A primeira vacina contra a dengue já está acessível, gratuitamente, para a população de 30 municípios do Paraná. Embora ainda não exista previsão para que outras regiões do país sejam beneficiadas pela novidade, a espera não deve ser longa. A notícia é comemorada por especialistas, mas o pesquisador João Bosco Siqueira Júnior, da Universidade Federal de Goiás (UFG), alerta que é preciso dosar a euforia, já que leva tempo entre a introdução de uma vacina e a percepção de seu impacto na saúde da população.
O laboratório francês Sanofi Pasteur é o responsável pelo desenvolvimento da vacina contra a doença, que é transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti. Como não há muitos casos de dengue na França, a avaliação de campo ocorreu na Ásia e na América Latina, incluindo o Brasil.
O imunizante é indicado para pessoas entre 9 e 45 anos e deve ser aplicado em três doses com intervalos de seis meses. Registrada em dezembro de 2015 na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a primeira campanha da vacina atendeu à rede pública do Paraná, em julho. A primeira dose já foi distribuída a 30 municípios. Em 28 deles, a campanha tem como público-alvo pessoas entre 15 e 27 anos. Nas outras duas cidades, atende à faixa etária entre 9 a 45 anos.
Enquanto não chega à rede pública de outros estados, a vacina pode ser encontrada em hospitais e clínicas de imunização privados. O custo para os estabelecimentos varia entre R$ 132 e R$ 138, conforme determinou a Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (Cmed). Para o consumidor, o valor sai mais caro. Como, em um primeiro momento, não haverá vacina para todos, o combate ao mosquito precisa continuar.
“A vacina só protege contra a dengue e nós temos também a zika e a febre chikungunya. O mosquito ainda transmite a febre amarela, embora seja uma doença que já tenha vacina. E mesmo que, no futuro, tenhamos vacina para zika e febre chikungunya, o combate ao Aedes não acaba. Estes mosquitos são muito capazes de transmitir vírus e podem se adaptar para disseminar novas doenças. Além disso, outros vírus podem se adequar ao mosquito”, avalia Siqueira Júnior.
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