A Petrobrás anunciou na segunda-feira (17), a venda de sua refinaria localizada na ilha de Okinawa, no Japão, para a Taiyo Oil Company, por US$ 129,2 milhões. A estatal comprou 87,5% da refinaria em 2008, pelo equivalente a cerca de US$ 72 milhões – depois, compraria a fatia restante -, com o argumento de que a usaria como base de sua expansão na Ásia. Mas o projeto nunca foi levado adiante e, atualmente, a unidade está com as operações paralisadas desde o ano passado.
A compra da refinaria gerou polêmicas. Em um dos depoimentos da sua delação premiada na Operação Lava Jato, o ex-senador Delcídio Amaral afirmou que o negócio “seguiu o mesmo ‘modelo’ do adotado para a refinaria de Pasadena (nos Estados Unidos), gerando propinas para funcionários do alto escalão da Petrobrás”.
A estatal já fala em vender sua unidade japonesa pelo menos desde 2011, quando decidiu congelar os planos de investimento na refinaria. A negociação atual, que foi aprovada pelo conselho de administração da empresa, prevê que o valor de venda será pago integralmente no fechamento da operação, previsto para dezembro.
A refinaria Nansei Seikyu (NSS) é detida integralmente pela Petrobrás International Braspetro, possui uma refinaria com capacidade de processamento de 100 mil barris por dia de petróleo, 36 tanques que armazenam 9,5 milhões de barris de petróleo e derivados, além de três píeres para carga e descarga de navios e uma monoboia – equipamento que permite a ancoragem de navios em alto mar. De acordo com a Petrobrás, a NSS, por meio da prestação de serviços de terminal, atende a cerca de 50% do mercado de Okinawa.
A venda integra o plano de venda de ativos da Petrobrás, que chega a mais de US$ 15 bilhões no período 2015-2016. Para 2017 e 2018, a meta é ainda mais ambiciosa, de US$ 19,5 bilhões em desinvestimentos. Essas negociações são uma forma de abater parte de sua enorme dívida – que somou em termos líquidos R$ 332,39 bilhões em 30 de junho, a maior de uma petroleira no mundo.
A Taiyo, que comprou a refinaria de Okinawa, é uma empresa japonesa de capital fechado, de importação, exportação, refino e venda de produtos petrolíferos, com sede em Tóquio. Possui uma refinaria e oito terminais de petróleo e derivados no Japão. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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