Construtoras que atuam no programa Minha Casa, Minha Vida denunciaram ao Ministério das Cidades que milhares de unidades habitacionais que ficaram prontas, desde 2013, nunca tiveram as chaves entregues a moradores. Os imóveis seguem vazios.
Para tentar fazer um raio-X da situação, o ministério pretende realizar um pente-fino no programa, para localizar todas as moradias nessa situação.
Segundo informações da Folha de S. Paulo, o objetivo é implementar um sistema que disponibilize de maneira direta a relação de unidades habitacionais com a de beneficiados pelo projeto.
No ano passado, o ministro das Cidades, Bruno Araújo (PSDB), chegou a afirmar que o número era de, “no mínimo”, 50 mil residências “encalhadas”. Segundo ele, elas não foram ocupadas pelas famílias por motivos políticos, já que o então governo da presidente Dilma Rousseff (PT) aguardava para “distribuir as casas a ministros e, só então, elas serem inauguradas”.
“Há no mínimo algo como 50 mil unidades [habitacionais] Brasil afora prontas, em algumas delas as pessoas já pagando prestação, do lado de fora, olhando para o seu apartamento sem poder entrar porque a presidente Dilma não permitiu a inauguração, à espera de ministro para inaugurar as obras”, afirmou, em maio de 2016.
Na época, ele chegou a afirmar que iria aconselhar o presidente Michel Temer a realizar uma cerimônia única para que a entrega das casas.
O ministério também pretende desenvolver um sistema para controlar o uso do Cartão Reforma, que dá recursos a fundo perdido para que famílias renovem suas casas. A ideia é dar publicidade a todos os gastos do programa em tempo real.
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