O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello, afirmou que as declarações de Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do Jair Bolsonaro, de que bastam um cabo e um soldado para fechar o STF, são “inconsequentes e golpistas”.
Disse ainda que a votação expressiva, recebendo quase 2 milhões de votos, que o deputado obteve para o parlamento não legitima uma “investida contra a ordem político-jurídica”.
Celso de Mello teve uma das reações mais indignadas e enfurecidas. Questionado, decidiu enviar a declaração por escrito à Folha, e pediu que ela fosse publicada “na íntegra e sem cortes”.
Escreveu Celso de Mello: “Essa declaração, além de inconsequente e golpista, mostra bem o tipo (irresponsável) de parlamentar cuja atuação no Congresso Nacional, mantida essa inaceitável visão autoritária, só comprometerá a integridade da ordem democrática e o respeito indeclinável que se deve ter pela supremacia da Constituição da República!!!! Votações expressivas do eleitorado não legitimam investidas contra a ordem político-jurídica fundada no texto da Constituição! Sem que se respeitem a Constituição e as leis da República, a liberdade e os direitos básicos do cidadão restarão atingidos em sua essência pela opressão do arbítrio daqueles que insistem em transgredir os signos que consagram, em nosso sistema político, os princípios inerentes ao Estado democrático de Direito”.
O vídeo com as declarações de Eduardo Bolsonaro, que circulam foram realizadas durante uma palestra, causando imenso desconforto na Suprema Corte.
Os ministros aguardam a chegada do presidente da Corte, Dias Toffoli, para discutir um posicionamento, o mesmo estava em Veneza para compromissos profissionais e deve chegar nesta segunda-feira (22) em Brasília.