Com discurso moralista, o candidato a presidente da república, Jair Bolsonaro (PSL) acumulou grande eleitorado nos últimos anos, sobretudo a gama de brasileiros mais conservadores. O icônico deputado federal, apelidado de “mito”, virou uma espécie de “mártir da moralidade pública” após defender posicionamentos polêmicos em programas popularescos de baixa audiência na TV aberta.
De um instante para o outro, o que era considerado apenas piada, acabou se tornando coisa séria quando Bolsonaro decidiu se lançar pela primeira vez ao Executivo – após quase três décadas na Câmara Federal.
Bolsonaro tem um discurso voltado ao combate dos direitos de gays, mulheres e cotas para negros. E tem se colocado como um candidato honesto em meio ao lamaçal que tomou conta da política nos últimos anos. No entanto, na Bahia, as alianças políticas fechadas pelo presidenciável vão de encontro a sua conduta ética e moral.
Ele selou uma aliança que pode eleger dois personagens bastante conhecidos do eleitorado baiano: o vereador Igor Kannário (PHS) e o ex-prefeito João Henrique (PRTB). O primeiro almeja uma cadeira na Assembleia Legislativa da Bahia. O segundo, a cadeira do governador. A ajuda se dará porque o PSL coligou com o PRTB na chapa majoritária e com o PHS na proporcional.
Kannário, célebre pela alcunha de “Príncipe do Gueto”, já foi detido e teve seu nome envolvido em diversas polêmicas. Em 2014, ele foi conduzido até a delegacia após ser acusado de desacato a um policial. Em 2015, também foi detido por porte de maconha.
Desde então, se expressa duramente contra agentes ligados a segurança pública – justamente o eleitorado da chapa de Bolsonaro. Um discurso que arrebata as multidões nas regiões periféricas e desperta impopularidade entre as autoridades. Mais recentemente, no início de 2018, foi parado em uma blitz e teve o veículo apreendido por causa do licenciamento atrasado.
Já João Henrique é considerado um dos prefeitos mais impopulares da história de Salvador. Em 2009, o ex-gestor teve a popularidade medida com nota 5,1, de 10, pelo instituto da Datafolha. Sua gestão ficou bastante marcada diante da população pela pouca atenção para a mobilidade urbana e segurança dos bens públicos da cidade, além de atrasos em grandes obras (como a do metrô).
João Henrique também manteve uma relação bastante próxima com o ex-ministro Geddel Vieira Lima (MDB) – preso no ano passado por suspeita de ser dono de um montante de R$ 51 milhões em dinheiro vivo, guardados em um apartamento na capital baiana. Na época, o emedebista foi um dos principais articuladores que ajudaram na reeleição do ex-prefeito.
Informações: BNews
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