EUA condenam ataque a base da ONU no Sudão do Sul


O campo acolhe 47.700 pessoas em fuga da guerra civil no Sudão do Sul, que começou no final de 2013

Os EUA condenaram os confrontos que resultaram na morte de 18 civis num campo das Nações Unidas no Sudão do Sul esta semana, e pediram às autoridades que investiguem o incidente, que segundo testemunhas envolveu tropas governamentais.

“Os Estados Unidos condenam veementemente a violência no complexo das Nações Unidas em Malakal, que levou à morte de deslocados, e ao incêndio e pilhagem de uma instalação que fornece refúgio e ajuda a mais de 40.000 vítimas do conflito no Sudão do Sul”, disse na sexta-feira a conselheira de Segurança Nacional, Susan Rice, em comunicado.

Mais de 70 pessoas ficaram feridas nos confrontos de quarta para quinta no campo da ONU na cidade de Malakal (nordeste), próximo de uma base da organização, informaram os Médicos Sem Fronteiras, com dois dos seus funcionários entre os 18 mortos.

O campo acolhe 47.700 pessoas em fuga da guerra civil no Sudão do Sul, que começou no final de 2013. Pelo menos 26.000 daqueles deslocados fugiram do campo depois do ataque, disse em Genebra Andreas Needham, porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).

A Missão das Nações Unidas no Sudão do Sul (UNMISS) atribui os confrontos a tribos rivais dentro do campo — “entre jovens shilluk e dinka” — considerando que “tal ataque contra civis e instalações da ONU pode constituir um crime de guerra”.

Jacob Nhial, que vive no campo, contou que tropas do governo com uniformes do Exército Popular de Libertação do Sudão (SPLA) “disparavam contra civis”, enquanto combates decorriam no campo.

Comunicações internas da ONU também referem que soldados do SPLA participaram no ataque.