A população da Região Metropolitana de Salvador (RMS) foi surpreendida com a suspensão repentina dos ônibus elétricos que operavam em duas linhas importantes: a Estação Aeroporto x Parque São Paulo e a Estação Aeroporto x Simões Filho.
A interrupção do serviço, que ocorreu na manhã desta quinta-feira (7), pegou muitos passageiros desprevenidos e gerou revolta em Simões Filho, onde moradores questionaram a continuidade de projetos promovidos pelo Governo do Estado.
Segundo o Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários da Região Metropolitana de Salvador, Alagoinhas e Paulo Afonso (Sindmetro), a decisão foi motivada pela precariedade na frota disponibilizada. Mário Cleber, presidente do Sindmetro, criticou duramente o Governo do Estado por ter investido apenas 19 ônibus elétricos em toda a Bahia, enquanto criava novas rotas sem adicionar coletivos adicionais. “Criaram mais quatro linhas e tiraram os ônibus de mais quatro linhas. Assim ficou apenas dois ônibus para cada linha. O que passava a cada 30 minutos nos pontos, agora demora 3h”, explicou o presidente.
O cancelamento repentino dessas linhas, que foram inauguradas há menos de dois meses, em 20 de setembro, reforçou as críticas da população de Simões Filho, que já havia manifestado desconfiança quanto à motivação política das iniciativas. Muitos moradores enxergaram o lançamento das rotas e outros serviços como a “Feira da Saúde” — trazidos recentemente à cidade — como ações eleitoreiras de última hora, promovidas com o objetivo de fortalecer a candidatura de um aliado do governo estadual à prefeitura de Simões Filho. Contudo, o cancelamento da linha de ônibus elevou as preocupações quanto à sustentabilidade dessas ações.
“A gente temia que fosse uma promessa só pra campanha e agora estamos vendo que, infelizmente, é isso mesmo. Será que essa Feira da Saúde também vai sumir?”, questionou um dos moradores da cidade. Para muitos cidadãos, o cancelamento da linha de ônibus representa um retrocesso e deixa incertezas sobre a continuidade de outros serviços trazidos pela administração estadual.
Com o impasse e sem previsão de retorno para os ônibus elétricos, a população da RMS agora enfrenta um cenário de incerteza quanto ao transporte público e cobra uma resposta clara do governo sobre o futuro das linhas e projetos lançados recentemente.
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