Via Metropolitana volta a ser motivo de confronto em quilombolas e Bahia Norte


A comunidade quilombola, no bairro de Quingoma, em Lauro de Freitas, região metropolitana de Salvador, continua revoltada com a construção da Via Metropolitana Camaçari-Lauro de Freitas, que deve ligar a rodovia CIA-Aeroporto (BA-526) à Estrada do Coco (BA-099).
Em contato com a reportagem do Bocão News nesta terça-feira (22), moradores voltaram a denunciar crimes ambientais que estariam sendo cometidos pela Bahia Norte que contratou funcionários para execução da obra.
“Eles estão aterrando rio e pântanos. Não tem licença para fazer isso. Eles estão cometendo crime ambiental. O Inema [Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos] não emitiu nenhum relatório. As famílias estão desesperadas. Imagine como ficará isso aqui. Eles estão colocando segurança para tomar conta das máquinas”, diz um dos membros da Associação do Quilombo Quingoma de Dentro que prefere não se identificar.
Em conversa com a reportagem, a presidente da Associação, Ana Lúcia dos Santos Silva, afirmou que vai acionar a Justiça contra a Bahia Norte. “Tem que ser penalizada. A degradação é terrível. As nascentes estão secando. Os peixes estão morrendo. Isso é um crime ambiental gravíssimo. A situação é gravíssima. Como é que pode fazer uma coisa dessa com o rio que alimenta outras nascentes? A gente sobrevive disso aqui, e ninguém faz nada”, lamenta.
Diante do mesmo problema, em outra oportunidade, a Concessionária Bahia Norte, afirmou por meio de nota que os projetos e o licenciamento, que inclui a parte ambiental, das obras de construção da Via Metropolitana “foram previamente aprovados pelo Poder Concedente e demais órgãos competentes, a exemplo do Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos da Bahia (Inema)”. A assessoria da concessionária esclarece ainda que as áreas onde estão sendo realizadas as obras têm a devida autorização formal de seus proprietários. Sendo assim, tratando-se de propriedades privadas/particulares.