Sem acordo: Presidente da Câmara abre processo contra radialista e se demonstra irredutível; “Nos veremos nos tribunais”


Um impasse vivido entre o radialista Jairo Mascarenhas e o presidente da Câmara de Vereadores de Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador, Genivaldo Lima acabou resultando em uma situação que, pelo que consta, terá que ser resolvida na justiça.

Ao iniciar a sessão desta terça-feira (19), o parlamentar revelou que ingressou uma ação na justiça contra as declarações proferidas pelo radialista, durante a transmissão do programa Bom Dia Simões Filho, pela emissora de rádio 87.9, na última quarta-feira (13).

Na oportunidade, Jairo Mascarenhas, que é presidente da rádio Simões Filho FM afirmou que estava sendo provocado por Lima e chegou a proferir duras críticas contra o parlamentar.

“Nestes 12 anos eu gostaria que ele provasse se foi feito algum contrato com a Simões Filho FM e Câmara. Tremendo mentiroso, o tempo todo mentindo, falando as inverdades, com uma pose desgraçada, mão de ferro, DNA do homem lá do Iraque, é o DNA de Hussein que espalhou e chegou aqui em Simões Filho, infelizmente”, disse Jairo.

Em defesa, Lima utilizou a tribuna da Câmara para informar aos edis que se sentiu profundamente ofendido com as comparações do comunicador e que por questão de honra estaria levando o caso para o judiciário.

“O cidadão que tem uma rádio comunitária foi muito hostil e não foi hostil somente com o presidente da casa não, ele foi hostil com o pai de família, com o homem, com o vereador e com o presidente desta casa. E vou mais além, ele foi totalmente hostil com todos os vereadores desta casa, quando chama o presidente de Saddam Hussein. Ao falar isso, ele quis dizer que eu sou o líder do extermínio e se vocês estão aqui de certa forma me apoiando nesta cadeira, vocês também participam deste extermínio”, comentou.

Após dito isto, Genivaldo solicitou que fosse exibido um áudio em que Jairo fala que para transmitir as sessões, precisaria que a Câmara contratasse uma linha com sinal de internet para que a emissora pudesse efetivar a transmissão.

Neste sentido, o parlamentar ressaltou que o comunicador estaria se contradizendo. “Ele disse no início de sua fala que nunca me pediu nada para transmitir a sessão e logo após ele fala, ele fala, a voz é dele, agora não se pode transmitir sem ter isso ou ter aquilo. O cidadão nunca me pediu nada, mas após a fala dele ele diz que não pode transmitir de graça”, completou Lima.

Partindo deste pressuposto, Genivaldo questionou como o radialista conseguiu fazer a transmissão nos mandatos anteriores sem contar com nenhum recurso financeiro por parte da Câmara. “Não se pode cobrar, mas não se pode trabalhar de graça. Como é que funciona? Como é que funcionava antes? Aí cabe o ex-presidente se manifestar”, indagou o parlamentar.

Bastante revoltado, o vereador declarou que vai levar a discussão até o extremo de uma ação judicial.  “Eu só vou jogar em um campo que eu entendo, eu jamais vou entrar em um campo que eu não entendo, porque eu sei que vou tomar goleada. Agora, Jairo Mascarenhas entrou em um campo que eu sou craque e agora ele vai ter que aguentar de cara. Tenham certeza disso, que eu irei ao extremo, mas na ponderação jurídica, dentro da lei […] nos veremos nos tribunais”.

Depois da fala de Genivaldo, diversos edis, a exemplo do vereador Eri, a vereadora Kátia, os vereadores Deni da Metalúrgica, Alfredo Assis, Everton Paim e Sandro Moreira, entre outros pediram que o presidente ponderasse a possibilidade de um diálogo com o comunicador, antes de levar o caso para uma instância maior. Mesmo assim, Genivaldo se disse irredutível.

“Eu não estou falando em instaurar uma ação. A ação já foi instaurada, o processo já foi instaurado e cabe agora a justiça determinar quem está certo ou errado. Eu estou trazendo aqui os fatos ocorridos para que não ocorra com vocês também em algum momento uma ação cível”, concluiu.