Conheça a rede de proteção de combate à violência contra a mulher em Simões Filho; veja como denunciar e procurar ajuda


O episódio ocorrido recentemente em que uma mulher foi morta atropelada pelo ex-marido na noite de sábado (25), na Via Universitária II, em Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador (RMS) revela mais um triste caso que entra nas estatísticas de violência contra a mulher no município.

Diante da forte repercussão pelas redes sociais que chocou a população em geral. O caso de feminicídio registrado deixou um alerta sobre a vital importância das mulheres buscarem ajuda aos órgãos que compõem a rede de enfrentamento à violência.

O número de casos de feminicídio na Bahia cresceu 17% no primeiro semestre de 2019 e de acordo com dados da Secretaria de Segurança Pública, no ano passado, na RMS, ocorreu um feminicídio.

A Secretaria de Políticas Públicas para Mulheres (SPM), pasta que tem como Titular, Andrea Almeida, repudia o feminicídio, como toda forma de violência contra a mulher. Em nota de repúdio, neste domingo, (26), a SPM incentiva as mulheres a quebrar o silêncio e denunciar, seja, através, do disque 180, como também aos órgãos de proteção à violência. “Procure ajuda, não podemos permitir que crimes sejam cometidos e vidas sejam ceifadas”, enfatiza.

Com casos de feminicídio e violência contra a mulher cada vez mais expressivos nas estatísticas de todo o país, o Centro de Referência de Atendimento à Mulher (Cram), é um equipamento que possui serviços disponíveis para as mulheres pedirem ajuda.

Diante disto, a reportagem visitou o Cram e entrevistou a secretária Andrea Almeida que orienta as mulheres que se sentirem ameaçadas, procurarem a Delegacia e o órgão encaminhará ao Cram, assim como também os demais órgãos de proteção, como a Defensoria Pública, a PM e o Ministério Público que são portas de entradas para que essas mulheres sejam direcionadas para o Cram.

“Mesmo que a mulher de forma espontânea não vier diretamente para o Cram, ao passar por essa rede de enfrentamento, elas serão direcionadas ao Cram, para ter orientação e acompanhamento”, explica a secretária.

Qual o papel do Cram?

Centro de Referência de Atendimento à Mulher (Cram) presta orientação, acolhimento e acompanhamento psicológico, social e jurídico, às mulheres em situação de violência, no sentido de fortalecer a autoestima e possibilitar que essas mulheres se tornem protagonistas dos próprios direitos e trabalha em parceria com os órgãos de proteção para atender à mulher em situação de violência – seja moral, verbal, patrimonial, física ou sexual.

Como pedir ajuda ?

No Cram, as mulheres podem vir encaminhadas pela Delegacia, ou de forma espontânea, como também por outros órgãos de proteção como: Polícia Militar, Defensoria Pública, Ministério Público e Fórum, através das medidas protetivas que são expedidas pela advogada.  

“A mulher que se sentir ameaçada deve procurar o CRAM e/ou a rede de proteção à violência (Delegacia, Ministério Público, PM, Defensoria Pública), em primeiro lugar a Delegacia porque através do B.O é que nós vamos dar prosseguimento nos processos que são necessários”, orienta Andrea Almeida.

Neste sentido, a pasta destaca que o trabalho tem como uma das prioridades mostrar à mulher que ela não está sozinha. “As mulheres são acolhidas aqui no Cram, através de uma equipe multidisciplinar composta por uma assistente social, uma psicóloga e uma advogada e são orientadas, encaminhadas, tendo também uma assistência jurídica que acompanha em relação à questão da violência e tem todo apoio por meio da equipe que faz um trabalho de acolhimento direcionado aos órgãos que fazem parte da rede de enfrentamento à violência contra a mulher”, destaca a Titular da SPM.

Em Simões Filho, a SPM realiza ações de prevenção como palestras em escolas, indústrias, oficinas, fóruns, entre outras. “Quero reforçar o pedido e dizer para as mulheres nos procurarem e aqui no Cram elas serão orientadas e encaminhadas, além disso, juntas, lutaremos pelo fim da violência contra a mulher e o feminicídio”, acrescenta Andrea.

 

Inaugurado em 28 de maio de 2019, o Centro de Referência de Atendimento à Mulher (Cram), Nilda Fiúza, é um equipamento que acolhe e orienta mulheres em situação de violência. O espaço possui recepção, salas de administração, psicologia, advocacia, assistência social e reunião, brinquedoteca, área de convívio, banheiros adaptados e ronda Maria da Penha.

Redação Marcos Castelly Site Rede Imprensa