Júlia e Fernanda Neves são unidas pelo tórax e abdômen. Elas compartilham do mesmo fígado e uma membrana do coração
As gêmeas siamesas Júlia e Fernanda Neves, de cinco meses, estão passando pela cirurgia de separação na manhã desta quarta-feira (13) no Hospital Materno Infantil (HMI), em Goiânia (GO). As meninas, que são naturais de Itamaraju, no extremo sul do Estado, entraram na sala de cirurgia às 8h. A previsão é de que o procedimento dure oito horas.
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Gêmeas siamesas Julia e Fernanda estão em Goiás para passar por cirurgia de separação (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)
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Júlia e Fernanda são unidas pelo tórax e abdômen. Elas compartilham do mesmo fígado e uma membrana do coração. A cirurgia das bebês é considerada bem parecida à das gêmeas Maria Clara e Maria Eduarda, realizada em setembro de 2015. Antes de voltar para casa, em Salvador, as meninas ficaram 35 dias internadas.
Júlia e Fernanda foram internadas na últimas segunda-feira (11) para se preparar para o procedimento. Hoje, elas estão sendo operadas pelo cirurgião pediátrico Zacharias Calil, mesmo médica que separou as gêmeas Maria Clara e Maria Eduarda. Além dele, cerca de 15 profissionais, como anestesistas, ortopedistas e cirurgiões plásticos estarão envolvidos no procedimento cirúrgico.
As bebês chegaram em Goiânia em agosto de 2015, acompanhadas pelos pais Valdenir Neves e Lindalva Nascimento de Jesus. Desde então, elas passaram a ser monitoradas de perto por uma equipe multiprofissional do HMI, liderada por Calil. Durante esse período, os pais e as crianças ficaram hospedadas na Casa do Interior de Goiás.
Segundo Calil, mesmo tendo semelhança anatômica com o caso anterior das baianas, do ponto de vista fisiológico, esse caso oferece menos risco pois as crianças, pois elas não possuem nenhuma doença de base, como a hipertensão arterial.
Mesmo confiante, o pai das bebês não descarta o medo da cirurgia. “Eu quero o bem para minhas filhas e acredito que tudo vai dar certo”, disse Valdenir Neves à equipe do HMI.
Ajuda
O HMI e o Hemocentro de Goiás (Hemogo) pedem que a população doe sangue O positivo para as meninas. A expectativa é de que as gêmeas siamesas consumam 1.000 ml de sangue nesta cirurgia de separação, além do que poderão utilizar durante o período de recuperação.
Outros tipos sanguíneos também podem ser doados. As doações podem ser feitas na sede do Hemocentro, localizado na Avenida Anhanguera n° 5.195, Setor Campinas, entre 8h e 17h, em nome de Maria Clara e Maria Eduarda.
Esta será a 16ª separação de gêmeos siameses no HMI. A unidade é a única do Sistema Único de Saúde (SUS) apto a realizar a separação de siameses. O hospital já registrou 33 casos de siameses.
Casos anteriores
As ex-siamesas Maria Clara e Maria Eduarda chegaram em Goiânia no dia 13 de julho para serem submetidas à cirurgia de separação. Elas também eram unidas pelo abdômen e compartilhavam o mesmo fígado e uma membrana do coração. A saída das irmãs do hospital, juntamente com os pais Denise Borges e Caíque, aconteceu no dia 29 de setembro.
Em 24 fevereiro do ano passado, os irmãos Heitor e Arthur Brandão, de 6 anos, também passaram por uma cirurgia de separação no HMI. A operação durou cerca de 15 horas. Arthur não resistiu e morreu três dias depois, após sofrer duas paradas cardíacas. Os gêmeos eram unidos pelo tórax, abdômen e bacia, compartilhando o fígado e genitália. Eles também foram operados por Calil.
Dias depois, o intestino de Heitor parou de funcionar. O pulmão direito dele também teve uma piora. Ele ficou internado em estado grave na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Pediátrica do HMI. A equipe médica chegou a retirar os aparelhos que ajudavam Heitor a respirar, mas pouco depois, tiveram que retornar com o equipamento, pois o pulmão de Heitor piorou novamente.
Heitor voltou para casa, em Riacho de Santana, no dia 1º de julho de, um mês depois de receber alta do Hospital Materno Infantil, em Goiânia. O casos dos Bradão se tornou destaque mundial através das lentes da Discovery Channel, que acompanhou o caso de Arthur e Heitor.
Fonte: correio24horas