Estudo revela que fungos e bactérias são encontrados em chupetas, mamadeiras e escovas novas


Um estudo realizado a cidade de Campinas, em São Paulo, revelou que escovas de dente de crianças e chupetas novas, recém-compradas, podem estar contaminadas com mais de 720 milhões de fungos e bactérias. Os riscos chegam a supera os dos itens usados e higienizados em casa.

A análise foi feita pela Faculdade de Biomedicina da Devry Metrocamp e também incluiu bicos de mamadeira, garrafinhas tipo squeeze de crianças e aqueles “cheirinhos” (paninhos ou bichinhos de pelúcia) que os pequenos usam.

Ao site G1, a doutora em microbiologia pela Unicamp, Rosa Siqueira, alertou sobre o risco de infecções de garganta, intestino, urina mucosa, pele, além de diarreia, febre, dores abdominais, gengivite, cárie, otite e até pneumonia. Ao todo, 44 escovas de dente de marcas diversas foram analisadas.

Entre os 20 modelos novos, foram encontradas contaminação em 77% delas, chegando à marca de 250 milhões de micro-organismos. As 24 escovas de dente já usadas pertenceram a nove crianças com idades entre 4 e 10 anos , e foram estudadas após períodos e situações diferentes de uso.

Em um mês, parte delas foi higienizada com enxaguante bucal à base de clorexidina (antisséptico químico, com ação antifúngica e bactericida), outra parte com enxaguante bucal comum e uma terceira parte não foi higienizada. Com exceção das escovas expostas à clorexidina, as demais tiveram contaminação inclusive por bactérias mais temidas, como a Klebsiella pneumoniae, que possui tipos considerados superbactérias multirresistentes a antibióticos.

Outros contaminantes foram Pseudomonas aeruginosa, uma bactéria oportunista que causa infecções; e E. Coli, indicadora da falta de higiene. Segundo a pesquisadora, é preciso ferver os objetos após o uso, pois os fungos e bactérias não resistem às altas temperaturas. A clorexidina pode ser usada como opção à fervura, de preferência diariamente.

As chupetas foram apontadas como vilãs no estudo. A pesquisa analisou 24 tipos e marcas de chupetas. Nas chupetas usadas por bebês e higienizadas com frequência, havia mais de 100 mil micro-organismos. Foram encontrados E. Coli, bactéria proveniente do intestino, Staphylococus aureus, a Candida albicans, que também faz parte da microbiota, a Klebsiella pneumoniae e a Acinetobacter, uma bactéria oportunista que pode causar bronquite, pneumonia e infecção urinária.

Bicos de mamadeiras também apresentaram contaminação com mais de 100 mil fungos e bactérias. A pesquisadora reforça a importância de ferver esses objetos também. A especialista ressalta, ainda, que as mamadeiras usadas não devem demorar muito para serem lavadas, pois o resíduo do leite permite a alta proliferação de bactérias. Já os ‘cheirinhos’ analisados apresentaram 32 mil micro-organismos.