Quilombolas do Rio dos Macacos denunciam agressão


  • O imbróglio entre os quilombolas e a Marinha vem da disputa judicial pela área

Moradores da área remanescente de quilombo Rio dos Macacos,  em Simões Filho (Grande Salvador), denunciaram agressão que teria ocorrido na terça-feira, 24, de marinheiros que atuam na localidade. A Marinha contesta a denúncia.

Segundo Rosimeire dos Santos, quilombola, a agressão foi contra um senhor de 71 anos. “Não é a primeira vez que esse tipo de violência acontece. Denunciamos, mas não dá em nada”.

De acordo com ela, os marinheiros teriam invadido a roça do idoso, identificado como Dedilson, destruído a plantação e levado parte do que seria a colheita. “Ele é um senhor de idade, mas não é aposentado. Eles [os marinheiros] roubaram o sustento dele”, apontou.

Marinha

De acordo com o capitão de fragata do Comando do 2º Distrito Naval da Marinha, Flávio Almeida, “não houve episódios de violência”. Sobre o suposto roubo, Almeida explicou que foram amostras coletadas pelos marinheiros para checar o estágio em que se encontra a plantação.

“A roça em questão é uma plantação de mandioca que está fora da área do assentamento definida para os quilombolas pelo Incra [Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária]. Não é conduta da Marinha agredir os cidadãos. Existe o litígio, no entanto lidamos de forma cautelosa com a população”, disse o militar.

O imbróglio entre os quilombolas e a Marinha vem da disputa judicial pela área, que, conforme o capitão Almeida, representa local estratégico de defesa nacional. “O Incra definiu para os quilombolas 104 hectares”, pontuou Almeida. O território quilombola ainda não foi titulado.

Fonte: Atarde