimentos da merenda escolar do município de Valença, no baixo sul da Bahia, é alvo de investigação na Câmara Municipal. O caso veio à tona após um relatório produzido pelo Conselho da Alimentação Escolar (CAE) vazar e ser divulgado pela imprensa local. De acordo com o documento, 807 quilos de frango congelado foram perdidos, quando deveriam estar à disposição dos alunos nas escolas da rede municipal.

Ainda integram a lista de itens inutilizados, 321 quilos de arroz; 60 quilos de feijão; 35,5 quilos de milho de pipoca; 78 litros de azeite; 180 pacotes de macarrão e 49 pacotes de beiju. Todos estes produtos tiveram o prazo de validade vencido. O relatório do CAE não informa o local onde o material foi descartado.

O caso é apurado pela Comissão de Educação e Cultura da Câmara Municipal de Valença. Segundo o relator do colegiado, vereador Adailton Francisco (PT), o caso poderá será denunciado ao Ministério Público Estadual (MP-BA). “A Comissão de Educação está acompanhando e a partir das informações que a prefeitura passar pra gente,  caso não provem o contrário, nós vamos apresentar uma denúncia ao Ministério Público”, garantiu Francisco ao BNews.

A perda dos alimentos teria sido provocada por conta de um defeito na câmara fria do depósito do Município. Porém, para não atribuir diretamente o erro à empresa responsável pelo equipamento, o secretário municipal de Educação, Daniel Reis, diz que a gestão abriu sindicância para investigar se o problema que provocou a perda dos alimentos foi causado por falha humana ou mecânica.

Em entrevista, o titular da pasta afirmou que os alimentos perdidos foram adquiridos com recursos próprios e não com verba federal, como foi noticiado. “Todo procedimento que o Cecane, que é um órgão do Governo Federal ligado à Ufba (Universidade Federal da Bahia), passou pra gente foi feito. Quando o problema ocorreu, procurei me informar sobre o procedimento necessário, de levar ao CAE e entrar com uma ação para que houvesse o ressarcimento”, disse, creditando o alcance do caso a questões políticas.

O secretário garantiu que o funcionamento das escolas não foi afetado. O valor total do prejuízo não foi informado.