Na última sessão realizada na Câmara de Vereadores de Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador (RMS), um verdadeiro palco de guerra foi montado para a votação das contas do ex-prefeito Eduardo Alencar no exercício de 2015.
Minutos antes de pronunciar seu voto, que por sinal foi a favor da gestão administrativa do antigo cacique, o vereador Laércio Valentim fez uma suposição que tirou o sossego de diversos edis, chegando a provocar um enorme desconforto entre eles.
De acordo com Laércio, alguns dos 10 vereadores que se colocaram contra o parecer do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), estavam negociando os votos dias antes da sessão, buscando benefícios pessoais.
“Eu não vou citar nomes. Eu só sei que tem que parar de neguinho bater em mesa e ficar mentindo pra comunidade de Simões Filho. Nós somos novos, só temos 8 meses de mandato enquanto outros tem três ou quatro mandatos. Aí tem um hoje que bate na mesa, faz isso, faz aquilo outro e chega pra me dizer que não estava sendo favorecido. Nós temos que fazer nosso trabalho, não é querer falar coisa por trás depois chegar aqui e tentar enganar o povo”, disse Laércio.
Enfurecidos com as declarações de Valentim, diversos vereadores se sentiram ofendidos e chegaram a afirmar que vão cobrar do nobre colega a comprovação das acusações ou a retratação pública de sua fala, caso contrário, poderá responder judicialmente.
“Acho falta de ética da parte dele acusar e não citar nomes, porque a liberdade de expressão é livre no nosso país, é vedado o anonimato. Então, se ele sabe de alguém que se beneficiou, se ele teve a coragem de falar isso em público, que ele tenha a coragem de citar nomes também. Eu sei da minha conduta, não quero meu nome envolvido com nada de errado e vou querer que a comissão de ética possa apurar este fato”, revelou Eri.
“O vereador tem que retornar a essa casa e dizer quem são as pessoas que estão sendo beneficiadas, porque de fato, ele desmoraliza o legislativo e coloca a gente em situação difícil”, salientou Cleiton (Boly Bolly).
“Ele foi infeliz nas suas colocações. Eu acho que no momento da euforia ali ele se sentiu pressionado de ver que a decisão dele foi incoerente, incorreta em relação à situação que a cidade se encontra. Eu acho que ele deve dizer os nomes ou se retratar das suas colocações”, completou Del.
“Eu não entendi a posição de Laércio. Ele foi muito infeliz com aquela postura dele. Nós votamos porque encontramos uma cidade abandonada e nós não recebemos nada. O prefeito Dinha em momento nenhum interveio nesse processo de votação das contas do ex-prefeito. Se tivesse intervindo, o resultado era outro”, finalizou Orlando de Amadeu.
A próxima sessão, que será realizada na terça-feira (12) promete um novo embate sobre as supostas negociações de votos. Resta saber se o edil irá ceder as pressões dos colegas e se retratar de suas declarações ou se trará uma carta na manga, que comprovará os fatos e silenciará a plenária.
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