Os funcionários da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e de mais 14 postos de saúde em Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador (RMS) estão passando por dificuldades para receberem seus salários.
De acordo com os servidores, desde que as unidades foram terceirizadas há quase quatro meses, os profissionais não recebem seus pagamentos em dia. Na passagem do mês de maio para junho eles chegaram a ficar mais de 40 dias sem os honorários, no entanto, conforme a secretaria de Saúde, Dr. Betânia, o atraso não deveria voltar a ocorrer.
“Nós demoramos de fazer o repasse para empresa porque foi o primeiro mês. Isso foi dito a eles desde o início, que por ser uma coisa nova,nós tivemos muito cuidado e a Controladoria exigiu muita coisa da gente e nós fizemos tudo. Acredito que foi só o primeiro mês, que de agora em diante vai ser tudo normal. Do mesmo jeito que a gente repassa para a APMI vai repassar para eles, afirmou a secretária em oportunidade anterior.
Apesar da boa vontade da secretária em defender a gestão municipal, declarando inclusive que “o prefeito gosta de ser bom pagador”, não tem sido essa a realidade vivida pelos funcionários.
De acordo com os servidores, a empresa que atualmente administra as unidades de saúde, a Cooperativa Coonectar Serviços, sempre que é questionada atribui a responsabilidade do atraso à prefeitura, dizendo que o repasse ainda não foi feito. Já a prefeitura, se defende da acusação.
Nesse jogo de empurra, fica difícil saber quem de fato está mentido, mas quem sofre mesmo é o trabalhador, que presta serviço durante o mês inteiro esperando a tão sonhada remuneração e quando chega a data acordada, o saldo de suas contas permanece zerado.
Além dos salários atrasados, os funcionários ainda reclamam que a empresa tem cobrado uma taxa indevida no valor de R$ 20,00 de cada empregado e não oferece o direito a férias remuneradas e pagamento do décimo terceiro salário, o que também seria irregular.
A Coonectar Serviços foi vencedora da licitação na Modalidade Pregão Presencial Nº009/2018, para prestação de serviços de gerenciamento e operacionalização de profissionais da área de saúde em Simões Filho, no entanto, a empresa está sendo investigada pelo Tribunal de Contas dos Municípios da Bahia (TCM-BA) por possíveis irregularidades com contratos na prefeitura de Paulo Afonso.
O contrato que é alvo de investigação foi firmado entre a prefeitura da cidade baiana e Cooperativa de Trabalho nas Atividades das Áreas de Saúde, Promoção e Desenvolvimento Humano (Coonectar) no valor de R$ 27,1 milhões no ano de 2016. O TCM questiona regularidades no procedimento licitatório.
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