Sem explicação: Mulheres têm seus direitos retirados pela Secretaria de Saúde de Simões Filho; entenda por que


As reclamações contra a gestão do prefeito Diógenes Tolentino, em Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador (RMS) não param de chegar. Negligências, maus tratos e até regime de ditadura estão entre as denúncias que diariamente circulam entre a população.

Na noite desta quinta-feira (02), uma servidora pública que atua no município há mais de 18 anos como agente de saúde denunciou o que ela chama de perseguição por parte da secretária de Saúde, Drª. Maria Betânia.

De acordo com dona Raimunda Cavalcante, após uma reunião com representantes  da pasta, em que o grupo da unidade de saúde do CIA 1 (Pan Cia) questionou algumas atitudes da gestão e declarou não está disposta a compactuar com declarações inverídicas, a secretária simplesmente suspendeu o atendimento de mamografias e preventivos que já estavam agendados para diversas pacientes no posto de saúde.

“Boa noite, sou agente comunitária de saúde há 18 anos neste município, me sinto envergonhada pela atitude da secretária de Saúde Drª Betânia, e a senhora Jackneide, em retirar as vagas de mamografia da unidade do Pam Cia. Esta vagas já tinham sido disponibilizadas a mulheres do CIA, já haviam dado a xerox da documentação e agora retiram essas vagas. Isso porque no dia 27/07 houve uma reunião na Câmara com os agentes de saúde, onde deixamos claro que não vão nos manipular. Os agentes de saúde e a população merecem respeito”, disse ela indignada.

Em contato com a reportagem do Mapele News, na manhã desta sexta-feira (03), dona Raimunda contou que os exames em questão são referentes à parceria da prefeitura com o ônibus do SESC, que está instalado na Praça da Bíblia.

Segundo ela, a princípio estariam sendo disponibilizadas 28 vagas para mamografias e 28 para preventivos na localidade do CIA 1 e parte dessas vagas seriam distribuídas pelas agentes de saúde. No entanto, durante reunião com o pessoal do SESC, foi dito que a unidade móvel estaria sendo recolhida do município por falta de competência das agentes de saúde, que não estariam levando as demandas para serem atendidas.

Ao perceberem que estavam sendo penalizadas injustamente, Raimunda conta que ela e outras colegas de trabalho exigiram que algum representante da secretaria pudesse comparecer a reunião, para esclarecer o fato.

“Nós exigimos que tivesse alguém da secretaria e da prefeitura para esclarecer a situação e de repente chega lá Jackneide representando a Secretaria de Saúde, que é da alta e média complexidade, chegou também Ferdnand Andrade e Edson Kipão. Nós debatemos muito o assunto e a representante do SESC viu que não era nossa culpa e que as informações que haviam passado para ela eram erradas”, contou a servidora.

Também conforme Raimunda, logo depois da indisposição com os representantes da prefeitura durante a reunião sobre o SESC Móvel, ela foi surpreendida com a notícia de que as vagas para o CIA 1 estariam suspensas, o que causou bastante indignação.

“Quando eu cheguei segunda-feira, a coordenadora da unidade disse que infelizmente, a documentação que a gente levou, todas as mulheres não iam mais fazer as mamografias, porque as vagas tinham sido canceladas pela Secretaria de Saúde. Que as vagas que já tinham sido disponibilizadas foram tomadas de volta. Eu fiquei indignada, liguei para a coordenadora da atenção básica, Sr.ª Iridan e a mesma me disse que simplesmente tentou conversar, mas que não tinha uma resposta positiva” explicou ela.

Diante da situação delicada, dona Raimunda questiona como ficará a credibilidade dessas profissionais que assumiram um compromisso com a população e agora não poderão cumpri-lo.

“Agora eu pergunto, isso é um absurdo. Onde vamos parar? Onde vai ficar a nossa credibilidade? Nós somos agentes de saúde e levamos informações. Essas informações têm que ser verídicas e nós não podemos estar passando para a população uma inverdade. Então, eu não sei o que está acontecendo, eu acho que está na hora de haver um esclarecimento”, completou.

Essa não é a primeira denúncia de funcionários antigos da prefeitura com relação a uma possível indisposição com o governo atual, mas nesse caso em especial, só quem saiu perdendo foi a população, especificamente as munícipes que tiveram seus exames suspensos sem nenhuma justificativa plausível.

A nossa equipe tentou contato com a assessoria de comunicação da prefeitura para averiguar a informação, mas até o fechamento desta matéria o órgão ainda não havia se manifestado oficialmente sobre o caso.