Otto é pleiteado como vice de Alckmin para sucessão presidencial em 2018


O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), quer atrair o senador Otto Alencar (PSD) para a vaga de vice em sua chapa na sucessão presidencial de 2018, da qual é pré-candidato.

Para os estrategistas políticos do tucano, a dobradinha com um nome de expressão no Nordeste é vista como essencial para impulsionar Alckmin na região, onde o tucano tem os menores índices de intenção de voto.

O Presidente nacional do PSD e ministro da Ciência e Tecnologia, Gilberto Kassab, apoia a ideia e está interessado em ter o partido como número dois do Planalto, caso Alckmin vença a disputa.

No entanto, a candidatura de Otto a vice tiraria o parlamentar da disputa pelo governo do estado e enfraqueceria a base aliada ao PT na Bahia. Cenário que beneficia  diretamente o DEM.

Otto, que preside o PSD na Bahia recentemente conseguiu a eleição de seu indicado político e correligionário Ângelo Coronel para a Assembleia Legislativa, que de acordo com ele não ampliará o poder do seu grupo político no legislativo baiano, visto que a eleição ocorreu em parceria com outros partidos e lideranças.

“Não altera nada, ele está sendo eleito com vários partidos e lideranças. Ao contrário do que as pessoas falam, não me considero vitorioso ou mais forte, disse. Coronel só vai ser vitorioso se prestar grande serviço aos baianos”, revelou ele.

 

Procuradoria revela que senadores do PMDB receberam 40 milhões em propina


Na manhã desta quinta-feira (23), a Polícia Federal deflagrou a 38ª fase da Operação Lava Jato, apelidada de Operação Blackout, que apura o pagamento de US$ 40 milhões em propina a políticos e diretores da Petrobras.

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Segundo o Ministério Público Federal a maior parte dos valores pagos a políticos foi direcionado a membros da bancada do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) no Senado.

Na operação, foram expedidos mandados de prisão a dois operadores financeiros: Jorge Luz e Bruno Luz, pai e filho, lobistas na Petrobras e ligados ao PMDB. Ambos estão nos Estados Unidos e foram incluídos na lista de procurados da Interpol (Polícia Internacional).

De acordo com a Polícia Federal e a Procuradoria, Bruno Luz, que tem cidadania portuguesa, está nos EUA desde agosto, já seu pai viajou em janeiro. Amigos da família relataram à Folha que eles estariam morando em Miami, na Flórida.

Jorge e Bruno Luz usavam contas no exterior para repassar a propina a agentes públicos, na Suíça e nas Bahamas, segundo a Procuradoria. Eles teriam atuado em pelo menos cinco contratos da Petrobras, como na compra de navios-sonda, aluguel de terminais e fornecimento de asfalto.

Segundo o procurador Diogo Castor de Mattos, além das contas no exterior, eles mantinham empresas dentro do Brasil que recebiam recursos de empreiteiras investigadas na Lava Jato, como a Schahin Engenharia.

Luz e seu filho também foram citados por delatores como Fernando Baiano, de quem é considerado uma espécie de “patrono”, e Nestor Cerveró, que o apontou como o idealizador da ocupação da diretoria Internacional pelo PMDB.

Segundo Cerveró, o lobista considerava que a diretoria seria “um bom filão” para a obtenção de recursos para as campanhas eleitorais do partido.

O ex-diretor admitiu em delação que pagou pelo menos US$ 6 milhões em propina ao PMDB via Jorge Luz, em 2006, para a campanha eleitoral. O repasse, segundo ele, foi acertado em um jantar na casa de Jader Barbalho, em Brasília, com a presença de Renan Calheiros, Paulo Roberto Costa e Sergio Machado, ex-presidente da Transpetro.

Em despacho, o juiz Sergio Moro ressaltou o caráter serial dos crimes com intermediação reiterada de pagamento de vantagem indevida a diversos agentes públicos,  diretores e gerentes da Petrobras, em pelo menos cinco contratos diferentes da Petrobras, aliada à duração da prática delitiva por anos e a sofisticação das condutas delitivas, com utilização de contas secretas  no exterior  é indicativo de atuação criminal profissional.

Temer sanciona lei que estabelece a reforma do ensino médio


O presidente Michel Temer sancionou hoje (16), em cerimônia no Palácio do Planalto, a reforma do ensino médio. Durante o evento, o presidente disse que, a exemplo das outras reformas, a reformulação do ensino médio só foi possível graças à ousadia do governo, de encarar a polêmica que cerca os temas relevantes para o país.

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Segundo o presidente, a sanção da medida provisória (MP) da reforma do ensino médio representa um “momento revelador” de seu governo, “com ousadias responsáveis e necessárias para que o país possa crescer e prosperar”.

Temer acrescentou que as discussões em torno da matéria acabaram por aperfeiçoá-la. “Temos enviado propostas que geram saudável polêmica. A polêmica, crítica portanto, gera aperfeiçoamento. Certa e seguramente, algumas modificações feitas pelo Congresso Nacional foram feitas pela sociedade. Acabou, então, saindo uma coisa consensual.”

“Estamos ousando. Quem ousaria fazer um teto para os gastos públicos? Seria muito fácil o presidente chegar e gastar à vontade sem se preocupar com as reformas fundamentais, ou seja com o país no futuro. Não estamos fazendo isso. Propor o teto foi uma ousadia muito bem-sucedida. Agora, a do ensino médio”, acrescentou.

Em seu discurso, o ministro da Educação, Mendonça Filho, disse que a MP representa “a mais estrutural mudança na educação pública do Brasil”, que demorou mais de 20 anos para ser implementada. “Debate houve [ao longo desse período]. O que não existia na prática era vontade e decisão política de fazer avançar”, disse Mendonça, ao lembrar que há no país 2 milhões de jovens excluídos da educação, em um total de 8 milhões. “É consensual, no meio, a necessidade de mudanças.”

“A escola do ensino médio era estática, com 13 disciplinas obrigatórias. [O aluno] tem de assimilar aquele conteúdo de forma similar e igual para todos, como que cada um tivesse um perfil igual ao outro”, acrescentou o ministro.

Mudanças

Aprovada na última semana pelo Senado, a nova legislação prevê que o currículo seja 60% preenchido pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e que os 40% restantes sejam destinados aos chamados itinerários formativos, em que o estudante poderá escolher entre cinco áreas de estudo: linguagens, matemática, ciências da natureza, ciências humanas e formação técnica e profissional. O projeto prevê ainda que os alunos escolham a área na qual vão se aprofundar já no início do ensino médio.

As escolas não são obrigadas a oferecer aos alunos todas as cinco áreas, mas devem oferecer ao menos um dos itinerários formativos. Durante a tramitação na Câmara, o projeto retomou a obrigatoriedade das disciplinas de educação física, arte, sociologia e filosofia na Base Nacional Comum Curricular, até então fora do texto original.

A proposta apresenta também uma meta de ampliação da carga horária para pelo menos mil horas anuais e, posteriormente, chegar a 1.400 horas para as escolas do ensino médio. Elas devem ampliar a carga horária para cinco horas diárias – atualmente são obrigatórias quatro horas por dia. A intenção é que progressivamente amplie-se a carga horária para sete horas diárias, para ofertar educação em tempo integral. Para viabilizar essa ampliação, será disponibilizado apoio financeiro do governo federal.

Outra mudança importante foi a permissão para que profissionais com notório saber, mas sem formação acadêmica específica, possam dar aulas no ensino técnico e profissional. Com isso, um engenheiro, por exemplo, poderá dar aulas de matemática ou física.

Sancionada a MP, o próximo passo a ser dado é implantar a Base Nacional Comum Curricular que, atualmente, está sendo elaborada por um comitê presidido pelo Ministério da Educação.

O presidente do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), Fred Amâncio, destacou o fato de a reforma ajudar a tornar a escola mais atrativa aos estudantes brasileiros. Segundo Amâncio, a flexibilidade do ensino médio está alinhada também com o Plano Nacional de Educação, que apresenta metas para a melhoria do sistema educacional brasileiro.

Deputados, senadores e ministros poderão ter suspensão de foro privilegiado


Após as discussões quanto à nomeação de Moreira Franco, que foi citado na Lava Jato, como ministro, o também ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, enviou ao plenário da Corte um processo para restringir o alcance do foro privilegiado para deputados senadores e ministros.

Segundo informações da Folha de S. Paulo, Barroso espera que os demais ministros se pronunciem sobre a possibilidade de restringir o foro a casos relacionados a acusações por crimes cometidos durante e em razão do exercício do cargo.

Se assim fosse, inquéritos e ações penais abertas em primeira instância não seriam remetidos ao Supremo quando o alvo for eleito para um cargo no Congresso ou ganhar título de ministro.

Assim, acusações sobre fatos ocorridos antes de assumir o cargo seriam julgadas em instâncias inferiores. De acordo com a publicação, Barroso cita 357 inquéritos e 103 ações penais que tramitam hoje no STF. A presidente do Supremo, Cármen Lúcia, terá agora que definir quando o processo enviado por Barroso será julgado na Corte.

O foro privilegiado é um direito adquirido por algumas autoridades públicas, de acordo com o ordenamento jurídico brasileiro, garantindo que possam ter um julgamento especial e particular quando são alvos de processos penais.

Justiça decreta suspensão dos direitos políticos da deputada estadual Luiza Maia


O juiz de direito Augusto Borges de Andrade, titular da 1ª Vara de Fazenda Pública da cidade de Camaçari, decretou a suspensão dos direitos políticos da deputada estadual Luiza Maia (PT) por cinco anos.

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A decisão do magistrado foi expedida nesta segunda-feira (6) e publicada no Diário Oficial da Justiça desta terça (7). A petista é acusada de se autopromover, quando ainda era vereadora e presidente da Câmara de Camaçari. Em 2009, a então edil contratou uma empresa de comunicação para elaborar duas revistas sobre o Legislativo municipal: “O Legislativo” e “Ação Camaçari”.

De acordo com a denúncia do Ministério Público estadual, Luiza Maia firmou contrato com a empresa KatiaFlavia LTDA no valor anual de R$ 300 mil. Segundo a decisão do juiz, as publicações, além do caráter autopromocional da então presidente da Câmara com a utilização de recursos públicos, divulgavam fotografias de todos os vereadores com os nomes e os seus respectivos partidos, constando ainda uma pequena biografia.

O MP ressaltou ainda o fato de a vereadora Luiza Maia ter, no ano seguinte, disputado o cargo de deputada estadual, obtendo êxito nas urnas. “A requerida concorreu nas eleições para o legislativo estadual, em que fora eleita, para o cargo de deputada estadual, presumindo-se que efetivamente causara dano ao erário, para fins de publicações em caráter predominantemente pessoal”, frisa o juiz.

A petista começou a ser punida quando o Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) analisou o caso e julgou pela procedência de representação contra a ex-vereadora. Na ocasião, a Corte aplicou uma multa no valor de R$ 153,1 mil. No entanto, Luiza Maia entrou com recurso e os valores da multa e do ressarcimento foram reduzidos.

Após a reconsideração, a multa caiu para R$ 10 mil e o valor do ressarcimento ficou R$ 35 mil. O titular da 1ª Vara da Fazenda Pública de Camaçari julgou procedente a denúncia do MP e condenou Luiza Maia a pagar a diferença do ressarcimento entre o valor determinado inicialmente pelo TCM e o pago após a reconsideração.

Assim, a agora deputada deverá ainda devolver R$ 117.560,00 à Fazenda Pública Municipal de Camaçari. “Condeno ainda a requerida ao pagamento de multa no valor em dobro da referida condenação, referente ao benefício financeiro pago ilegalmente a mando desta, com as devidas correções na forma da lei até o efetivo pagamento”, determina o magistrado.

O outro lado

Procurada pelo Bocão News, a parlamentar afirmou que foi surpreendida com a decisão do juiz e diz que vai recorrer da sentença.

“Fui pega de surpresa com a sentença do juiz, já que o próprio Ministério Público, que havia entrado com a ação à época, ao final do processo se pronunciou pela improcedência da ação, por falta de provas. A decisão, contudo, não tem efeito imediato e entraremos com recurso. Trata-se de uma grande injustiça, e eu vou provar no tribunal a minha inocência”, disse a deputada Luiza Maia.

Por Aparecido Silva

Luiza Maia vira ré em ação penal por calúnia contra conselheiro do TCM


O Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), por maioria dos votos, aceitou a queixa-crime contra a deputada Luiza Maia por calúnia contra o conselheiro Paolo Marconi, do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM).

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O julgamento havia sido iniciado no dia 23 de setembro de 2016, quando o desembargador Eserval Rocha pediu vista do processo. Nesta sexta-feira (27), durante a primeira sessão plenária judicante, o desembargador liberou o voto-vista para abertura da ação penal contra a parlamentar. Paolo abriu a queixa-crime contra a deputada por declarações feitas em matérias jornalísticas.

Nas matérias, Luiza Maia acusava Paolo de perseguir seu marido, Luiz Caetano, então prefeito de Camaçari. “Não restam dúvidas de que o conteúdo de suas palavras, entre elas a expressões ‘irresponsável’, ‘incompetente’, ‘manipulador’, ‘fraudador’, ‘conselheirozinho’ e ‘perseguidor’ estão completamente dissociadas de sua atividade parlamentar e denotam apenas interiorização de ofensas de natureza extremamente pessoal”, afirmou Eserval Rocha.

A defesa da parlamentar afirmou que não ficou comprovado o dolo específico ao conselheiro. Durante a audiência em setembro, os advogados de Paolo Marconi afirmaram que as ofensas não estavam cobertas pelo manto da imunidade parlamentar, pois não foram proferidos na tribuna da Assembleia Legislativa e que as ofensas abalam a honra do autor da reclamação. Para Eserval, não há proteção parlamentar para as ofensas proferidas, pois foi feita em veículos de comunicação, e por isso, votou pelo recebimento da ação.

O relator, desembargador Júlio Travessa, em seu voto, afirmou que a ação não poderia prosperar diante da imunidade parlamentar. Outras queixas similares contra a deputada foram julgadas improcedentes. O relator afirmou que a ação aguardou a liberação do voto-vista por quatro meses, e que, em uma situação similar, o Tribunal rejeitou uma queixa envolvendo o presidente da Assembleia Legislativa. “Estou sendo coerente com meu posicionamento que eu externei naquele momento”.

O desembargador Eserval Rocha pediu novamente a palavra para uma explicação que entendia ser “desnecessária”. “Não é por desconhecimento aqui da dificuldade que está se tendo para realização de quórum, em especial, por esse tipo de processo, mesmo porque o desembargador Júlio Travessa não é corregedor nacional.

O processo ficou quatro meses comigo e nesse tempo deixou de ter quórum para julgamento, sem contar o período em que esteve legalmente de férias. Não reconheço na pessoa do desembargador a correição que quer me passar”, reclamou. Travessa afirmou que Eserval entendeu de “forma equivocada”. “Eu não estou insinuando. Eu estou afirmando categoricamente que o pedido de vista foi feito em setembro. E não estou querendo julgar a conduta do desembargador não. Cabe a ele e a consciência dele fazer essa análise. Eu não estou representando contra ele.

Agora, eu estou sendo fiel com a certidão que tenho”. O desembargador Carlos Roberto, afirmou que, “se formos processá-los criminalmente por sua atuação, pelos seus pronunciamentos, irão inibi-los e, por via das dúvidas, eles não abrirão mais suas bocas, vão ficar calados na Assembleia. Os parlamentares não podem ser amordaçados por ações penais”, asseverou.  A queixa-crime, por maioria dos votos, foi aceita e, a partir de agora, serão realizadas oitivas de testemunhas e Luiza Maia responderá a ação por calúnia como ré.

por Cláudia Cardozo

Rui Costa nomeia Wagner e quatro outros novos secretários


A minirreforma do secretariado do governador Rui Costa (PT) se confirmou no final da noite desta sexta-feira (20). Como previsto no meio político, o ex-governador e ex-ministro Jaques Wagner se tornou secretário, assumindo a pasta do Desenvolvimento Econômico (SDE). Houve mudanças em outras quatro secretarias.

Com a confirmação do nome do petista, o arquiteto Jorge Hereda, que era o secretário da SDE, passa a assumir a BahiaInveste. Após a queda da presidente Dilma Rousseff, Wagner passou a cooperar com o governo Rui Costa e, em novembro do ano passado, assumiu o comando do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social do Estado da Bahia (Codes).

Trocas do PCdoB

Entre as mudanças estão também uma troca de cadeiras nos cargos ligados ao PCdoB. A ex-diretora-geral da Bahiafarma, Julieta Palmeira, assume a Secretaria Estadual de Políticas para Mulheres (SPM), até então comandada por Olívia Santana. Olívia se torna titular da Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre), que estava sendo comandada pelo também comunista Álvaro Gomes, ex-deputado estadual.

Outras mudanças

Já o deputado federal Fernando Torres (PSD) vai assumir a Secretaria de Desenvolvimento Urbano (Sedur), e Vivaldo Mendonça assume a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti). Quem saiu da Sedur foi Carlos Martins, que não teve nome indicado para outro cargo até o momento.  Ficou para depois a nomeação do titular da Secretaria do Meio Ambiente (Sema), em substituição a Eugênio Spengler. Em nota, o governo informou que o novo nome será divulgado nos próximos dias.

Rui também anunciou, pelo Twitter, a nomeação de Abal Magalhães para a presidência da Conder. Às 22h37 ele postou na mesma rede social: “Estou saindo agora da Governadoria porque fiz questão de conversar pessoalmente com cada um antes de anunciar as mudanças no secretariado”.

Em nota, Rui justificou a reforma. “As mudanças vão acontecendo de forma muito natural. O objetivo principal é melhorar ainda mais a gestão pública oferecendo à população dinamismo nos serviços prestados pelo Estado”.

Redação Correio 24h

Momento é grave, mas há tempo de salvar democracia, diz Dilma


A ex-presidente Dilma Rousseff publicou artigo neste sábado (14) em que analisa os primeiros meses da gestão de Michel Temer após o impeachment. No texto, ela afirma que que o país caminha para um futuro “incerto”, mas que “ainda há tempo de salvar a nossa jovem democracia” por meio da realização de eleições diretas e de reforma política.

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“O Brasil caminha para um futuro incerto, a depender do governo ilegítimo, que tem mostrado sua verdadeira face, frustrando as esperanças da sociedade. A solução passa por eleições diretas para presidente, substituindo o governo ilegítimo. Essa é a condição imprescindível para o País sair da crise e retomar o rumo da democracia, do crescimento e da geração de empregos”, escreve Dilma, no artigo publicado pela revista Carta Capital.

” Tramaram um golpe que contou com o apoio de oposicionistas, traidores e parte da mídia e lançou o País em um período de incertezas e retrocessos”, afirma a ex-presidente.

Dilma comenta episódios como o da saída do ex-ministro da Secretaria de Governo Geddel Vieira Lima, pautas como a reforma da previdência e a PEC do Teto de Gastos.

“A democracia tem sido corroída pelo Estado de Exceção. A interrupção ilegal do mandato de uma presidenta é o mais destruidor dos elementos desse processo, pois contamina as demais instituições”, defendeu.

Não há como sair da crise sem redefinir o sistema político, carcomido por práticas fisiológicas e corruptas, combalido pela fragmentação de partidos e pela lógica do imediatismo que não leva em conta os interesses do País”, escreveu.

“Esse é o caminho para conter o retrocesso e garantir que a vontade do povo prevaleça quando se define o nosso destino”, completa, voltando a defender a convocação de eleições diretas.

MPF diz que Geddel integrava ‘verdadeira organização criminosa’


No documento em que pediu a realização de busca e apreensão em residências de Geddel  Vieira Lima, o Ministério Público Federal escreveu que ele e outras pessoas “faziam parte de uma verdadeira organização criminosa”. Os investigados manipularam recursos e créditos que seriam emprestados pela Caixa Econômica Federal.

Conforme já mostramos, as buscas e a quebra de sigilo bancário foram autorizadas pelo juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal do DF, em 19 de dezembro de 2016.

“Os elementos de prova colhidos até o presente momento apontam para a existência de uma organização criminosa integrada por empresários brasileiros e agentes públicos que, ocupando altos cargos na Caixa Econômica Federal e no Parlamento brasileiro, desviavam de forma reiterada recursos públicos a fim de beneficiarem a si mesmos, por meio do recebimento de vantagens ilícitas, e a empresas e empresários brasileiros, por meio da liberação de créditos e/ou investimentos autorizados pela Caixa Econômica Federal em favor desses particulares”, escreveu o procurador da República Anselmo Henrique Cordeiro Lopes.

Michel Temer altera programas sociais de Lula e Dilma


Sob acusações de promover retrocessos sociais, o presidente Michel Temer (PMDB) tem realizado uma série de alterações em programas criados nas gestões de Lula e Dilma. Em dezembro, o governo repaginou o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), para o qual anunciou a liberação de R$ 850 milhões. Além disso, o MEC anunciou que vai dar prioridade à oferta de cursos técnicos que sejam realizados simultaneamente ao Ensino Médio.

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Já no Bolsa Família foi feito um pente-fino pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário (MDSA), encontrando irregularidades em 1,1 milhão de benefícios. Também foi lançado um programa de revitalização de R$ 1,2 bilhão da Bacia do Rio São Francisco intitulado Novo Chico.

O Planalto também lançou o Cartão Reforma programa que bancará até R$ 5 mil em materiais de construção para a reforma de moradias.

BN