China usa bactéria em mosquitos contra zika, dengue e febre amarela


Todas as semanas, cientistas do sul da China liberam 3 milhões de mosquitos infectados com bactérias em uma ilha de 3 quilômetros de extensão na tentativa de eliminar doenças como a dengue, a febre amarela e a zika.

Os cientistas injetam a bactéria wolbachia nas larvas dos mosquitos em um laboratório e depois soltam machos contaminados na ilha, situada nos arredores da cidade de Guangzhou.

A bactéria, que surge naturalmente em cerca de 28% dos mosquitos selvagens, faz com que os machos infectados esterilizem as fêmeas com as quais copulam.

“O objetivo é tentar suprimir a densidade dos mosquitos de forma que fique abaixo do limiar que pode causar a transmissão de doenças”, explicou Zhiyong Xi, diretor do Centro de Controle de Vetores de Doenças Tropicais da Universidade Sun Yat-sen, um pioneiro da ideia.

“Existem focos”, disse Xi. “Esta tecnologia pode ser usada no começo para atacar os focos. Ela irá reduzir dramaticamente a transmissão de doenças.”

As moléstias transmitidas por mosquitos são responsáveis por mais de um milhão de mortes em todo o mundo a cada ano, e o vírus de zika tem despertado preocupações entre os atletas que irão competir na Olimpíada do Rio de Janeiro, que começa nesta sexta-feira (5). A Organização Mundial da Saúde (OMS) e especialistas já informaram, no entanto, que o risco de contrair a doença nos Jogos é mínimo.

O surto do vírus da zika, que teve início no Brasil em 2015, vem se espalhando pelas Américas e outros locais. A China confirmou seu primeiro caso em fevereiro.

Autoridades de saúde concluíram que as infecções de zika em gestantes podem causar microcefalia, uma malformação cerebral.

A OMS disse haver um forte consenso na comunidade científica de que a zika também pode causar Guillain-Barré, uma síndrome neurológica rara que provoca paralisia temporária em adultos.