Um desabafo emocionado de uma mãe chamou a atenção de toda a população de Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador (RMS), na manhã desta sexta-feira (10).
Quem escutou o programa Panorama de Notícias, transmitido pela rádio Simões Filho FM 87.9, pôde conhecer a comovente história da dona de casa Manoela Santana, mãe das crianças Nicolas Santana Santos, de 2 anos e Neytan Santos, 5 anos que além de deficiências neurológicas, possuem deficiência nos membros inferiores.
De acordo com Manoela, que mora sozinha com os filhos no Conjunto Habitacional Ipitanga, acerca de um ano ela vem pedindo apoio da atual gestão municipal para oferecer o mínimo de assistência a sua família, mas até o momento nada foi feito.
“Eu nunca recebi nada, não tive resposta de ninguém. Eu falei pessoalmente com o prefeito em dezembro, ele mandou deixar as informações com a secretária dele Karol, eu deixei e até hoje não tive respostas. Eu só pedi uma ajuda em relação à bota dos meus filhos, porque o mais velho tem um osso a menos na perna e o médico disse que ele precisa da bota com urgência. Aí os ossos dele estão se separando e ele precisa da bota para tentar corrigir. Ele cai mais e está sofrendo mais porque chegou a cair e quebrar o braço, precisou fazer cirurgia e não pode mais ficar caindo”, explicou Manoela ao repórter Romário dos Santos.
Ainda segundo a mãe, as crianças possuem uma despesa enorme com medicamentos que não são oferecidos pelo município, bem como fraldas descartáveis e alimentação que acabam comprometendo toda a renda da família e como ela não pode trabalhar, a situação tem se tornado insustentável.
“Os medicamentos que eles tomam, aqui em Simões Filho não é dado eu tenho que me dirigir para um hospital de Salvador ou tenho que comprar. A minha questão econômica é muito difícil, eu vivo com ajuda de vizinhos, porque recebo o benefício de um dos meus filho só e somente de fralda e alimentação eu acabo gastando tudo, porque os dois usam fraldas”, revelou ela.
Conforme relato de Manoela, nem mesmo a Secretaria de Assistência Social, que já teve conhecimento do caso está disponibilizando qualquer benefício para a família. A única assistência até o momento é com a profissional neuropediatra.
“Aqui em Simões Filho eu não tive apoio em nada. A única coisa que meus filhos têm aqui é a médica neuropediatra, Dr. Iara que é excelente. Eu não tenho o que dizer dela, está fazendo um ótimo trabalho com meus filhos, mas fora isso, psiquiatra e outras coisas eu tenho que procurar em Salvador”, comentou.
Diante da difícil situação, Manoela resolveu fazer um apelo. “Eu preciso de ajuda. Meu filho tem 5 anos e já tem dois anos que eu estou nesta luta para conseguir essa bota dele e cada vez que passa, as pernas do meu filho estão piorando. Eu faço um apelo para quem possa ajudar.
Quem vê todo o dia as pernas do meu filho entortando sou eu e ele pode a qualquer momento ficar em cima de uma cama e eu não quero ver meu filho em cima de uma cama. Eu quero ver meu filho correndo, brincando, jogando bola e ele não pode fazer nada disso. Ele não pode fazer nada que uma criança normal possa fazer”, desabafou ela emocionada.
Por cauda do tempo que precisa ser dedicado integralmente às crianças, a mãe declara que não tem mais vida social, no entanto, o que mais preocupa ela é a impossibilidade de oferecer mais conforto e qualidade de vida aos seus filhos.
“Eu não tenho praticamente vida social, porque eu vivo pros meus filhos o dia todo. Na hora que eles dormem eu durmo e quando dá pra eu fazer alguma coisa eu faço, porque eu tenho que viver para eles. A médica deixou bem claro que um tem autismo e o outro tem retardo mental grave e ainda tem o problema motor que eles não sentem nada, vivem de fralda o dia todo. Então, eu necessito de ajuda e não tenho. Não ganho cesta básica, nem fralda, nem nada. Sempre que vou atrás não encontro”.
De acordo com a equipe do Panorama de Notícias, após o término do programa, o Secretário de Governo Edson de Santana entrou em contato com a produção, afirmando que a gestão do prefeito Dinha irá resolver os problemas de Dona Manoela.
Foto: Romário Santos