Um grupo internacional de cientistas descobriu pela primeira vez uma molécula (PO) que desempenha um papel fundamental na formação de DNA nas regiões onde as estrelas se formam.
A descoberta, publicada na revista científica The Astrophysical Journal, foi feita em regiões interestelares localizadas a 24 mil anos-luz da Terra por cientistas do Centro de Astrobiologia de Espanha, do Instituto Max Planck de Física Extraterrestre da Alemanha e do Observatório Astrofísico di Arcetri de Itália.
A molécula pré-biótica PO resulta da ligação química do fósforo (P) com oxigênio (O), e tem papel fundamental na formação da estrutura do DNA (ácido desoxirribonucleico), que é um composto orgânico cujas moléculas contêm as instruções genéticas que coordenam o desenvolvimento e funcionamento de todos os seres vivos e alguns vírus, e que transmitem as características hereditárias de cada ser vivo.
A pesquisa só foi possível graças à nova geração de telescópios que permitem aos astrônomos detectar moléculas pré-bióticas médias que podem resultar no nascimento de vida no Universo.
“Estávamos muito interessados em encontrar PO no berço das estrelas, porque isso significaria que um dos componentes básicos do DNA já está disponível no gás a partir do qual se formam os planetas nos quais esperamos que possa nascer vida”, disse à agência EFE o astrofísico espanhol Victor Rivilla.
Estas primeiras detecções de ligação PO em regiões de formação estelar têm profundas implicações para a química pré-biótica: “Até agora, apenas moléculas com hidrogênio, carbono, oxigênio e nitrogênio foram estudadas em detalhe nas regiões onde as estrelas nascem“, explicou o astrofísico do Centro de Astrobiologia de Espanha, Jesus Martin-Pintado.
“Após esta descoberta, podemos começar a estudar como é a química do fósforo no meio interestelar, o que nos dará pistas chave para entender como pode desenvolver-se a complexidade química no espaço até formar moléculas complexas diretamente relacionadas com a vida”, explicou.
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