“Eutanásia”, diz professora após perder 3 pessoas da mesma família por falta de regulação em Simões Filho


A falta de assistência da Central de Regulação do Estado deixou mais uma família enlutada neste final de semana em Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador (RMS).


A professora e moradora do bairro CIA 1, dona Elisabete, contou em entrevista ao Mapele News como o seu pai, o aposentado José Ribeiro de Santana, de 83 anos faleceu.

De acordo com Elisabete, seu pai apresentou um problema respiratório após um engasgo enquanto se alimentava, no último dia 27, foi socorrido ao Hospital Municipal de Simões Filho (HMSF) e de lá não saiu com vida.

“Desde que meu pai entrou aqui nós estamos aguardando a regulação. Tivemos várias pessoas tentando ajudar, mas eu classifico essa regulação como um tipo de eutanásia. Acabou meu pai vindo a óbito no dia 01 de julho e a regulação não saiu”, comentou ela.

Ainda segundo a filha, o estado de saúde do idoso se agravou durante os cinco dias de internação. Ele pegou bactéria, deu pneumonia e acabou vindo a óbito. Seu José já estava respirando com ajuda de aparelhos.

Conforme relatos de Elisabete, esse não é o primeiro caso de óbito na família por causa da regulação. A segunda fatalidade aconteceu com seu sobrinho Jean Jeferson, que morreu no dia do próprio aniversário.

“Meu sobrinho chegou a ser transferido através de uma liminar expedida pela justiça que minha irmã e meu irmão conseguiram, mas quando removeram ele, já não deu mais tempo. No dia do aniversário dele que ele foi transferido e morreu”, revelou.

Além do pai e do sobrinho, a mulher contou que seu esposo também foi vítima da falta de suporta regulação. Ele morreu na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Hospital Roberto Santos.

“Imagine você em menos de três anos ter dois abalos desses aí por causa da regulação. Eu também perdi meu esposo na UPA do Roberto Santos aguardando a regulação. São três casos na família que dependia de regulação. Isso é muito triste, porque é um abalo em cima do outro”, lamentou ela.

Elisabete voltou a dizer que a regulação é uma maneira sucinta do governo matar as pessoas, como uma eutanásia e que ela não deseja para ninguém o sofrimento que sua família tem passado.

“A regulação, como eu falei antes é uma eutanásia. Uma maneira de matar sucintamente. Eu espero que alguém tome uma providência com relação a isso, porque eu perdi três e não quero que outras pessoas sintam a dor que nós estamos sentindo”, finalizou.