Uma suposta quebra de acordo do prefeito de Camaçari, Antônio Elinaldo (DEM/UB), teria enfurecido lideranças do PSDB, Cidadania e Republicanos na Bahia. A insatisfação se dá porque, na última eleição municipal, o democrata se aliou com alguns vereadores dos três partidos para ter apoio em sua reeleição e, em troca, os edis deveriam apoiar nomes das próprias legendas no pleito de 2022 – sem qualquer tipo de obrigações futuras nas urnas com nomes ligados ao prefeito.
O acordo se daria da seguinte forma: para ter o apoio das legendas, Elinaldo se aliou a três vereadores do Cidadania, três do PSDB, e dois do Republicanos. Em troca, esses mesmos vereadores estariam liberados para apoiar Joceval Rodrigues, Adolfo Viana e Márcio Marinho, respectivamente. O primeiro é vereador de Salvador e vai tentar uma cadeira na Câmara dos Deputados. Já os deputados federais Viana e Marinho buscam a reeleição.
Porém, nos últimos dias, o compromisso foi desfeito e, com o aval de Elinaldo, os edis bateram o martelo na decisão de apoiar a candidatura do colega de partido do chefe do Executivo camaçariense, o deputado federal Paulo Azi.
O Bahia Notícias procurou os deputados Adolfo Viana e Márcio Marinho, mas não obteve retorno. Já Joceval Rodrigues disse que prefere não comentar o assunto e o Cidadania também permanece em silêncio.
RESPINGA EM NETO?
Mesmo com a relação de proximidade entre Elinaldo e o ex-prefeito de Salvador e pré-candidato ao governo do Estado ACM Neto (DEM/UB), a crise não deve retirar apoios do democrata na corrida pelo Palácio de Ondina.
Segundo fonte ouvidas pelo Bahia Notícias, é muito difícil que o problema respingue em Neto e resulte em rompimento. PSDB e Cidadania são aliados de longa data e isso não deve mudar por conta do episódio.
Porém o quadro muda no caso do Republicanos. O partido liderado por Márcio Marinho ensaia lançar o ministro da Cidadania, João Roma, na disputa ao Executivo baiano e as relações estão estremecidas.
Por Gabriel Lopes / Anderson Ramos