Após 3 meses, Bolsonaro tem a pior avaliação entre presidentes de 1º mandato


Envolto em contínua crise política e sem assistir a uma melhora na economia, Jair Bolsonaro (PSL) registra a pior avaliação após três meses de governo entre os presidentes eleitos para um primeiro mandato desde a redemocratização de 1985.

Mas 59%, segundo o Datafolha, ainda acreditam que ele fará uma gestão ótima ou boa. O presidente completa cem dias de mandato na próxima quarta-feira (10).

Segundo o instituto, 30% dos brasileiros consideram o governo de Bolsonaro ruim ou péssimo, índice semelhante ao daqueles que consideram ótimo ou bom (32%) ou regular (33%). Não souberam opinar 4% dos entrevistados.

Envolto em contínua crise política e sem assistir a uma melhora na economia, Jair Bolsonaro (PSL) registra a pior avaliação após três meses de governo entre os presidentes eleitos para um primeiro mandato desde a redemocratização de 1985.

Mas 59%, segundo o Datafolha, ainda acreditam que ele fará uma gestão ótima ou boa. O presidente completa cem dias de mandato na próxima quarta-feira (10).

Segundo o instituto, 30% dos brasileiros consideram o governo de Bolsonaro ruim ou péssimo, índice semelhante ao daqueles que consideram ótimo ou bom (32%) ou regular (33%). Não souberam opinar 4% dos entrevistados.

Antecessores de Bolsonaro nas mesmas condições tiveram melhor desempenho. Fernando Collor (então no PRN) era reprovado por 19% em 1990, enquanto Fernando Henrique Cardoso (PSDB) marcava 16% de índices ruim ou péssimo em 1995.

Os petistas Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, alvos frequentes de críticas do atual presidente, eram mal avaliados apenas por 10% e 7% da população ao fim dos primeiros três meses do governo.

Na série histórica, Dilma é quem teve numericamente a melhor avaliação a esta altura do mandato, com 47% de ótimo/bom em 2011.

Não se comparam aqui os primeiros trimestres de presidentes reeleitos, pois suas imagens já passaram pela exposição de todo um governo além dos três meses: Lula se mantinha com uma rejeição confortável (14%), FHC amargava 36% e Dilma já começava a viver o inferno político que a derrubaria do cargo em 2016, com 60% de ruim e péssimo.

Os vices que assumiram desde a redemocratização também não são comparáveis —a aferição de Michel Temer (MDB) não foi feita, enquanto Itamar Franco tinha 11% de ruim/péssimo nesse intervalo.

Antes da posse, 65% esperavam que Bolsonaro fizesse um governo ótimo ou bom, 17%, regular, e 12%, ruim ou péssimo.

Os índices já eram os piores entre os presidentes eleitos para primeiro mandato desde a redemocratização.

Agora, a expectativa é positiva para 59%, mediana para 16% e negativa para 23%.

Nesses primeiros meses, Bolsonaro viveu diversos episódios de desgaste político: a investigação sobre milícias envolvendo o gabinete de seu filho Flávio na Assembleia do Rio, as candidaturas de laranjas de seu partido, os entrechoques entre militares e a ala do governo sob influência do escritor Olavo de Carvalho, a crise no MEC, a troca de farpas com o Congresso e a dificuldade no encaminhamento da reforma da Previdência.

A economia segue em ritmo lento, e a taxa de desemprego subiu em relação ao trimestre passado —está em 12,4%.

Assim, para 61% dos ouvidos, Bolsonaro fez menos do que se esperava no exercício do cargo. Já 13% consideram que ele fez mais, enquanto 22% avaliam que ele fez o que era esperado. Entre os descontentes, a predominam pessoas mais pobres e menos escolarizadas.

A aprovação de Bolsonaro é maior entre os homens (38%) do que entre as mulheres (28%).

O comportamento do presidente, que se envolveu em polêmicas como a divulgação de um vídeo pornográfico para criticar o que seriam abusos nas ruas durante o Carnaval, é avaliado como correto por 27% dos ouvidos.

Já outros 27% acham que Bolsonaro na maioria das vezes se posiciona de forma adequada, mas às vezes não. No lado negativo, 20% pensam que na maioria das vezes o presidente é inadequado, e 23% dizem que ele nunca se comporta como o cargo exige.

Há sinais de alerta para o bolsonarismo em dois grupos que apoiaram consistentemente o então candidato durante a campanha de 2018.

Os que ganham mais de 10 salários mínimos e os que têm curso superior registram numericamente também a maior rejeição ao governo até aqui: 37% e 35%, respectivamente, avaliam a gestão como ruim ou péssima.

Esses grupos também registram a maior aprovação, 41% (empatada tecnicamente com os 43% dos que ganham de 5 a 10 salários mínimos) e 36% de ótimo/bom (empatada tecnicamente com os 33% de quem tem ensino médio), indicando assim uma polarização entre o eleitor mais elitizado.

Os mais pobres (até 2 salários mínimos) são os menos contentes, com 26% de ótimo e bom.

Já o eleitorado evangélico (34% da população) segue mais entusiasmado com o presidente, que é católico, mas foi batizado por um pastor e é fortemente associado ao setor. Acham o governo até aqui ótimo ou bom 42% desse segmento, índice que cai a 27% entre católicos (50% dos brasileiros).

Brancos são os que mais aprovam Bolsonaro (39%), enquanto pretos e pardos são os que mais desaprovam (29% para cada um dois grupos).

Ainda não há uma reversão na divisão geográfica do apoio ao presidente. O Sul, sua principal fortaleza em 2018, deu a maior aprovação a ele neste levantamento: 39% (empatado com os 38% do Centro-Oeste/Norte), contra 22% de desaprovação.

O Nordeste é a região que mais rejeita o governo, com 39% de ruim/péssimo e 24% de ótimo/bom. Também lá existe a menor expectativa positiva: 50%.

Por: Folhapress

“Se eu errar, o PT volta”, diz Bolsonaro em entrevista


Em entrevista exclusiva, o presidente eleito, Jair Bolsonaro, avisa que seus ministros terão carta branca para nomear seus secretários, diretores das delegacias regionais e por aí vai. “O que estou cobrando dos ministros é produtividade”, diz ele, sentado na pequena varanda improvisada na entrada de sua casa, com uma mesa redonda de madeira transformada em cenário para a entrevista à Rede Vida de Televisão, com tempo cronometrado: 15 minutos. “Precisa de terno? Não, né?”, pergunta ele, à vontade com a camisa de manga curta amarela, uma das cores da sua campanha, e calça jeans. A Embaixada do Brasil em Cuba parece estar com os dias contados: “Qual negócio podemos fazer com Cuba?”, pergunta, ao criticar a forma como os profissionais da ilha ficam apenas com parte dos salários do programa Mais Médicos. Antes de começar a gravação, avisa: “Não posso errar, senão o PT volta”.
As críticas, agora, não se restringem ao PT. Ao falar da importância que dará ao Ministério da Defesa, Bolsonaro emenda com uma crítica direta ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. O simples fato de colocar um general de quatro estrelas (Augusto Heleno) para ocupar o posto, diz, dará aos militares garantia de um assento em reunião ministerial: “A criação do Ministério da Defesa foi para tirar os militares da mesa ministerial”, acusa. O presidente eleito garante que as Forças Armadas, “o último obstáculo para o socialismo”, serão chamadas a participar da concepção de políticas públicas e propostas em várias áreas do governo.
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Esta semana ainda, apesar do feriado, Bolsonaro pretende indicar mais um ministro, mas não tem pressa em anunciar todos. Também decidiu não mais juntar as pastas de Meio Ambiente e Agricultura. Porém, isso não significa que colocará na primeira alguém com o perfil de Marina Silva ou Sarney Filho: “Quem vai indicar é o senhor Jair Bolsonaro”.
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Na semana que vem, ele estará em Brasília, a cidade que lhe deu mais de 70% dos votos. Será a primeira vez que virá à capital da República depois da eleição. Vai cuidar da transição e visitar os presidentes dos Três Poderes, mas na quinta-feira retornará ao Rio de Janeiro. Quanto à posse, o mais provável é que desfile em carro fechado, uma vez que decidiu seguir “religiosamente” as determinações dos serviços de inteligência da Polícia Federal, da Abin e do Exército.

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O senhor já disse que quer votar alguma coisa da reforma da Previdência neste ano, mas ouvimos de muitos parlamentares que esse Congresso perdeu a legitimidade para aprovar emenda constitucional, porque a renovação foi de 47%. O que dá para aprovar, se é que dá para aprovar alguma coisa?
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Vou ver o último relatório, analisar o que dá para brigar para que seja votado, ou que podemos tirar. O que eu tenho dito para todo mundo é que alguma coisa tem que ser aprovada. Tem que dar um passo, por menor que seja. Já facilita a vida de quem vai assumir no início do ano que vem.
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A estrutura do seu governo está sendo montada para pelo menos três ministérios fortes. Queria saber sobre a Defesa. O que será agregado de funções novas?
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A intenção da criação do Ministerio da Defesa, no fim do milênio passado, era tirar os militares da mesa ministerial, no governo Fernando Henrique Cardoso. Tirar da mesa porque os militares presentes ali incomodavam os ministros, alguns ministros, de Fernando Henrique Cardoso, que nunca demonstrou qualquer respeito para conosco. Tanto é que nosso sucateamento se agravou muito no governo FHC e continuou em parte no governo Lula. É uma questão de revanchismo, aquilo, até mesmo a criação da comissão de desaparecidos, a Comissão da Verdade. O objetivo de bater nos militares é que, na verdade, nós somos o último obstáculo para o socialismo. Então, é na intenção ideológica o que vinha sendo feito. A mudança agora começa com um general de quatro estrelas à frente dele.
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O senhor ja fechou o número de ministérios? Fica em 15 mesmo?
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No máximo 17, porque talvez Agricultura e Meio Ambiente não se fundam. A gente quer o melhor. Sempre houve uma briga entre esses dois ministérios, com o Meio Ambiente sofrendo pressões de ONGs internacionais, gente de fora. A questão de licenças ambientais. Vai você querer fazer uma pequena central hidrelétrica na sua fazenda, vai levar 10 anos para ter a licença. Isso tem que acabar. Essa briga, essa forma xiita de procedimento por parte do Ministério do Meio Ambiente, tem que deixar de existir. Hoje em dia, parte dos fiscais, não são todos, chega numa propriedade e arranja uma multa para cima do produtor rural. Isso tem que deixar de existir. Uma das ideias seria a fusão, mas como estou vendo que está dando uma certa reação, até mesmo por parte do homem do campo, a tendência é manter os dois ministérios. Mas quem vai indicar o ministro do Meio Ambiente será o senhor Jair Bolsonaro.
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O senhor já disse que haverá mudança na politica externa, para colocar o Itamaraty sem amarras ideológicas. O senhor vai fechar embaixada em Cuba, na Venezuela?
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Olha, respeitosamente, qual o negócio que podemos fazer com Cuba? Vamos falar de direitos humanos? Pega uma senhora que está aí de branco, que veio no programa Mais Médicos. Falei “senhora” porque não sei se ela é médica, não fez programa de revalidação. Pergunta se ela tem filhos. Já perguntei. Tem dois, três, estão em Cuba. Não vêm para cá. Isso para uma mãe, não é mais que uma tortura? Ficar um ano longe dos filhos menores? Quem vem para cá de outros países ganha salário integral. Os cubanos ganham aproximadamente 25% do salário. O resto vai para alimentar a ditadura cubana? Foi acertado há quatro anos, quando Dilma era presidente, que se alguém pedisse exílio seria extraditado. Dá para manter relações diplomáticas com um país que trata os seus dessa maneira? Queremos o Mais Médicos? Podem continuar. Revalida, salário integral e traz a família para cá. Eles topam? Queremos reciprocidade. Embaixada da Venezuela: o embaixador já veio para cá, a embaixada já foi desativada, não temos mais contato. Agora, veio no governo do Michel Temer, porque no governo do PT… Essa decisão teria que ter sido tomada há mais tempo: chamar o embaixador, conversar.
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O senhor anuncia mais algum ministro nesta semana?
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Não tenho pressa. Você não pode anunciar o Zé hoje e amanhã dizer “não é mais você”. Tem que ter plena certeza, porque o que está em jogo é a minha credibilidade e a vida dele. Ele vai falar o que para os amigos, para a família? “Olha, ele me convidou e deu agora um cartão vermelho pra mim”? Talvez essa semana a gente anuncie mais um.
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O senhor vai desfilar em carro aberto na posse?
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Vou seguir religiosamente a orientação das inteligências, Polícia Federal, Abin, Exército. Vou seguir essas orientações aí, porque estou sendo um governo completamente diferente dos outros e desagradando muita gente. Conseguimos entrar na máquina para quebrá-la. E só quebraremos comigo vivo.
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“A intenção da criação do Ministerio da Defesa, no fim do milênio passado, era tirar os militares da mesa ministerial, no governo Fernando Henrique Cardoso. (…) O objetivo de bater nos militares é que, na verdade, nós somos o último obstáculo para o socialismo”
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 Por: Correio Braziliense

Conheça os ministros anunciados por Jair Bolsonaro


Aos poucos, o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) está definindo os nomes que comporão o seu governo. Escolhidos para assumir os ministérios estão Onyx Lorenzoni na Casa Civil, Paulo Guedes na Economia, general Augusto Heleno na Defesa, Marcos Pontes na Ciência e Tecnologia e Sérgio Moro na Justiça. Confira um resumo sobre cada um deles:

Onyx Lorenzoni (Casa Civil) – O médico veterinário foi reeleito deputado federal pelo Rio Grande do Sul em 2018. Em 2016, foi relator do pacote de medidas de combate à corrupção e fez mudanças no texto apresentado no plenário da Câmara, descumprindo acordo com os demais parlamentares, o que gerou diversas críticas a ele. No entanto, ano passado, assumiu ter recebido R$ 100 mil em caixa 2 da JBS para pagar dívidas de campanha de 2014. Na época, Onyx declarou que não tinha como declarar o valor à Justiça Eleitoral.

General Augusto Heleno (Defesa) – Cotado antes das eleições para ser vice de Bolsonaro, o militar estará à frente da pasta da Defesa. Na reserva desde 2011, o general comandou a missão de paz das Nações Unidas no Haiti, atuou na Amazônia e liderou o Departamento de Ciência e Tecnologia do Exército.

Paulo Guedes (Economia) – O economista carioca irá assumir um superministério, que reúne Fazenda, Planejamento e Indústria e Comércio. Na contramão da ideia de governo de bem-estar social, Guedes defende a menor participação possível do Estado na economia. Ele é formado em Economia pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e fez mestrado e doutorado na Universidade de Chicago (EUA). O economista nunca ocupou cargo público e fez fortuna no mercado financeiro.

Sérgio Moro (Justiça) – O juiz federal é conhecido nacionalmente por julgar processos da Operação Lava Jato na 13ª Vara Criminal Federal de Curitiba. Formado em Direito pela Universidade Estadual de Maringá, possui mestrado pela Universidade Federal do Paraná e atua há 22 anos como juiz federal.

Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia) – Aviador, piloto de caça e militar. Mas foi seu trabalho como astronauta que o fez alcançar a fama no Brasil e no mundo. Pontes é o primeiro e único astronauta brasileiro a ir para o espaço. Agora seguirá com a missão de assumir o Ministério da Ciência e Tecnologia.

Bolsonaro diz que maioridade penal deveria cair para 14 anos e relativiza censura na ditadura


O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) em entrevista à Record, disse que vai lutar pela redução da maioridade penal no Brasil. E que, por ele, deveria ser reduzida para 14 anos — o projeto que tramita no Congresso estipula a idade em 16 anos.

“Se não for possível para 16, que seja para 17 [anos]. Por mim seria para 14, mas aí dificilmente seria aprovada. Pode ter certeza que reduzindo a maioridade penal, a violência no Brasil tende a diminuir”, afirmou. Bolsonaro também falou de seu plano para a Educação, que considera “o ministério mais importante”.

“Vamos deixar de lado a filosofia de Paulo Freire e que seja um grande profissional”, afirmou, ao prometer uma indicação técnica para a pasta. Questionado sobre a ditadura militar, o capitão reformado disse que a população brasileira está começando a entender que “não houve ditadura”, e relativizou a censura a meios de comunicação na época. “O período militar não foi ditadura”, disse.

Jair Messias Bolsonaro é eleito presidente do Brasil


Jair Bolsonaro (PSL) foi eleito novo presidente do Brasil neste domingo (28). Depois de sair na frente no primeiro turno, Bolsonaro confirmou seu amplo favoritismo e derrotou em segundo turno Fernando Haddad (PT). 

O candidato do PSL liderou todas as pesquisas desde que o ex-presidente Lula, também do PT, teve a candidatura barrada pela Justiça Eleitoral. Bolsonaro sofreu uma tentativa de morte no meio da campanha, durante uma caminhada por Juiz de Fora, em Minas Gerais. Depois disso, passou três semanas internado no hospital Albert Einstein. Após o atentado, Bolsonaro não participou mais de debates.

Nascido em Campinas (SP), o capitão da reserva tem 63 anos e foi deputado federal pelo Rio de Janeiro por sete mandatos. Ele foi aluno da Escola Preparatória de Cadetes do Exército, em Campinas, e se formou na Academia Militar das Agulhas Negras em 1977. Começou sua vida política em 1988, quando foi eleito para a Câmara Municipal do Rio pelo PDC. Em outubro de 1990, foi eleito deputado federal. Em 1993, participou da fundação do Partido Progressista Reformador (PPR).

Bolsonaro começou sua carreira como militar (Foto: Reprodução)

Memória 
Um fato rumoroso marca o início da vida pública de Bolsonaro. Em 1987, reportagem publicada pela revista Veja informou que havia um plano denominado “Beco Sem Saída” para explodir bombas em banheiros da Vila Militar, da Academia Militar das Agulhas Negras, em Resende (RJ), quartéis e locais estratégicos do Rio. O objetivo seria protestar contra os baixos salários. O então capitão publicara um artigo em que reivindicava a melhoria dos soldos – o que lhe rendeu, posteriormente, punição disciplinar.

Na ocasião, Bolsonaro foi identificado como fonte da reportagem, que exibia croquis feitos a mão supostamente pelo próprio militar. Ele negou as acusações, recorreu ao Superior Tribunal Militar (STM) e foi absolvido. Em 1988, foi para reserva. Já conhecido e identificado inicialmente como porta-voz de reivindicações militares, iniciou então a carreira política no Rio de Janeiro

(Foto: Arquivo)

Com a pauta ampliada para segurança e temas “contra a ideologia esquerdista”, foi eleito sete vezes deputado federal, permanecendo quase três décadas no Congresso Nacional, período em que apresentou mais de 170 projetos, mas teve apenas dois aprovados. Foi o mais votado no Rio para a Câmara em 2014, obtendo 464 mil votos.

Casado três vezes, tem cinco filhos, dos quais três estão na vida política – Carlos é vereador no Rio, Flávio é deputado estadual no Rio e Eduardo é deputado federal por São Paulo. O PSL é o seu nono partido. À Justiça Eleitoral, declarou patrimônio de R$ 2,3 milhões.

Atentado
Com apenas oito segundos de propaganda eleitoral, Bolsonaro e seus filhos, que costumam criticar a imprensa, usaram as redes sociais intensamente e terminaram acusados pelos adversários de liderarem a produção de fake news nessas eleições. Pelas redes, detalharam até o estado de saúde de Bolsonaro quando esteve hospitalizado durante o primeiro turno, alvo de atentado a faca – algo que nunca aconteceu a presidenciáveis em campanha, após a redemocratização no Brasil.

Bolsonaro sofreu atentado em Minas Gerais (Foto: Reprodução)

Ferido em 6 de setembro quando participava de ato público em Juiz de Fora (MG), Bolsonaro passou 22 dias internado, recuperando-se de uma hemorragia e de duas cirurgias no intestino. Ele foi atacado pelo desempregado Adélio Bispo – que hoje é réu por “atentado pessoal por inconformismo político”.

A trajetória de Jair Bolsonaro

Nascimento –  21 de março de 1955, em Campinhas (SP). Filho de Perci Geraldo Bolsonaro e Olinda Bonturi

Formação – Em 1977, fez curso na Academia Militar das Agulhas Negras (RJ) e em 1983,  formou-se em Educação Física na Escola do Exército (RJ)

Carreira militar – Em 1986, lidera um protesto contra os baixos salários dos militares. E escreve um artigo na Veja intitulado “O salário está baixo”. Fica preso, por 15 dias, por infringir regulamento disciplinar. Em 1988, vai a julgamento no Superior Tribunal Militar (STM), acusado de ser um dos cabeças do plano para explodir bombas na Vila Militar da Academia Agulhas Negras. Dois peritos comprovam que os croquis dos ataques foram desenhados por Bolsonaro. Outros dois dão laudos inclusivos e ele é beneficiado pela dúvida

Carreira política – Em 1988,  é eleito para a Câmara Municipal do Rio de Janeiro, pelo PDC – Partido Democrata Cristão. Entra para a reserva do Exército na patente de Capitão. Em 1991,  assume o primeiro mandato de Deputado Federal, dois anos depois, em 1993, é um dos polícos fundadores do PPR – Partido Progressista Reformador; e em 1994  é reeleito para a Câmara Federal.  Está no sétimo mandato e quinto partido.

Campanha 

Na corrida ao Palácio do Planalto, o candidato teve dificuldade para ampliar alianças e negociar um nome para vice-presidente – cargo entregue ao polêmico general Mourão (PRTB), que trouxe consigo o apoio de alas da elite das Forças Armadas. Bolsonaro já negou várias vezes que tenha existido golpe militar e tortura política no Brasil.

Desde o início, ele apresentou o banqueiro Paulo Guedes como o fiador de seu programa econômico. Com o aumento de sua popularidade e a entrada de Guedes na campanha, cresceu também o apoio de setores empresariais e financeiros ao PSL. Fiel ao discurso anticorrupção, diz que vai combatê-la acabando com ministérios e estatais.

À frente de um partido nanico, com pouca verba partidária e sem marqueteiros de grife, o deputado apostou nas redes sociais, terreno em que sua militância é marcada pela agressividade com que o denfende frente a quaisquer críticas, chegando, inclusive, a derrubar a página do movimento #Elenão, criada por mulheres contrárias à sua eleição. Dizem esses militantes que tirando o ex-capitão, todos os políticos são de esquerda e o Brasil vive ameaça de invasão comunista.

Bolsonaro e seu vice, general Mourão (Foto: Estadão Conteúdo)

Mas fora deste grupo, Bolsonaro conseguiu surfar no sentimento antipetista e ganhar apoio entre os eleitores de maior renda e escolaridade. E também conquistou votos de setores da indústria e do agronegócio tradicionalmente fechados com o PSDB. Sua proposta econômica parte de uma plataforma ultraliberal, com a promessa de privatização de quase totalidade das estatais. A garantia de que isso se dará em um possível governo é dada pelo economista Paulo Guedes. Operador nas bolsas de valores do Brasil e EUA, ele já foi apontado como futuro ministro da Fazenda pelo próprio Bolsonaro.

Se o antipetismo o ajudou entre os mais ricos, nas periferias o gancho para cooptar eleitores é o seu discurso contra os defensores dos direitos humanos e a favor de maior rigidez no combate ao crime. Ele defende que a polícia deveria matar mais bandidos e que todo o cidadão deve andar armado para se defender. Posições como estas, somadas ao comportamento da militância, fazem com que seja classificado de fascista por seus adversários. O jornal francês Libération foi um dos últimos periódicos mundo afora a dedicar reportagens nada elogiosas ao ex-capitão. Entre os adjetivos com que o descreve estão “racista”, “homofóbico”, “misógino” e pró-ditadura”. Mas nada disso foi capaz de tirá-lo da liderança das pesquisas. Nem mesmo o maior ato desta campanha, justamente a passeata do #Elenão.

PRINCIPAIS PROPOSTAS DE BOLSONARO

*Ministérios  – Em seu plano de governo, ele defende reduzir o número de ministérios, mas não diz quantos e nem quais deixariam de existir

*Emprego e Renda  – Propõe a criação de uma nova carteira de trabalho, nas cores verde e amarela, para novos trabalhadores. Essa carteira seria voluntária e regida por um ordenamento jurídico próprio, dando ao trabalhador a opção de escolher entre um vínculo empregatício baseado na carteira de trabalho tradicional (azul) – mantendo o ordenamento jurídico atual –, ou a carteira verde e amarela, onde o contrato individual prevaleceria sobre a CLT.

*Forças Armadas  O programa de Bolsonaro elogia as Forças Armadas e sua participação na II Guerra Mundial. Também chama a Ditadura Militar, instaurada com um golpe em 1964, de “revolução”

*Educação –  O programa também prevê  instalação de colégios militares em todas as capitais do país. Hoje, existem 13 colégios desse tipo em todo o Brasil.

Correio24

Contra-ataque: Bolsonaro critica Joaquim Barbosa após declaração de voto em Haddad


O candidato do PSL à Presidência das República, Jair Bolsonaro, rebateu com críticas a declaração de voto feita pelo ex-ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Joaquim Barbosa, neste sábado (27), ao seu opositor na disputa, Fernando Haddad (PT).

Em sua rede social, Bolsonaro publicou um vídeo antigo de Barbosa – enquanto era ministro – dizendo que apenas o deputado do PSL – que então estava filiado ao PTB – não tinha sido comprado por membros do PT no esquema do Mensalão.

A declaração do candidato do PSL aconteceu logo após o ex-ministro ter declarado voto ao petista, também por meio de redes sociais.

Ex-presidente do STF, ministro Joaquim Barbosa declara apoio a Fernando Haddad

“Joaquim Barbosa divulga voto em Haddad, mas já está na história que ele mesmo disse que só Bolsonaro não foi comprado pelo PT no esquema de corrupção conhecido como Mensalão, que feria gravamente a democracia do nosso país anulando o Poder Legislativo”, afirmou Bolsonaro na publicação do Twitter.

Jair Bolsonaro 1️⃣7️⃣

@jairbolsonaro

Em suas redes sociais, Joaquim barbosa divulga voto em Haddad, mas já está na história que ele mesmo disse que só Bolsonaro não foi comprado pelo PT no esquema de corrupção conhecido como Mensalão, que feria gravamente a democracia do nosso país anulando o Poder Legislativo.

Neste sábado (27), o ex-ministro disse que fez uma “escolha racional”, após avaliar os aspectos positivos e os negativos dos dois candidatos que restam na disputa. “Pela primeira vez em 32 anos de exercício do direito de voto, um candidato me inspira medo. Por isso, votarei em Fernando Haddad”, concluiu na publicação.

Ex-presidente do STF, ministro Joaquim Barbosa declara apoio a Fernando Haddad


O ministro aposentado Joaquim Barbosa, ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), declarou apoio ao candidato a presidente Fernando Haddad (PT). A declaração foi feita através de sua conta no Twitter. O ministro foi um dos relatores do mensalão, em 2012, que condenou diversos políticos do partido.

Na publicação, Barbosa afirma: “Votar é fazer uma escolha racional. Eu, por exemplo, sopesei os aspectos positivos e os negativos dos dois candidatos que restam na disputa. Pela primeira vez em 32 anos de exercício do direito de voto, um candidato me inspira medo. Por isso, votarei em Fernando Haddad”.

A última postagem do ministro foi em maio deste ano, quando afirmou que não sairia candidato a presidente neste ano.

Joaquim Barbosa

@joaquimboficial

Votar é fazer uma escolha racional. Eu, por exemplo, sopesei os aspectos positivos e os negativos dos dois candidatos que restam na disputa. Pela primeira vez em 32 anos de exercício do direito de voto, um candidato me inspira medo. Por isso, votarei em Fernando Haddad.

Atriz compara Bolsonaro ao pai “que dizia que lugar de negro é na cozinha” e diz que falas são brincadeiras


Após ter declarado publicamente apoio ao presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) e ter sido alvo de críticas por conta disso, a atriz Regina Duarte voltou a falar sobre o candidato. Em entrevista ao jornal Estado de S. Paulo, a artista comparou o capitão reformado com o pai dela e garantiu que “ele tem uma alma democrática”.

“Quando conheci o Bolsonaro pessoalmente, encontrei um cara doce, um homem dos anos 1950, como meu pai, e que faz brincadeiras homofóbicas, mas é da boca pra fora, um jeito masculino que vem desde Monteiro Lobato, que chamava o brasileiro de preguiçoso e que dizia que lugar de negro é na cozinha”, disse.

As declarações de Regina pegaram muitos internautas de surpresa e ela voltou a ser alvo de comentários negativos. “Sim, o antissemitismo de Hitler também era só da boca pra fora”, disse um internauta. “Será que a comunidade LGBT quer pagar pra ver se é só brincadeira?”, questionou outro. “O erro recorrente na história mundo afora das elites políticas e econômicas é o de achar q vão controlar o demagogo autoritário, ou o de que “é da boca pra fora”. Não vão controlar. Não é da boca pra fora”, escreveu um terceiro.

Após crítica, Senador Otto Alencar relembra “2 de julho dos Baianos” ao presidenciável Jair Bolsonaro


Na tarde desta quinta-feira (25), após o governador Rui Costa, reeleito com 75% dos votos dos baianos, reagir às declarações do candidato do PSL à presidência, Jair Bolsonaro,  o  Senador da República Otto Alencar, também publicou um vídeo e mandou um recado direto ao presidenciável.

Em vídeo gravado dentro de um carro ao lado de familiares, onde o presidenciável Bolsonaro disse que seria vantajoso comprar carro na Bahia, porque já vem com o freio de mão puxado, deixando claro que considera os baianos preguiçosos.

A repercussão não foi muito bem vista pelos políticos, sociedade civil e até mesmo eleitores e simpatizantes do próprio candidato que não aceitaram a conduta do postulante

Ontem em sua página pessoal na rede social. Rui disse: “Respeite os baianos, candidato”. Lamentável o comentário do candidato Jair Bolsonaro sobre a Bahia e os baianos. Aqui, com muita raça foi consolidada a independência do Brasil e o povo gritou: ‘Com tiranos não combinam brasileiros corações’.

Na tarde desta quinta-feira 25, o Senador da República Otto Alencar, que também é o presidente do PSD na Bahia, resolveu mandar recado em vídeo ao candidato Bolsonaro.

“Nos temos um sentimento de amor e sentimento de respeito para o nosso povo baiano, por nossa querida Bahia, pelo nosso estado da Bahia, por tanto, quando alguém vem deslustrar a imagem do nosso povo, nós temos que reagir, eu quero rejeitar e rebater aqui com veemência a declaração do candidato a presidência da república Jair Bolsonaro, quando ele faz pouco caso do povo baiano dizendo que, “comprando carro na Bahia já vem com freio de mão puxado”. Cuidado candidato, respeite o nosso povo, o freio de mão pode estar puxado para você no dia 28 agora de outubro, pelo povo baiano e pelo povo Brasileiro, nós sempre tivemos um debate político das idéias para os estados e para o Brasil. Nunca, jamais na agressão, nem também no pouco caso, o povo da Bahia tem altivez comprovada no seu 2 de julho, quando lutou verdadeiramente para trazer a independência da Bahia e a independência do Brasil, respeite a Bahia para que respeitando a Bahia possa ter o respeito dos baianos”; finalizou.

“Tudo é coitadismo. Coitado do negro, coitado da mulher, coitado do gay, coitado do nordestino…”, alega Bolsonaro


O candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL) se envolveu em mais uma polêmica. Em entrevista à TV Cidade Verde (afiliada do SBT no Piauí), divulgada nesta terça-feira (23), ele disse que irá acabar com o “coitadismo” a nordestino, gay, negro e mulher.

Na avaliação do presidenciável, a política afirmativa reforça o preconceito: “Isso não pode continuar existindo. Tudo é coitadismo. Coitado do negro, coitado da mulher, coitado do gay, coitado do nordestino, coitado do piauiense. Vamos acabar com isso”.

Bolsonaro aproveitou a oportunidade e declarou que não vai conceder tratamento diferente aos governos petistas e de oposição. “Não podemos prejudicar o povo do Piauí (se referindo ao governador reeleito Wellington Dias, do PT), qualquer estado que seja, porque tem um governador que não se alinhe ideologicamente conosco”, garantiu o candidato.