Quem passa pela frente do Centro Social de Simões Filho, nas primeiras horas da manhã pode presenciar uma enorme fila que ultrapassa o entorno da grade de proteção do prédio e chega a dobrar o quarteirão. A aglomeração de pessoas se dá por conta da demanda de procura por emprego na unidade de atendimento do SINE Bahia no município.
Essa situação não é comum apenas na cidade da Região Metropolitana, mas em todo o território nacional desde que a crise econômica que assola o país se instaurou no início de 2015, e se estende por tempo indeterminado.
Um balanço divulgado no último dia 31 de janeiro pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontou que a taxa de desemprego no quarto trimestre de 2016 chegou a 12%, o que representa 12,3 milhões de desempregados no Brasil. Na comparação com o terceiro trimestre do mesmo ano o índice teve alta de 3,1 pontos percentuais, sendo considerada a maior taxa da série história do indicador, iniciado em 2012.
Alguns trabalhadores chegam a reconhecer que a falta de oportunidade no mercado de trabalho não é fato exclusivo do simõesfilhense, que mesmo com todos os contratempos permanecem na esperança de dias melhores. Porém, no depoimento da munícipe Jeciane Mendes fica explicito que um bom atendimento e a clareza das informações no momento da pesquisa, ajudam a minimizar o sofrimento do trabalhador diante da procura pelo tão sonhado emprego.
“Tenho comparecido todos os dias em busca de uma oportunidade de emprego, mas como sabemos que nosso país está vivendo uma imensa crise, ainda não foi possível uma vaga para atender minha demanda no mercado de trabalho, no entanto, fui muito bem atendida pela coordenadora da unidade, que me recebeu em sua sala e esclareceu que todas as vagas enviadas ao posto são abertas no sistema e ficam a disposição do trabalhador, que pode também acessar o portal de casa e emitir a carta de encaminhamento”, afirmou Jeciane.
Já para o morador da Pitanguinha, Adailton a situação é ainda mais crítica, uma vez que, apesar de possuir qualificação na função de segurança, está à quase dois anos desempregado, sem expectativa de sucesso.
“Tenho dois anos desempregado e todos os dias estou aqui, e todo mundo já me conhece, mas nunca consigo carta nenhuma, inclusive as vagas que vejo na internet quando chego aqui já não encontro mais. Eu quero até mesmo fazer um apelo aí, que quem puder me dar uma oportunidade, eu estou disposto a trabalhar, por favor”, ressaltou o profissional de segurança .
Assim como Adailton, tantos outros trabalhadores que possuem qualificações nas mais diversas áreas estão com dificuldades de contratação. De acordo com o SINE, por dia são atendidas em média 150 pessoas sem ocupação na cidade.
Em entrevista exclusiva concedida ao Mapele News, o secretário de Desenvolvimento Econômico de Simões Filho, Nilton Novaes, esclareceu que evita dispor das oportunidades nos veículos de comunicação de grande circulação no município porque quando divulgadas, a demanda de procura é sempre muito maior do que a quantidade de vagas disponíveis, o que normalmente causa tumulto e desconforto tanto pra população como para os servidores.
No entanto, Nilton deixa claro que todas as pessoas que forem atendidas na unidade do SINE, poderão ter acesso direto às oportunidades oferecidas sem distinção alguma. Inclusive, está sendo gerado um relatório diário de atendimento informando os dados pessoais e os encaminhamentos para cada profissional.
Novaes ainda afirma, que todo cidadão que se sentir lesado e quiser ir até ele na sede da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SEDEC) para cobrar esclarecimentos, ele estará sempre disposto a dialogar e ouvir as sugestões para melhoria do serviço prestado.