Uma grave denúncia foi feita por uma paciente atendida no Hospital Municipal de Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador (RMS). Em contato com a reportagem do Mapele News ela reclamou de negligência no atendimento e apontou possíveis irregularidades.
Somente quem teve a oportunidade de conversar com a paciente, que preferiu manter sua identidade no anonimato, pode entender o drama vivido por ela nos últimos dias. Em um depoimento bastante emotivo, ela contou como tudo aconteceu e o que a motivou a procurar a reportagem para denunciar a situação.
De acordo com ela, que estava grávida de aproximadamente 09 semanas, ao sentir fortes dores e perceber uma intensa perca de sangue, decidiu se deslocar para a unidade hospitalar na companhia de uma amiga.
Ao chegar, a mulher conta que não demorou de passar pela triagem e logo foi encaminhada para uma suposta “Dr. Tatiane” a quem ela se recorda bem de ter ouvido a recepcionista se reportando.
Durante o atendimento, a paciente conta que foi examinada e a doutora informou que apesar da hemorragia aparente, o bebê estaria em perfeitas condições e que depois de fazer uso do medicamento apropriado, a futura mamãe poderia prosseguir normalmente com a gestação.
“Ela me disse que estava tudo bem, que o colo do meu útero estava fechado e que eu não tinha perdido o bebê não. Só que eu já estava colocando aqueles coágulos de sangue para fora e eu já sabia que tinha perdido meu filho. Eu questionei o fato de estar perdendo muito sangue e ela me disse que era normal”, contou ela.
Após o atendimento, a gestante revelou que foi medicada com Buscopan intravenoso e ficou em observação por alguns minutos. Depois da observação, ela retornou para o consultório e a médica deu alta, lhe entregando o receituário para um medicamento que deveria ser administrado em casa. Somente após ter saído do hospital, a paciente percebeu que alguma coisa estava entrando em contraversão.
Ela percebeu que o carimbo e a assinatura que a médica utilizou na receita não conferem com o meso nome que a profissional estava sendo chamada pelos demais funcionários do hospital e isso lhe causou estranheza.
“Eu me lembro bem que a menina chamou a médica de Dr. Tatiane, mas na receita o nome era completamente diferente. Eu pesquisei na internet pelo número do CRM e o nome da doutora Solange Sampaio, que foi utilizado no carimbo está atrelado a uma profissional especialista em pediatria, enquanto eu deveria ter sido atendida por um obstetra”, disse ela.
Ainda bastante confusa, a mulher disse que utilizou o medicamento receitado, mas continuou perdendo sangue e só depois que procurou uma maternidade em Salvador descobriu que efetivamente não havia mais gravidez.
Além da frustração de ter perdido o bebê, a paciente tenta buscar respostas para a divergência entre o nome da médica que foi chamada para atendê-la e as informações contidas no carimbo do receituário.
“Isso é muito grave. Uma pessoa pode estar se passando por outra e isso não é certo. È provável que eu tenha sido atendida por uma pediatra ao invés de uma obstetra e ela nem teve competência para verificar que eu já tinha perdido meu filho. Ainda não sei o que vou fazer, mas sei que isso não poderia ficar em oculto”, declarou.
A nossa reportagem entrou em contato com a direção do hospital que ficou de averiguar o que pode ter ocorrido para então se pronunciar oficialmente sobre o caso.