‘Não temos instituições muito sólidas’, afirma Temer a empresários


O presidente da República, Michel Temer, declarou, em evento a empresários nesta segunda-feira (28) em Brasília, que o Brasil “não tem instituições muito sólidas” e, por isso, qualquer “fatozinho” consegue abalar as instituições.

De acordo com o presidente, em viagens que tem feito ao exterior, os empresários estrangeiros se mostram “ansiosos” para investir no país, mas certas instabilidades institucionais, sem citar casos específicos, acabam, segundo ele, assustando os potenciais investidores. Para Temer, essas instabilidades são “passageiras” e não devem ser “levadas a sério”.

“Os senhores imaginam o capital estrangeiro como está ansioso para aplicar no Brasil? Os senhores sabem melhor do que eu, mas é interessante que de vez em quando há uma certa instabilidade institucional, não é? Um fato ou outro. Como nós não temos instituições muito sólidas, qualquer fatozinho, me permita a expressão, ela abala as instituições. Então, o investidor fica um pouco assustado […]. Essas instabilidades são passageiras e elas não podem ser levadas a sério porque levado a sério tem que ser o país”, afirmou.

Ao longo do discurso, que durou quase 30 minutos, Temer disse que o governo está fazendo o possível para sair da recessão e gerar confiança e que “não decepcionará” os empresários.

Na fala, ele citou ações para tentar retomar o crescimento e conter o déficit público, como a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que limita os gastos públicos pelos próximos 20 anos, a reforma da Previdência, a reforma trabalhista e o plano de concessões à iniciativa privada, inclusive com a cessão de prédios públicos.

“Vamos privatizar várias entidades e prédios públicos que pertencem à União e são desnecessários. Tudo o que eu digo está pautado pelo texto constitucional. Precisamos harmonizar as duas forças produtivas do país, o empresariado e o trabalhador”, disse.

Na avaliação do presidente, a população busca agora uma “democracia da eficiência nos serviços públicos e privados” e o governo não deve se assustar com “eventuais” movimentos que a pleiteiam.

“As pessoas normalmente têm pressa e é natural. Não temos que nos impressionar com os movimentos sociais, pois são postulações legítimas […] para logo alcançarmos o crescimento do país. […] Na verdade, não devemos nos assustar com eventuais movimentos que pleiteiam cada vez mais eficiência”, acrescentou. (G1)