Em Salvador e Porto Seguro, os administradores, que já estão em segundo mandato, terão um outra tarefa árdua: a de tentar eleger o seu sucessor. Na capital, ACM Neto (DEM) tem preparado o seu vice-prefeito Bruno Reis (DEM) para ser o seu candidato, mas outros nomes correm por fora, como o secretário municipal de Saúde, Leo Prates (DEM), o presidente da Câmara, Geraldo Júnior (SD), e até mesmo o dirigente do Esporte Clube Bahia, Guilherme Bellintani (sem partido).
Em Porto Seguro, após dois mandatos, Claudia Oliveira (PSD) também tentará fazer o seu sucessor. Lá o cenário é ainda mais indefinido. Filha da prefeita, Larissa Oliveira tem sido especulada para ser o nome da sucessão, mas não poderia ser candidata na terra do Descobrimento – já que a lei define que parente em até segundo grau de chefe do Poder Executivo, que já não esteja exercendo mandato, não pode se candidatar a qualquer cargo eletivo. Outros nomes especulados são o do secretário Maurício Pedrosa e o do vereador Evaír Fonseca, mas sem qualquer indicação oficial de apoio da atual prefeita.
Dos 18 prefeitos que devem tentar a reeleição, cinco são do grupo liderado por ACM Neto. São eles: Colbert Martins (Feira de Santana), Herzem Gusmão (Vitória da Conquista), Dinha (Simões Filho), todos do MDB, e Zito Barbosa (Barreiras) e Antonio Elinaldo (Camaçari), do DEM.
Três nomes que devem tentar a recondução no próximo ano foram eleitos pela base do prefeito soteropolitano em 2016: Joaquim Neto, Ricardo Moura e Fernando Gomes. Eles, porém, mudaram do lado e integram hoje o grupo do governador Rui Costa (PT). Moura e Neto hoje são filiados ao PSD, já Gomes está sem partido.
Além deles, mais 10 governistas devem entrar na briga por mais um mandato em 2020. São eles: Dr. Mario Alexandre (Ilhéus), Luiz de Deus (Paulo Afonso), Robério Oliveira (Eunápolis), Rogério Andrade (Santo Antonio de Jesus) e Temoteo Brito (Teixeira de Freitas), todos do PSD; além de Jairo Magalhães (Guanambi), Sergio da Gameleira (Jequié), ambos do PSB; Paulo Bonfim (Juazeiro), do PCdoB; Moema Gramacho, do PT; e Dr. Pitágoras (Candeias), do PP.
Para o professor da Universidade Federal da Bahia (Ufba) e cientista político Joviniano Neto, os prefeitos, por terem a máquina, têm “vantagem” para vencer os pleitos, mas o fim das coligações nas eleições proporcionais pode impactar no resultado. Isto porque, para não caírem na cláusula de barreiras, partidos querem lançar candidatos a prefeito e podem romper com os grupos atuais. Além disso, a crise econômica tem afetado as gestões municipais e derrubado popularidade dos gestores.
“Tudo vai depender do desgaste do grupo que está no poder. E da capacidade da oposição de se articular. Agora, onde há polarização entre situação e oposição, a vantagem tende a ser da situação porque tem cargo, tem visibilidade. Tem a máquina”, ressaltou Joviano. Na eleição de 2016, 2.945 prefeitos se candidataram à reeleição e 1.385 conseguiram, um índice de 47%.
Em eleições anteriores, segundo a Confederação Nacional dos Municípios (CNM), o número era bem maior. Desde que passou a ser permitida, em 2000, a reeleição ficava acima de 55%, segundo a instituição. O pico foi em 2008, com 66%.
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