A sessão da Câmara de Vereadores de Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador, começou no horário normal, marcada para ás 17h, mas logo em seguida foi suspensa em respeito à memória do líder comunitário Flávio Gabriel Pacífico, popularmente conhecido como “Binho do Quilombo”, morto na manhã desta terça-feira (19).
Binho foi assassinado dentro do seu carro, após deixar seu filho na escola em Pitanga de Palmares, distrito onde residia com sua mãe, esposa, filhos e demais membros do Quilombo Caipora.
Durante a sessão os parlamentares fizeram ainda um minuto de silêncio, chegaram a realizar a apreciação e aprovação de um dos projetos de Lei previstos na pauta, porém, minutos depois o presidente da Casa Legislativa, Genivaldo Lima resolveu suspender a sessão.
Em entrevista a reportagem do Mapele News, Genivaldo lamentou o ocorrido e disse que o município perde um grande líder. “Ele era uma pessoa muito digna, que fazia uma movimentação naquela comunidade e era um líder muito respeitado. Infelizmente houve esse incidente que ele veio a falecer. Então, eu acho que Simões Filho perde muito”, declarou Lima.
Lima lembrou também das pretensões políticas de Binho e da vontade dele em ocupar lugar no parlamento simõesfilhense. “Ele tinha um grande futuro na política, a comunidade já estava abraçando ele como líder, como irmão e como amigo”.
Outros órgão e entidades públicas também manifestaram pesar pela morte do quilombola:
“O deputado Bira Coroa publicou o manifesto de Moção de Pesar em razão do falecimento do Sr. Flávio Gabriel Pacífico dos Santos. Binho do Quilombo, reconhecido por sua luta pujante e incansável pelos direitos das comunidades quilombolas de todo o Estado da Bahia”, diz a moção.
“A Rede Sustentabilidade vem a público manifestar o seu grande pesar e prestar solidariedade à família e aos amigos de Flávio Gabriel Pacífico dos Santos, liderança quilombola de Pitanga de Palmares. […] A atuação do líder quilombola nas questões fundiárias da região, bem como o seu posicionamento contrário ao modelo autoritário, degradante e excludente de ocupação do território tradicional…”, Executiva Estadual da Rede Sustentabilidade.
“É com imensa tristeza que lamentamos a morte do líder quilombola Flávio Gabriel Pacífico dos Santos. […] Neste momento de retrocesso dos direitos da população brasileira, o Partido dos trabalhadores se soma a luta contra a criminalização dos movimentos sociais e suas lideranças que tem feito com que casos como este aconteçam cada vez mais freqüência no Brasil”, Ivan Alex Lima, secretário Nacional de Movimentos Populares do PT.
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