Os moradores do distrito de Mapele em Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador não receberam bem a notícia do cancelamento da tradicional Festa dos Pescadores, divulgada na tarde desta sexta-feira (18).
O evento aconteceria nos próximos dias 26 e 27 de agosto e estava sendo organizada por uma comissão formada por líderes comunitários, empresários e vereadores em parceria com a Prefeitura Municipal.
De acordo com os moradores, em especial a comunidade pesqueira, o cancelamento da festa nas vésperas do evento representa uma verdadeira falta de respeito com a categoria e todos os cidadãos da localidade.
“O que me entristece nisso tudo é o querer enganar o povo. Enganaram a primeira vez fazendo reuniões, divulgando a data e atrações que seriam atrações de peso pra uma comunidade que é humilde, e eu falo porque nasci e me criei aqui. Em momento nenhum priorizaram os verdadeiros homenageados, que são os pescadores” disse o morador popularmente conhecido como Kiko.
De acordo com o morador, os pescadores que deveriam ser os protagonistas da festa nem foram convidados a participar da comissão de organização e também não foram consultados sobre o cancelamento da festividade.
“Eles se reuniram com pessoas que não sabem nem o que é ir na maré pescar, nem o que é ser pescador. E essa justificativa que eles utilizaram pra mim não cola, porque cada secretaria tem sua independência. A Secretaria de Cultura tem sua verba e nós sabemos que a Bahiatursa também iria patrocinar a festa”, revelou ele.
Para os pescadores, o que importa realmente não é a contratação de cantores famosos como foi proposto inicialmente, mas sim a tradição cultural que fomenta a valorização da pesca e o orgulho em exercer a profissão de pescador.
“A festa dos pescadores não é pra ter grandes atrações não. Os maiores homenageados têm que ser os pescadores, com um evento que traga o resgate da cultura deles, que valorize a profissão deles e até agora eu não vi isso acontecer”, salientou Kiko.
A comunidade também está preocupada com os ambulantes que investiram na compra de mercadorias perecíveis, como alimentos e bebidas que seriam vendidos na festa e agora não tem como devolver.
“Como fica a situação do pessoal que comprou mercadoria pra vender? Infelizmente eles deixaram pra cancelar assim de última hora e muita gente já tinha se programado pra vender na festa”, indagou o rapaz.
Ainda bastante indignado, o morador mandou um recado para os poderes públicos, lembrou que Mapele é um grande colégio eleitoral e disse que a resposta deverá ser dada pela comunidade daqui a três anos, nas próximas eleições municipais.
“Eu digo tanto ao prefeito, como ao vereador que nós elegemos e estava à frente da organização da festa que, ser situação não é dizer amém pra tudo que o governo quer não. Mapele há 16 anos não tinha vereador, hoje tem e infelizmente eles não lutaram para que o evento acontecesse. Mas o povo está de olho e vai dar a resposta a vocês daqui a três anos”, concluiu.
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