A presidente Dilma Rousseff se irritou nesta quarta-feira (27), em Quito, no Equador, quando questionada se a nova fase da Operação Lava Jato se aproximava do ex-presidente Lula. Ela destacou que, ao contrário do mundo medieval, “o ônus da prova é de quem acusa, daí por isso o inquérito, toda a investigação”.
“Eu me recuso a responder perguntas desse tipo porque se levantam acusações, se levantam insinuações e não me diz por que, como, quando, onde, e a troco do que”, disse Dilma, ao deixar a IV Cúpula da Celac (Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos), em Mitad del Mundo, próximo à capital do Equador.
“Se alguém falasse a respeito de qualquer um de nós aqui: ‘a nova fase da Lava Jato levanta suspeita sobre você’, e você não soubesse sobre o que é a suspeita, como é a suspeita e de onde vem a suspeita, você não acharia extremamente incorreto do ponto de vista do respeito?”, acrescentou a presidente.
“Quem prova, acho que foi a partir da Revolução Francesa, se não me engano foi com Napoleão, quem prova a culpabilidade, ao contrário do mundo medieval, o ônus da prova é de quem acusa, daí por isso o inquérito, toda a investigação”, disse ainda Dilma Rousseff.
“Antes você provava assim: eu dizia que você era culpado e você lutava comigo. Se você perdesse, você era culpado. Houve um grande avanço no mundo civilizado, a partir de todas as lutas democráticas”, completou a presidente aos jornalistas. Dilma foi perguntada ainda se a Lava Jato afeta a economia. E respondeu: “o FMI acha”.
O 22ª fase da Operação Lava Jato, deflagrada nesta quarta, investiga apartamentos do condomínio Solaris, no Guarujá (SP), onde o ex-presidente Lula chegou a adquirir a cota de um imóvel via Bancoop, mas que segundo o Instituto Lula informou em novembro, teria sido devolvida à OAS, empreiteira responsável pela conclusão da obra.
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