Shimon Peres, ex-presidente de Israel morre aos 93 anos


Shimon Peres, o ex-presidente israelense que ganhou um Prêmio Nobel por seus esforços para selar a paz com os palestinos, morreu aos 93 anos, nesta terça-feira. A condição de Peres piorou na sequência de um acidente vascular cerebral há duas semanas.

Ao longo de uma carreira de 70 anos, Peres serviu como primeiro-ministro, presidente e líder do Partido Trabalhista. Ele foi o último sobrevivente de um grupo de líderes que testemunharam a criação do Estado de Israel, em 1948, incluindo David Ben-Gurion, Moshe Dayan, Golda Meir e Ariel Sharon, entre outros.

Ex-presidente israelense e Prêmio Nobel da Paz Shimon Peres, em Tel Aviv, no dia 14 de novembro de 2015

Vencedor do Nobel da Paz em 1994, ao lado do também israelense Yitzhak Rabin e do palestino Yasser Arafat, ambos mortos, Peres tinha 93 anos e enfrentava problemas de saúde havia tempos.

Seu funeral será realizado na manhã da próxima sexta-feira, em Jerusalém, e deve contar com a presença de alguns dos principais líderes do mundo, como o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e da França, François Hollande, da chanceler da Alemanha, Angela Merkel, do príncipe Charles e do primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau. O casal Bill e Hillary Clinton também deve participar.

No entanto, o corpo começará a ser velado no Knesset, o Parlamento de Israel, a partir desta quinta-feira. A polícia de Jerusalém já está reforçando a segurança, prevendo uma grande multidão se deslocando ao Congresso para dar adeus ao ex-líder.

Nascido em 1923, em Wiszniew, na Polônia, Peres e sua família imigraram para a então Palestina Britânica. Sua carreira política começou em 1941 e durou quase sete décadas, durante as quais foi duas vezes primeiro-ministro pelo Partido Trabalhista e ministro em inúmeros governos.

Presidente entre 2007 e 2014, Peres teve como um de seus últimos atos no cargo um encontro pela paz com o papa Francisco e Mahmoud Abbas no Vaticano. Chegou-se a divulgar que o Pontífice também iria para o funeral, mas o Vaticano negou, alegando que ele tem viagem marcada para a Georgia.

*Estadão Conteúdo