Comunidade Quilombola Rio dos Macacos realiza manifestação após suspensão de obra do exército


A comunidade Quilombola Rio dos Macacos em Simões Filho, situada numa localidade de preservação que pertence a Marinha do Brasil, tem vivido ao longo de muitos anos diversos conflitos para resolver questões ligadas às demandas do quilombo, no que tange os direitos básicos como infraestrutura, saneamento, saúde e educação.

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Todavia, na manhã desta terça-feira (10), um grupo de manifestantes se reuniu no local para reivindicar a iniciativa dos militares, que segundo os quilombolas estão recolhendo material de uma suposta obra que estava sendo realizada na localidade, sem que o serviço tenha sido finalizado.

De acordo com informação de moradores o Exército Brasileiro, atendendo ao pedido da comunidade construiu uma estrada no local, porém em acordo com a Marinha e o Governo Federal resolveram retirar o material sem entregar o serviço prometido.

 Segundo os manifestantes o intuito da manifestação é impedir que o Exército recolha o material sem a conclusão da obra iniciada no final do ano passado, solicitando também uma reunião com representantes do Ministério Público Federal (MPF), do Defensoria Pública e do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) para discutir como será o uso coletivo da água do rio dos Macacos, uma outra questão que tem gerado conflito.

O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária reconheceu terras da Comunidade Remanescente de Quilombo Rio dos Macacos em novembro de 2015. Quando a decisão foi publicada no Diário Oficial da União (DOU).

Ainda de acordo com o Incra, a área reconhecida possui extensão de 301,3695 hectares e foi delimitada pelo Relatório Técnico de Identificação e Delimitação (RTID), emitido em 2014.

Desse total, 104,8787 hectares serão destinados ás 85 famílias que habitam na comunidade quilombola e os outros 196,4908 hectares permanecerão sob administração da Marinha, uma vez que, conforme a decisão, a área é de “interesse estratégico à defesa nacional” por já ser utilizada há décadas pela Marinha.