Um dos cartões postais e de beleza natural, o distrito de Mapele, em Simões Filho, situado no fundo da Baía de Aratu, uma extensão da Baía de Todos os Santos carrega consigo um grande potencial que engloba modalidades diversas como gastronomia, artesanato, atividade pesqueira, turismo náutico entre outros.
Assim como outras comunidades simõesfilhenses, Mapele possui um povo ordeiro, acolhedor, cheio de talentos e muita disposição para vencer as batalhas do dia a dia com o suor de seus rostos, em uma luta constante, que supera os sonhos de viver dias melhores.
O que difere Mapele dos outros bairros é exatamente o berço histórico, a produção cultural e a capacidade de se transformar em uma “fábrica” de empregos, bens e serviços para o município como um todo, partindo do pressuposto daquilo que a própria natureza nos presenteou.
Apesar das riquezas ainda não exploradas, já vislumbradas por quem conhece de perto o lugar, durante anos a fio, muito do que poderia se converter em ganhos imensuráveis acabou gerando perdas incomparáveis, para uma comunidade que ainda carece de direitos básicos, como infraestrutura e saneamento.
A região da Capadócia, por exemplo, deslumbra-se aos olhares de muitos que conseguem perceber como essa região necessita de intervenções. Ao olhar em volta, vejo crianças brincado, uma paisagem belíssima e o desejo de um povo que anseia em contemplar o seu espaço valorizado, digno de tudo que há anos promete ser o mais rico e atrativo ponto turístico da região, mas, que aos poucos se perde no tempo.
Em meio ao contraste entre o que poderia ser feito e a realidade de sempre, me pego tentando achar respostas para alguns questionamentos: Por que Mapele ainda vive esquecida pelos poderes públicos? Por que a própria população simõesfilhense, em sua maioria, não se interessa em conhecer o bairro e ainda tenta marginalizá-lo como um lugar perigoso, afastado de tudo e com o desenvolvimento atrasado?
Seria porque as gestões passadas não conseguiram enxergar o que hoje se vê? Ou simplesmente faltou disposição para lutar por políticas públicas que gerassem investimentos para que no futuro, o local se tornasse rentável e ainda mais atrativo? Ou ainda porque se subestimou a capacidade da comunidade em manter as tradições que fazem do lugar rico em belezas e especial por natureza?
Na realidade, essas são perguntas que talvez não tenham respostas concretas, mas que podem levar a uma reflexão acerca do que pode ser feito e de onde deve partir a iniciativa para se mudar o triste contexto.
Atualmente, Mapele dispõe de figuras influentes na sociedade simõesfilhense, como é o caso dos vereadores Manoel Carteiro e Elimário Lima, que juntos representam o bairro considerado umas das maiores escolas eleitorais do município.
Também agrega valores à imprensa local, com a atividade do próprio site Mapele News, através do seu fundador e morador da localidade, Silvio Souza e ainda do nativo repórter Valfredo Silva, que há mais de 40 anos atua em emissoras de rádios conhecidas em toda a RMS.
Mesmo assim, tamanha influência não foi suficiente para tornar o distrito um bairro nobre, valorizado e bem frequentado, inclusive por empresários e políticos que preferem gastar seus honorários desfrutando do lazer nas diversas opções da capital soteropolitana ou em praias do litoral norte.
A promessa de dias melhores
Depois de muito tempo sem nenhuma perspectiva, a comunidade de Mapele voltou a sonhar com dias melhores. Desde que assumiu a gestão em janeiro de 2017, ou até antes mesmo de ser eleito, durante o período de campanha política, o prefeito Diógenes Tolentino vem prometendo investir em recursos que proporcionem ao bairro todas as intervenções necessárias.
Em diversas oportunidades, Dinha revelou publicamente o desejo de fazer em Mapele um grande polo turístico de Simões Filho. O seu projeto envolve pavimentação da orla, construção de quiosques e pontos comerciais e obras de infraestrutura por todo o bairro.
Em entrevistas anteriores o prefeito chegou a comentar sobre o investimento em parceria com o governo estadual para fomentar o turismo náutico na Baía de todos os Santos incluído a Baía de Aratu, onde serão aplicados cerca de R$ 80 milhões.
São nessas ações que a comunidade tem baseado a expectativa de que, em um futuro próximo Mapele será a morada dos sonhos. Não por possuir mansões espelhadas, com carros importados nas garagens, mas pelo sentimento de pertencimento e valorização que poderão ser aflorados no cotidiano de cada cidadão.
O progresso chega a passos curtos
Alguns passos já foram dados para transformar a realidade do bairro. Em outubro do ano passado, o distrito recebeu a visita do ex-atleta e representante da Confederação Brasileira de Canoagem, Sebastián Cuattrin, a pedido do prefeito Dinha, que na oportunidade, avaliou as águas da Baía de Aratu como excelentes condições para a prática esportiva, garantindo a realização de uma etapa do Campeonato Brasileiro de Canoagem na localidade.
Com a vinda do Campeonato de Canoagem, os moradores acreditam que não restará a gestão municipal outra alternativa a não ser cuidar do bairro realizando intervenções em caráter de urgência, afinal, como iremos receber os atletas se ainda não dispomos da estrutura necessária para abrigar os visitantes e oferecer o melhor?
Outras ações que tem fomentado o turismo e atraído importantes visitantes ao local são: a tradicional “Festa dos Pescadores”, que infelizmente no último ano não aconteceu por falta de apoio do poder público, o badalado Forró de Mapele, promovido pela comunidade em parceria com vereadores, prefeitura municipal e com apoio do Mapele News e a famosa Travessia a Nado de Mapele, que esse ano teve a sua segunda edição.
Com essas e outras ações a comunidade busca chamar a atenção das autoridades e também elevar a autoestima do povo, que permanece desacreditado e busca poder realizar o sonho de ver o bairro ocupando o lugar de destaque que, sem dúvidas, merece ter.
Por: Tatiane Santos