Após a veiculação da notícia de que ao menos três pessoas morreram no último final de semana à espera da Central de Regulação do Estado, no Hospital Municipal de Simões Filho, a secretária de Saúde, Dr. Maria Betânia comentou publicamente sobre o caso.
Em entrevista no início da tarde desta segunda-feira (10), Betânia confirmou os três óbitos ocorridos no último domingo (09) e mais um paciente de prenome Pedro, que chegou ao hospital já sem vida na manha de hoje.
“Ontem foi um dia muito triste para o município de Simões Filho, porque houveram três óbitos, das pessoas de prenomes Valdelice, Antônio e Crispim. Pessoas que já estavam no hospital e que a gente tentou a finco a transferência, inclusive a ambulância chegou a vir buscar seu Antônio, mas no momento em que ela chegou ele já estava muito grave e não foi possível o transporte”, disse ela.
De acordo com a chefe da pasta, o paciente Crispim Fernandes de Carvalho, de 59 anos que estava há quase uma semana na unidade hospitalar também chegou a conseguir a regulação, mas não pôde ser transferido a tempo.
“Conseguimos a regulação para o senhor Crispim, porém a unidade para qual havia sido determinada a transferência dele não tinha o perfil da patologia que ele tinha. Então, a gente tentou de todas as maneiras, ontem eu estava pessoalmente tentando essa regulação, falei várias vezes com os parentes de seu Crispim no meu telefone particular, mas infelizmente nós não conseguimos”, comentou ela.
Ainda especificamente sobre o paciente Crispim, Betânia falou que desde a última quinta-feira (06) tentava a regulação. Os outros pacientes ela não soube dizer precisamente quanto tempo ficaram aguardando, mas explicou que fez tudo que estava ao seu alcance para que eles fossem encaminhados para uma unidade de alta complexidade.
“A Secretaria de Saúde fez tudo oficialmente, que é colocar o paciente na regulação, atualizar até às 10 horas da manhã de todos os dias o quadro do paciente, mas, além disso, nós fomos pessoalmente tentar, que foge a alçada da Secretaria de Saúde. A gente foi pessoalmente por respeito ao doente”, ressaltou ela.
Sobre o que tem sido feito para minimizar as demandas dos pacientes de alta complexidade no município, para que a população não fique dependendo apenas da Central de Regulação, Betânia revelou algumas intervenções.
“Hoje graças a Deus o Hospital Municipal conta com a credibilidade da população. Hoje nós funcionamos em 100% e por isso a população nos procura, mas nós não estamos capacitados ainda para manter o paciente de UTI. Estamos em construção de dois leitos para pacientes de alto risco. Isso foi feito porque o prefeito nos pediu junto à gestão do hospital, exatamente pelo número de casos graves que estão vindo”.
A doutora ainda lamentou as percas dos pacientes e disse que “antes de ser secretária de Saúde ela é médica e por isso, perder um paciente assim não é bom, não é uma coisa boa para ninguém”.