Na tarde da última quarta-feira (20), a Polícia Civil de Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador (RMS) prendeu Leandro Pereira da Silva, conhecido como “Léo”, suspeito de envolvimento na morte do líder Quilombola, Flávio Gabriel Pacífico dos Santos, de 36 anos, morto com mais de 10 tiros dentro do seu próprio veículo, no dia 19 de setembro.
Em cumprimento ao mandado de prisão temporária, Léo permanecerá custodiado na 22ª Delegacia Territorial (DT) pelo período mínimo de 30 dias, até que seja encerrado o inquérito policial.
Em entrevista na manhã desta quinta-feira (21) ao repórter Valfredo Silva, o delegado responsável pelas investigações, Dr. Ciro Carvalho Palmeira explicou como procedeu a prisão e quais fatores apontaram para o suspeito como possível responsável pelo crime.
De acordo com o delegado, testemunhas foram ouvidas e outros indícios apontam para Léo como sendo o possível atirador. “Dentro das provas do inquérito, existe uma grande possibilidade dele ser o autor dos disparos que vitimaram o Flavio Gabriel Pacifico dos Santos, o Binho do Quilombo”, confirmou o delegado.
Ainda segundo o delegado, Leandro negou envolvimento no caso, o que já era esperado pela polícia, no entanto, não há dúvidas de que o suspeito seja de fato o autor dos disparos contra Binho. “Nós temos elementos suficientes que comprovam que ele teve participação no caso. Resta agora confirmar a participação dos outros envolvidos, mesmo que seja através de provas indiretas e não por confissão”, explicou Dr. Ciro.
Já para a mãe de Binho, dona Bernadete Pacífico, a justiça começou a ser feita a partir do momento que a polícia expediu o mandato de prisão temporário. Ela conta que Léo conseguiu se aproximar de sua família demonstrando interesse em ajudar o quilombo.
“Primeiro ele chegou lá como um amigo, depois se transformou. Inventou fazer uma associação, foi adquirindo forças com outras pessoas de fora que eu não sabia quem eram, querendo tomar o quilombo de qualquer forma, só que ele não achou apoio porque todos conhecem meu trabalho”, disse ela.
Bernadete contou que toda a confusão começou depois que Léo se apropriou de um terreno no Quilombo Caipora e começou a escavar um local de reserva ambiental, que não poderia sofrer este tipo de intervenção. “Eu cedi uma parte do terreno a ele como ele pediu pra uma necessidade social e meu filho também confiando nele, até que ele começou a trazer problemas sérios para a comunidade”.
Bernadete confirmou que por um período acreditou nas boas intenções de Léo e por isso, permitiu que o acusado se aproximasse de sua família. “Ele dizia que ia plantar, ia ajudar. Foi demonstrando uma ajuda tão calorosa que eu caí nela gente, como qualquer pessoa cairia”, completou.
A prisão de Leandro pode ser convertida em prisão preventiva conforme determinação judicial, caso o acusado seja efetivamente indiciado pelo crime. O inquérito policial continua e nos próximos dias o caso deverá ser elucidado, conforme prevê o delegado titular.
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