Dilma criticou o ‘vazamento seletivo’ e afirmou que o grampo é ilegal (Foto: Reprodução)
A presidente Dilma Rousseff aproveitou a posse dos novos ministros, entre eles o ex-presidente Lula, que assumiu a Casa Civil, para criticar a divulgação de escutas telefônicas de Lula feitas pela Polícia Federal nas investigações da Operação Lava Jato.
“Não há Justiça quando delações são tornadas públicas de forma seletiva para execração de alguns investigados e quando depoimentos são transformados em fatos espetaculares. Não há Justiça quando leis são desrespeitadas e a Constituição aviltada. Não há Justiça para os cidadãos quando as garantidas constitucionais da própria presidente da República são violadas”, afirmou Dilma durante seu discurso.
Nesta quarta-feira (16), escutas telefônicas de Lula foram divulgadas. Em um dos telefonemas, o ex-presidente recebe uma ligação de Dilma em que ela afirma que enviará o termo de posse para que ele use em caso de ‘necessidade’. “Seguinte, eu tô mandando o ‘Bessias’ junto com o papel pra gente ter ele e só usa em caso de necessidade, que é o termo de posse, tá?”.
A oposição interpretou a frase dita pela presidente como um indicativo de que a nomeação de Lula para a Casa Civil teve o objetivo de garantir a ele foro privilegiado e assim escapar da alçada do juiz Sérgio Moro, responsável pela investigação da Operação Lava Jato em primeira instância.
Segundo esta interpretação, o diálogo configuraria que ambos atuaram juntos para obstruir as investigações que têm Lula como um dos alvos. A ordem para a Polícia Federal fazer interceptações telefônicas de 15 números ligados ao Instituto Lula, assessores e do filho do ex-presidente foi expedida por Sérgio Moro no dia 19 de fevereiro e tinham validade para 15 dias.
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