Revoltado, presidente da Câmara critica deputados por causa de Reforma Política: “Não vamos apoiar ninguém”


O Presidente da Câmara de Vereadores de Simões Filho, Genivaldo Lima, usou a tribuna para expressar a sua indignação com relação à aprovação do texto principal da Proposta de Emenda Constitucional (PEC 282), da chamada “Reforma Política”, que prevê o fim das coligações para 2020, e não para 2018.

A PEC 282 foi inicialmente apresentada pelos senadores Aécio Neves (PSDB-MG) e Ricardo Ferraço (PSDB-ES). Em sua resolução, ela permite apenas a união de legendas com afinidade ideológica entre partidos e não mais o coeficiente partidário, que contribuía com a eleição de vereadores com votação menor.

De acordo com Gneivaldo Lima, o fim das coligações prejudicará potencialmente os partidos menores, forçando os vereadores a trabalharem ainda mais para conquistarem uma cadeira no parlamento municipal.

“Por cauda das baixas votações esses vereadores terão que ralar muito pra chegar ao pleito novamente. Infelizmente é isso que os deputados federais fazem com os vereadores. Nós ajudamos eles e depois eles nos pagam desta forma”, disse Lima.

Ainda segundo o vereador, ele não tem pretensão de apoiar nenhum dos deputados federais que hoje exercem mandato. Em entrevista exclusiva a imprensa local, Genivaldo expressou claramente o desejo de contribuir com a candidatura de um possível representante simõesfilhense.

“Aqueles que estão em mandato hoje eu não apoio nenhum. Até Manoel Carteiro se propôs colocando o nome dele como candidato, aí eu apoiarei como meu candidato, porque acho que nós vereadores merecemos respeito”, ressaltou.

O vereador revelou que tentará entrar com uma ação no Supremo Tribunal para pedir a suspensão da PEC. “Porque eles não colocaram o fim das coligações para 2018? Nós vereadores não vamos assumir isso. Inclusive eu irei entrar com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIN) no Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar reverter os prejuízos que os vereadores irão ter em 2020”, assegurou ele.

Com relação ao deputado Paulo Azi, candidato a reeleição apoiado pelo prefeito Diógenes Tolentino, Genivaldo disse que irá verificar antes qual foi o seu posicionamento diante da votação da PEC, para só depois então avaliar se deverá apoiá-lo ou não.
“Minha posição é clara. Primeiro eu vou verificar como foi o posicionamento dele. Se ele votou contra essa aberração do final das coligações em 2020 eu vou apoiá-lo, mas se ele votou contra os vereadores, não terá meu apoio”.

Genivaldo declarou que se sente injustiçado e citou o fim do financiamento das campanhas em 2016, que segundo ele também prejudicou muito os vereadores, enquanto os deputados fazem campanhas milionárias.

“Acho injusto e toda vez quem sobra é o vereador. Foi assim em 2016 quando cortaram o financiamento das campanhas querendo fazer a gente de cobaia. Agora eles não falam que estão tentando fazer quase R$ 4 bilhões para investir em suas campanhas milionárias. Um dinheiro que poderia se investir na educação e saúde”. “Acho que isso não deve se fazer e também tem que ter respeito aos vereadores e ao povo brasileiro”, concluiu.