A Secretaria Municipal de Ordem Pública de Salvador tem encontrado dificuldades para dar andamento aos processos de sepultamento na capital baiana. De acordo com a pasta, há uma sobrecarga no sistema, devido a um aumento de 40% na demanda de 2013 (3.735 sepultamentos) a 2016 (5.217 funerais). Somente este ano, já foram realizados 2.874 enterros nos cemitérios municipais, além de 170 cremações das 730 disponibilizadas por ano.
No total, dez cemitérios são administrados pela Semop. Sete na capital baiana: Pirajá, Plataforma, Periperi, Paripe, Brotas, Itapuã e Ilha de Maré. E outros três em ilhas que fazem parte da Grande Salvador: Bom Jesus dos Passos, Paramana e Ponta de Nossa Senhora.
Segundo informações da Semop, de agosto a dezembro deste ano, juntos, os dez cemitérios municipais estão com 1.875 vagas disponíveis. Contudo, de acordo com o órgão, o número de vagas é uma previsão com base nos sepultamentos realizados há três anos por unidade/cemitério. Nesse contexto, os espaços com maior número de vagas a serem disponibilizadas para sepultamento são: Plataforma (615), Brotas (496), Periperi (227), Paripe (186), Itapuã (180) e Pirajá (171). “Essas vagas só serão disponibilizadas a partir da desocupação das covas vencidas (três anos)”, informou a secretaria por meio de nota.
Cinco dias foi a previsão que a auxiliar de serviços gerais Lígia de Jesus, 42 anos, recebeu da Central de Marcação para Sepultamento, autarquia vinculada à Secretaria, para realizar o funeral da mãe em um cemitério da prefeitura de Salvador.
Não bastasse a dor de perder subitamente a mãe Maria Faustina dos Santos, aos 66 anos, para um infarto, Lígia ainda teve de deixar o corpo dela por dois dias na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Hospital Roberto Santos, enquanto aguardava liberação da vaga no cemitério de Pirajá.
“Dois dias porque, por causa de uma conhecida nossa na prefeitura, conseguimos antecipar o enterro de minha mãe”, desabafou. “Mas a previsão que a central de marcação nos deu foi de cinco dias para o enterro. É falta de respeito nesse momento de dor”, continuou.
Morador do Calabetão, o marido de Lígia, o motorista Robson Mendes, 34 anos, disse que, à época do funeral realizado no último dia 8, foi informado à família da falecida de que só havia vagas disponíveis nos cemitérios de Pirajá e Paripe.
“Foi uma dificuldade tremenda para poder antecipar o funeral, o que só foi possível por causa de uma amiga de minha sogra”, lembrou. “Nesse intervalo até o enterro, o que a gente podia fazer era apenas esperar pela regulação”, completou.
Para sepultar a mãe, a família de Lígia pagou a taxa do documento de arrecadação municipal (DAM) no valor de R$ 31,34. Para crianças, a prefeitura cobra o valor de R$ 15,66. O serviço pode ser agendado pelos telefones 3322-1037 ou 156, das 8h às 12h e das 13h às 17h.
Questionada sobre a média de tempo para sepultamento nos espaços municipais, a Semop respondeu em nota que as vagas são predeterminadas pela central, mas “em alguns casos os familiares querem sepultar no cemitério próximo de onde residem, o que nem sempre é possível”.
Fonte: A Tarde
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