O zootecnista que matou os dois filhos de três e quatro anos e tentou cometer suicídio, em São José do Rio Preto, no interior de São Paulo, deixou uma carta na qual explica a motivação para o crime. No texto escrito à mão, ele relata que descobriu uma traição e não suportaria que os filhos vivessem sabendo disso.
A carta foi encontrada pela polícia no quarto em que ele estava com os filhos. Hugo Imaizumi, 41 anos, é doutor em Ciência Animal pela Universidade de São Paulo (USP). Ele é casado com uma fisioterapeuta de 39 anos e expressou sua decepção com a mulher no texto.
Carta foi encontrada pela polícia no quarto em que o pai estava com as crianças |
Em depoimento, ela relatou que o casamento já estava praticamente acabado por conta de conflitos e incompatibilidade. Em seu relato, Hugo chega a se despedir dos parentes. “As crianças não puderam se defender e, conforme análise técnica, poderá caber ainda motivo fútil. Acima de tudo foi uma barbaridade, uma tragédia que abala toda a cidade”, diz o delegado.
Crime
Segundo a polícia, a esposa do zootecnista acordou no meio da noite e percebeu que o marido não estava ao seu lado. Ela foi até o quarto dos filhos e percebeu que aporta estava trancada. Ainda de acordo com a polícia, a mulher foi até a janela do quarto e viu as duas crianças e o marido deitados na cama com ferimentos no pescoço.
Ela pediu ajuda aos vizinhos e foi até a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) que fica a três quarteirões da casa. Desesperada, ela avisou a um guarda municipal que o seu marido havia matado os filhos a facadas. Os agentes foram até a residência e tentaram reanimar as crianças, mas não conseguiram. Segundo o boletim policial, os irmãos foram mortos por golpes de faca na jugular.
O zootecnista foi encontrado com uma faca cravada no pescoço, mas foi socorrido com vida para um hospital. Ele está internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e quando receber alta vai ser encaminhado ao Centro de Detenção Provisória (CDP). O pai vai responder por homicídio duplo qualificado e pode pegar até 30 anos de reclusão. Os corpos das crianças foram enterrados neste domingo (25), no cemitério Jardim da Paz, em Rio Preto.
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