Denúncia: Após vídeo que mostra degradação de rio na região da Pitanguinha, em Simões Filho, radialista cobra investimento do PAC


O município de Simões Filho, à 22 Km da capital baiana, neste sábado (19), foi alvo de uma grave denúncia relacionada ao descaso ambiental e degradação de um rio que teria recebido em 2008, investimento de R$ 19,6 milhões do Programa de Aceleração do Crescimento, na área de saneamento, através, do Ministério das Cidades para resolver o saneamento e desocupação às margens do rio da região da Pitanguinha, mas atualmente silenciosamente a sua biodiversidade agoniza com a falta de providências.

Neste sábado (19), mais uma vez a família “Bike Clube”, realizou o cicloturismo na região, oportunidade que contou também com o radialista Jairo Mascarenhas, que adotou o esporte como uma das suas atividades físicas. Em vídeo divulgado nas redes sociais, o Presidente da Bike Clube e morador da Pitanguinha, Márcio Souza, relata o descaso ambiental e negativa degradação que ocorre em um dos mais importantes rios do território simões-filhense.

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“Já tiramos várias fotos aqui e parecia um espelho d´água e hoje parece um campo de futebol”, lamentou.

Consternado com a situação do rio, Márcio relata que infelizmente a beleza natural do local, atualmente não pode ser mais explorada, ao demonstrar com sentimento que não pode ser mais admirada como outrora. “Muitas pessoas na cidade não conhece o local”, apontou a região como um dos potenciais paraísos ecológicos de Simões Filho, mas que necessita de uma ação urgente.

O comunicador Jairo Mascarenhas nas redes sociais questiona o investimento do PAC, na ordem de 19,6 milhões que não teria sido aproveitado para o rio, aproveitou para lamentar o total descaso ambiental.

“É o que a gente vê em nossa querida e amada Simões Filho”.

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A sexta economia do Estado da Bahia durante anos acumula diversas críticas da população que vive inconformada com a falta de políticas públicas, nos diversos setores da gestão pública. O retorno da violência desenfreada que amedronta moradores, o desordenamento da ordem pública, o colapso no trânsito local e intermunicipal, a falta de incentivo ao esporte, que é um dos fatores em que a ausência aumenta mais ainda às vulnerabilidades sociais de jovens com o tempo ocioso, além, da grave situação de desempregados, a falta de capacitação para o mercado de trabalho, ampliam a lista de insatisfações de moradores que relatam se sentirem rejeitados pela falta de iniciativa do poder público na promoção da boa vontade e condução de medidas urgentes para o estabelecimento de direitos da população.

A denúncia com o descaso ambiental do rio da região da Pitanguinha, elenca mais ainda a insatisfação de ativistas sociais que alertam sobre a necessidade do cuidado para as nascentes dos rios do território simões-filhense e que também limitam com cidades vizinhas.

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Márcio Souza acrescenta que ‘o mais bonito e mais precioso está se perdendo com a poluição’.   Ao referenciar a Água, ele chama a atenção sobre a importância de todos terem consciência sobre uma questão do mito da água infinita, definitivamente ter caído por terra. Hoje, aos poucos, torna-se mais escassa devido a degradação ambiental muita das vezes ocasionadas com o desenvolvimento industrial e a vergonhosa falta de fiscalização dos órgãos públicos.

No vídeo em que os esportistas mostram a grave situação, o radialista Jairo Mascarenhas aproveita para fazer um questionamento. “E a quem pedir socorro?”

Oito anos depois do investimento do PAC, Simões Filho, mais uma vez, vive o retorno da grande preocupação sobre a responsabilidade com o meio ambiente. De acordo com o radialista, em 06 de agosto de 2008 foi divulgado na cidade o investimento para solução do saneamento e desocupação às margens do rio da Pitanguinha.

“Queremos pedir a nossas autoridades nas esferas federal, estadual e municipal mais atenção com a nossa mãe natureza”, declarou Jairo Mascarenhas.

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Irregularidades no PAC

Em maio de 2009, um Balanço realizado pela Controladoria-Geral da Uniao (CGU), encontrou irregularidades em obras do Programa da Aceleração do Crescimento (PAC), em Simões Filho, ao fiscalizar a execução de projetos de urbanização de assentamentos precários, com recursos do Ministério das Cidades. De acordo com o Portal iBahia, os auditores identificaram sobrepreço com o valor apurado a partir de comparação com os preços da tabela do Sistema Nacional de Pesquisa, Custo e Índice da Construção Civil (Sinapi).

Junto com o radialista, o Presidente da Bike Clube fez um apelo. “As autoridades é quem tem o poder na mão e sabem os caminhos para buscar recursos. Como cidadãos estamos aqui para opinar e ajudar, mas tem que partir das autoridades”, pontuou.

A quem pedir socorro?

O apelo e denúncia ampliada pelo radialista Jairo Mascarenhas, sobre  a questão da necessidade de atenção das autoridades, embora, o desrespeito ao meio ambiente seja um fenômeno que requer uma postura positiva e participação da sociedade, entretanto, cabe aos poderes públicas inserir ações educativas sobre os cuidados com os ecossistemas.

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A fiscalização é deficiente, a qualidade educacional da população é precária e a impunidade é latente, para uma causa que quem pagará o preço é a sociedade com o desequilíbrio ecológico que coloca riscos, devido a poluição e os danos provocados ao meio ambiente e à saúde do indivíduo.

Dentre os mais importantes problemas ambientais enumerados por ambientalistas, para os próximos cem anos, estão as mudanças climáticas, a escassez de água, a desertificação, a poluição da água, a perda da biodiversidade, a disposição do lixo, a poluição do ar, a erosão, a poluição química, o buraco na camada de ozônio, a exaustão dos recursos naturais, os desastres naturais, o aumento do nível do mar, entre outros.

A responsabilidade dos poderes públicos em adotarem medidas para a reversão do quadro que o rio da Pitanguinha agoniza, ainda permanece distante, mas a  alerta chama mais atenção ainda de quem será a responsabilidade, uma vez que o processo de despoluição constitui medida complexa, tendo em vista que não depende só da iniciativa da Administração Pública, mas do apoio da ampla participação popular.

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Como denunciar crimes e agressões ao meio ambiente

Interessados em denunciar crimes ou agressões ao meio ambiente podem entrar em contato com o serviço Linha Verde do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) pelo telefone 0800-61-8080 ou pelo e-mail [email protected]. A ligação é gratuita de qualquer ponto do País e funciona de segunda a sexta-feira (exceto feriados), das 8h às 18h.