O escritor Raduan Nassar foi eleito, na tarde desta segunda-feira (30), como o novo ganhador do Prêmio Camões, principal troféu literário da língua portuguesa. A votação aconteceu nesta segunda em Lisboa.
Com a escolha de seu nome, o autor de “Lavoura Arcaica” (Companhia das Letras) torna-se o 12º brasileiro a vencer o prêmio, que todo ano escolhe um escritor lusófono pelo conjunto de sua obra. O último brasileiro a levar o troféu havia sido o historiador Alberto da Costa e Silva, em 2014.
Além dele, já haviam sido contemplados Ferreira Gullar, João Ubaldo Ribeiro e Rubem Fonseca, entre outros autores nacionais.
Até hoje, brasileiros e portugueses estavam empatados em número de escritores premiados pelo Camões, com 11 nomes cada. Com Raduan, o Brasil passa à frente.
O júri do prêmio este ano era formado pela ensaísta Paula Mourão e pelo poeta Pedro Mexia, de Portugal; pelos críticos literários Flora Süssekind e Sérgio Alcides do Amaral, do Brasil; pelo escritor Lourenço do Rosário, de Moçambique; e pela ensaísta Inocência Mata, de São Tomé.
Este tem sido um ano de grande projeção para a obra de Raduan Nassar. O escritor paulista estava na lista de semifinalistas do Man Booker International Prize, com “Um Copo de Cólera” (Companhia das Letras), um dos principais troféus literários do mundo -mas não chegou à final.
“Lavoura…” e “Um Copo…” foram traduzidos pela primeira vez para o inglês este ano. Nos Estados Unidos, os dois livros serão publicados pela editora New Directions. No Reino Unido, eles saíram pela Penguin.
Além da língua inglesa, seus livros voltaram a ser algo de uma série de traduções. As últimas edições internacionais eram dos anos 1980, quando Raduan foi publicado na Franca, na Alemanha e na Espanha.
INÉDITOS NO BRASIL
Raduan Nassar abandonou a literatura nos anos 1980 e, desde então, quase não faz aparições públicas ou dá entrevistas. Porém, mesmo que ele não tenha continuado a escrever desde então, há pelo menos dois textos inéditos do escritor no Brasil. Um deles é o ensaio “A Corrente do Esforço Humano”, publicado em 1987 na Alemanha. Outro é o conto “O Velho”, que saiu em uma antologia francesa.
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