Síria: Potências mundiais se reúnem para negociações de paz


O Grupo Internacional de Apoio à Síria (ISSG, sigla em inglês), liderado pelos Estados Unidos e Rússia, iniciou os trabalhos  na capital austríaca. Os três objetivos definidos para pôr fim a esta guerra devastadora estão no centro do debate: “consolidar a suspensão das hostilidades (…) garantir acesso humanitário em todo o país e acelerar a transição política”, de acordo com a diplomacia norte-americana.

É neste último ponto que as discussões estão num impasse. O roteiro dos negociadores prevê a constituição, em 01 de agosto, de um órgão sírio de transição política, previsto pela resolução da ONU, mas a concretização deste objetivo nesta data parece cada vez mais improvável, na opinião de vários observadores.

“Não há futuro durável para a Síria com [o presidente sírio, Bashar al-] Assad”, reafirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros alemão, Frank-Walter Steinmeier, à chegada a Viena.

O destino de Al-Assad constitui a principal linha de divisão entre as potências mundiais e regionais do ISSG, um grupo de 17 países e três organizações internacionais, incluindo os Estados Unidos, Rússia, Arábia Saudita, Irã e União Europeia.

Ao mesmo tempo que apoiam os esforços diplomáticos do ISSG, Moscou e Teerã fornecem no local apoio militar ao poder sírio. No terreno, uma trégua entre regime e rebeldes, declarada no final de fevereiro, sob o apoio de russos e norte-americanos, foi violada em várias ocasiões.

A rebelião armada contra o regime está profundamente dividia entre numerosos grupos ‘jihadistas’, islamitas e rebeldes moderados.

Pelo menos três civis foram mortos esta madrugada num ataque do regime contra a zona rebelde de Sukkari, na cidade dividida de Alepo (norte), onde um cessar-fogo temporário terminou na quinta-feira à noite.

Na segunda cidade do país, os bombardeamentos entre regime e rebeldes diminuíram, após duas semanas de violências que causaram cerca de 300 mortos desde 22 de abril.

Desde o início da revolta contra o regime de Bashar al-Assad, em março de 2011, a guerra causou mais de 270 mil mortos e milhões de deslocados e refugiados, desencadeando uma crise humanitária na região e na Europa.

Três sessões de negociações sírias indiretas foram realizadas, desde o início do ano, em Genebra, sem êxito. A última ronda, em abril, foi suspensa com o reinício das hostilidades em Alepo.