O pequeno Cauã Ferrari Santos de apenas 2 anos morreu na madrugada desta sexta (11) após ser picado por um escorpião em Americana, São Paulo. A família reclama da falta de UTIs pediátricas na cidade, o que atrasou a aplicação do soro antiescorpiônico.
A criança foi picada por volta das 19h40 de quinta na casa de um tio, no Jardim Boer. A família levou o menino para o Hospital da Unimed na cidade, mas foi informada de que a aplicação do soro não poderia ser realizada no local, que não conta com UTI pediátrica.
A unidade solicitou duas ampolas do soro para o Hospital Municipal Dr. Waldemar Tebaldi, referência na cidade para atendimento de acidentes com animais peçonhentos, o hospital também não possui UTI de pediatria.
Após a chegada do soro, Cauã foi transferido para a UTI do Hospital Samaritano, em Campinas. Ele deu entrada no hospital à 0h45, e recebeu as duas ampolas logo em seguida, além de adrenalina, para evitar um choque anafilático. Como a situação geral de Cauã não evoluiu, às 3h o hospital procurou o CCI (Centro de Controle de Intoxicações), da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), que orientou a administração de mais duas ampolas, enviadas pelo órgão ao Samaritano.
As novas doses foram aplicadas às 4h20, mas o quadro de Cauã continuou piorando e ele faleceu às 6h35. A família questiona a demora na aplicação do soro cerca de quatro horas entre a entrada no Hospital da Unimed e a transferência para Campinas.
Em nota, a Prefeitura de Americana diz que o Manual de Diagnóstico e Tratamento de Acidentes por Animais Peçonhentos, do Ministério da Saúde, “não descreve ser imprescindível a administração do soro sob retaguarda de UTI, e que as doses poderiam ter sido administradas no hospital municipal Dr. Waldemar Tebaldi”.
O tio da criança afirmou que matou seis escorpiões na casa onde Cauã foi atacado nos últimos dois meses. Até a noite desta sexta, o corpo do menino ainda estava no IML (Instituto Médico Legal) de Campinas. Não havia informações sobre seu velório ou enterro.
Deixe seu comentário