Dilma diz que golpe contra seu mandato tem “chefe e vice-chefe”


A presidente Dilma Rousseff (PT) afirmou nesta terça-feira (12) que o vice-presidente da República, Michel Temer, e o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), são os chefes do que ela classificou de golpe em curso contra seu mandato.

“Se ainda havia alguma dúvida sobre o golpe, a farsa e a traição em curso, não há mais. Se havia alguma dúvida sobre a minha denúncia de que há um golpe de Estado em andamento, não pode haver mais. Os golpistas podem ter chefe e vice-chefe assumidos. Não sei direito qual é o chefe e o vice-chefe. Um deles é a mão não tão invisível assim que conduz com desvio de poder e abusos inimagináveis o processo de impeachment. O outro esfrega as mãos e ensaia a farsa do vazamento de um pretenso discurso de posse. Cai a máscara dos conspiradores. O Brasil e a democracia não merecem tamanha farsa”, disse Dilma, em discurso no Palácio do Planalto.

“Vivemos tempos estranhos de golpe, farsa e traição. Usaram a farsa do vazamento para difundir a ordem unida da conspiração. Agora, conspiram abertamente, à luz do dia, para desestabilizar um presidenta legitimamente eleita. Caluniam enquanto leiloam posições no gabinete do golpe, no governo dos sem-voto”, afirmou a presidente.

Segundo Dilma, após o vazamento do áudio do discurso de posse de Michel Temer, ficou claro que existem dois chefes do golpe que agem em conjunto e de forma premeditada. “Como muitos brasileiros, tomei conhecimento e confesso que fiquei chocada com a desfaçatez da farsa do vazamento, que foi deliberado, premeditado. Vazando para eles mesmos, tentaram disfarçar o que era um anúncio de posse antecipada, subestimando a inteligência dos brasileiros. Até nisso, são golpistas, sem respeito pela democracia, porque eu estou no pleno exercício de minha função de presidenta da República”, acrescentou Dilma.

A presidente discursou para uma plateia formada por professores e estudantes no ato intitulado Encontro da Educação pela Democracia. Os ministros da Educação, Aloizio Mercadante, e da Ciência, Tecnologia e Inovação, Celso Pansera, estavam presentes à cerimônia.

 

Boko Haram aumenta uso de crianças em ataques suicidas


Em 2015, 44 crianças foram usadas para a cometer os atentados

O número de crianças envolvidas em ataques suicidas na região do lago Chade, área de atuação do grupo nigeriano Boko Haram, chegou a 44 em 2015, de acordo com estimativas do Unicef. O dados abrangem Nigéria, Camarões, Chade e Níger e os países de atuação do grupo que jurou fidelidade ao grupo Estado Islâmico (EI).

O relatório tem o título “Beyond Chibok” (“Além de Chibok“), em referencia à localidade da Nigéria onde o Boko Haram sequestrou 276 meninas há dois anos. De acordo com informações do portal G1, mais de 75% dos menores nestes ataques são meninas.

“É necessário ser claro: estas crianças são vítimas, não autores. Enganar as crianças e forçá-las a cometer atos mortais é um dos aspectos mais horríveis da violência na Nigéria e nos países vizinhos”, afirmou Manuel Fontaine, diretor regional do Unicef para os países do oeste e centro da África.

Desde janeiro de 2014, o extremo norte de Camarões, cenário recorrente dos ataques do Boko Haram, é o local com o maior número de atentados suicidas com crianças (21), seguido por Nigéria (17) e Chade (2).

Brasil e Rússia contribuem para crescimento menor da economia mundial, diz FMI


A economia mundial vai crescer este ano 3,2% e, em 2017, a taxa de crescimento da economia global será de 3,5%, disse nesta terça-feira (12) o Fundo Monetário Internacional. A previsão constitui uma revisão para baixo, equivalente a 0,2% em 2016 e 0,1% em 2017, em comparação às estimativas iniciais, segundo o relatório Panorama Economia Mundial do Fundo. O baixo crescimento do Brasil e da Rússia foi o motivo apontado pelo relatório para a expansão menor que a esperada da economia mundial.

A possibilidade de as economias do Brasil e da Rússia permanecerem em rumo “incerto”, constitui risco para a economia mundial. Tal hipótese, segundo o relatório, “pode empurrar o crescimento global para baixo, em relação à previsão atual”.

O documento mostra ainda outros perigos que podem emperrar a economia global: risco de fragilidades financeiras, de choques geopolíticos ou de discórdias políticas que possam contaminar a situação econômica geral dos países.

De acordo com o FMI, os riscos podem ser evitados com decisões corretas dos responsáveis pelas políticas econômica e financeira dos países nas áreas fiscal e monetária.

“Menor crescimento significa menos espaço para erros”, disse Maurice Obstfeld, conselheiro econômico do FMI , ao comentar as pesquisas constantes do relatório. “[No entanto], crescimento lento persistente provoca a redução do produto potencial e prejudica a expansão da demanda e dos investimentos”, alertou.

O atual panorama mundial, com perspectiva de redução do ritmo do crescimento, exige “uma resposta imediata”, disse Obstfeld. Segundo ele, “se os políticos reconhecessem claramente os riscos que enfrentam, e se agissem em conjunto, os efeitos positivos sobre a confiança global poderiam ser substanciais”.

O crescimento nas economias avançadas deverá manter-se em 2%. De acordo com Obstfeldk, a recuperação mundial é dificultada pela fraca demanda dos países, que reflete os legados de crise não resolvidas no passado.

De acordo com o relatório, os Estados Unidos vão crescer este ano 2,4%, com perspectiva de modesto aumento em 2017. A demanda interna norte-americana será apoiada por melhoria prevista nas finanças públicas e no mercado imobiliário. Tais fatores ajudam a compensar o prejuízo decorrente das exportações líquidas provenientes de um dólar forte e produção fraca.

Na Europa, a situação não é positiva: baixo investimento, alto desemprego e balanços de empresas fracos pesam sobre o crescimento, que permanecerá em 1,5% este ano e 1,6% no próximo ano. No Japão, o crescimento e a inflação são mais baixos do que o esperado, refletindo em particular uma queda acentuada do consumo privado. O crescimento deverá manter-se em 0,5 % positivo, em 2016, e 0,1 por cento negativo em 2017, em razão do aumento previsto da taxa de imposto sobre o consumo.

Emergentes
As nações emergentes e em desenvolvimento terão crescimento modesto em comparação com os índices das últimas duas décadas: 4,1% este ano e 4,6% em 2017. Segundo o documento do FMI, os fatores para essa modesta performance são a desaceleração do crescimento nos países exportadores de petróleo, com o declínio dos preços do petróleo, e as perspectivas ainda fracas para os exportadores de commodities não-petrolíferas, inclusive na América Latina.

Também influi para o crescimento modesto das nações emergentes a desaceleração da China, as recessões profundas no Brasil e na Rússia, e o crescimento fraco em alguns países da América Latina e do Oriente Médio.

Do lado positivo, a Índia continua a ser um ponto brilhante, com um crescimento forte e aumento da renda real. As economias da Indonésia, da Malásia, das Filipinas, da Tailândia e do Vietnã também estão mostrando bons sinais de crescimento. México, América Central e Caribe são beneficiários da recuperação dos Estados Unidos, segundo o relatório do FMI.

 

*Agência Brasil

Greve dos servidores municipais não vai afetar vacinação contra H1N1, diz secretário


Servidores fizeram manifestação em frente a multicentro de saúde nesta terça-feira (12)

A greve dos servidores municipais, deflagrada no dia 15 de março, não deve afetar a campanha vacinação contra a gripe H1N1, programada para acontecer na próxima segunda-feira (18) em Salvador. Segundo o secretário municipal da Saúde, José Antônio Rodrigues Alves, todos os locais de vacinação estarão funcionando normalmente.

“Todas as salas estarão abertas a partir do dia 18, se o Estado entregar a vacina, que ainda não entregou”, declarou o secretário ao CORREIO, durante a reinauguração do Multicentro de Saúde Bezerra Lopes, na Liberdade. Segundo Vânia Rebouças, sub-coordenadora do Programa Estadual de Imunizações, as doses começaram a ser entregues aos municípios mais distantes da capital e devem chegar em Salvador até o fim desta semana.

O prefeito ACM Neto também negou que a paralisação dos servidores vá ter algum impacto na vacinação. “Cada vez é menor a quantidade de servidores parados, o que inclusive não traz nenhum prejuízo aos serviços da Prefeitura”, afirmou. Durante a cerimônia de reabertura, servidores se reuniram do lado de fora do multicentro de saúde, segurando faixas e cartazes.

A categoria reivindica reajuste salarial, plano de saúde e melhores condições de trabalho nas unidades municipais de saúde. Os manifestantes ocuparam a calçada em frente ao multicentro de saúde, localizado na Rua Lima e Silva, próximo ao Plano Inclinado, e não chegaram a interromper o fluxo de veículos no local. Policiais da 37ª Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM/Liberdade) acompanharam a manifestação, que foi encerrada por volta das 11h.

Protesto aconteceu do lado de fora de multicentro de saúde reinaugurado hoje
(Foto:Lara Bastos/CORREIO)

Campanha de vacinação
A campanha contra H1N1 terá início em todo país no dia 30 de abril, mas foi antecipada na Bahia pela Secretaria Estadual da Saúde (Sesab). Os postos e centros de saúde de todos os municípios baianos poderão iniciar a imunização a partir da próxima segunda-feira (18). As vacinas começaram a ser entregues aos municípios mais distantes da capital e devem chegar em Salvador até o final da semana.

Terão acesso à vacina na rede pública o grupo de risco – idosos a partir de 60 anos, crianças de seis meses a menos de 5 anos, trabalhadores da saúde, grávidas e mulheres até 45 dias após o parto, indígenas, portadores de doenças crônicas não transmissíveis, presos, funcionários do sistema prisional, e adolescentes e jovens de 12 a 21 anos, que estão sob medidas socioeducativas. O restante da população precisa procurar na rede privada, onde a vacina está esgotada.

Até esta terça-feira, a Sesab havia registrado três mortes por H1N1 em Salvador.

Sem dinheiro para chegar à Europa, refugiados ficam retidos na Turquia


A cidade de Izmir, a 330 quilômetros ao sul de Istambul, é a última parada para quem fugiu da guerra na Síria e no Iraque e sonha em cruzar o Mar Egeu para chegar à Grécia, porta de entrada para a Europa. Entretanto, com o endurecimento de medidas restritivas à chegada de novos imigrantes tomadas recentemente pelos países europeus, centenas de famílias ficaram encalhadas em terra firme, em quartos de hotéis superlotados ou em pequenas casas nos bairros mais pobres.

Em um quarto alugado na periferia da cidade, a jovem curda Zozan Khaled, de 26 anos, espera sua hora de partir, na companhia de dois filhos pequenos e de um bebê de apenas 7 meses. Ela fugiu com o marido e as crianças da cidade de Qamishli, onde viviam, no norte da Síria, quando a guerra forçou a saída da maioria dos moradores. Vieram de ônibus, em uma viagem de 1.500 km. O marido conseguiu chegar à Grécia em um bote e há 7 meses está na Finlândia. Agora, eles não têm dinheiro para reunir a família. O pouco que ela tem, paga de aluguel no pequeno quarto.

“Quero ver o meu marido o mais rápido possível. Se não, eu mesmo vou pegar um bote e ir atrás dele. Eu gostaria de voltar à minha cidade, mas a situação ainda não está calma por lá”, disse a jovem, que tem de lidar com um problema de saúde do bebê, uma hérnia na barriga, mas não tem recursos para a operação.

Situação igualmente difícil vivem dezenas de famílias, sírias e iraquianas, que se espremem em quartos de um hotel barato, onde esperam a hora de pegar um dos botes que os levarão à Grécia. A família do lavrador Wahed Sidi gastou US$ 3 mil para chegar à Turquia e agora precisa de outros US$ 3 mil para seguir caminho até a  Europa. Sidi afirma que eles só têm US$ 2 mil e, por isso, não conseguem sair de Ismir. No quarto, forrado com tapetes, ele e a esposa vivem com os seis filhos, em idades de 1 a 15 anos, sem saber quando poderão sair dali. “O Estado Islâmico chegou e matou muitas pessoas onde vivíamos”, contou Sidi.

No quarto ao lado, o iraquiano Abdulah Mohamed também espera sua hora de poder chegar à Europa. Junto com a esposa e dois filhos, um deles com a espinha fraturada por causa de uma bomba, ele vê os dias passarem sem muita expectativa, depois de terem deixado o Iraque há mais de 50 dias. O ex-funcionário público agora busca tratamento para o filho na Turquia, mas sem sucesso.

O engenheiro Khere Naif precisou fugir do Iraque depois de soldados do Estado Islâmico matarem seu único filho homem, de 9 anos. Segundo ele, a esposa conseguiu sair do país com as quatro filhas, mas que agora a família está separada. Ele conta que trabalhava em uma empresa petrolífera e que hoje “não é mais ninguém, pois seu coração está partido com a perda do filho”. “Eu quero chegar a qualquer país. O importante é me salvar do Estado Islâmico.”

Novo acordo

Todas as pessoas entrevistadas nesta reportagem foram ouvidas antes do início do novo acordo entre a União Europeia e a Turquia. Desde o início de março, o compromisso tem permitido o reenvio de migrantes ilegais que chegaram à Grécia para a Turquia.

O acordo União Europeia-Turquia, fechado em 18 de março, tem suscitado várias críticas, especialmente por parte de organizações de defesa dos direitos humanos.

Em troca da cooperação da Turquia para conter a atual onda migratória, os líderes europeus concordaram em acelerar a liberação dos vistos para os visitantes turcos e duplicar, para 6 bilhões de euros, a ajuda que será concedida ao país, até 2018, para melhorar as condições de vida dos milhões de sírios já refugiados em território turco.

Cemitério

Para muitos, o sonho de recomeçar na Europa se encerra na travessia entre a Turquia e a Grécia, onde acabam se afogando nas águas do Mar Egeu. Embora a distância entre a costa de Izmir e a ilha grega de Lesbos não seja grande, em média 33 km, muitas vezes os botes infláveis, lotados além de seu limite, não conseguem superar as ondas e afundam. Mesmo os que têm coletes salva-vidas não suportam o frio da água, principalmente no inverno, e morrem afogados.

Para esses, foi criado um espaço no cemitério municipal de Izmir, onde são enterrados os náufragos. Segundo o religioso que faz os sepultamentos, Ahmet Altan, ali estão 530 corpos de refugiados que tentaram, sem sucesso, a travessia – quase metade é criança. Famílias inteiras são sepultadas lado a lado, mostrando a face mais perversa da tragédia.

“Nós estamos vivendo esta tristeza todos os dias. Tem que parar esta guerra, pois quando eles saem de suas cidades, acabam se arriscando. Na nossa crença, as crianças são inocentes e os que morrem na guerra, afogados no mar, são mártires”, disse Ahmet.

Do total de mortos no cemitério, cerca de 400 foram identificados, mas outros 130 seguem desconhecidos.

Posição do governo

O governo da Turquia, por meio da Embaixada no Brasil, informou que, apesar de todos os desafios, o país continua com sua política de portas abertas em relação aos sírios, que têm buscado refúgio nos últimos cinco anos.

De acordo com o governo, o total de refugiados sírios na Turquia chega a 2,7 milhões, sendo que 271 mil estão acomodados em 26 campos de proteção, o que torna o país a nação com o maior número de refugiados no mundo atualmente. Segundo a Agência das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), há 4,8 milhões de refugiados sírios no mundo.

“Os sírios nos campos de proteção recebem alimentos, itens de primeira necessidade, serviços de saúde e de educação, além de apoio psicológico, treinamento para trabalho e atividades sociais. Os sírios que vivem fora dos campos também estão sob proteção do governo e se beneficiam de atendimento médico gratuito e serviços de educação”, disse a embaixada, por e-mail.

De acordo com o governo turco, o país já gastou cerca de US$ 10 bilhões em ajuda humanitária, mas só recebeu US$ 462 milhões em ajuda internacional. Além dos sírios, a Turquia está recebendo cerca de 200 mil iraquianos, igualmente atendidos com serviços de saúde.

A Acnur alertou para a necessidade de um aumento de vagas para reassentamento de refugiados em países vizinhos da Síria e no norte da África. Segundo avaliação da agência da ONU, mais de 10% dos 4,8 milhões de refugiados sírios precisam ser reassentados em outras regiões do mundo.

A Acnur estima que, com a continuidade do conflito na Síria, mais de 450 mil vagas de reassentamento serão necessárias até o final de 2018. Com informações da Agência Brasil.

Membros do governo admitem novas eleições para presidente e vice


A proposta de novas eleições é avaliada pelo governo com menos reticência do que parece. Segundo a folha Painel, embora o tema ainda seja proibido, pois o foco é vencer o impeachment, ele já foi discutido por ministérios petistas.

No entanto, os defensores da ideia avaliam que apenas seria possível discutir a hipótese de renúncia mediante duas condições: o vice Michel Temer também abrir mão do cargo e a realização de uma extensa agenda de reformas para recolocar o país nos trilhos. Isso se Dilma vencer a votação de domingo (17).

O tema foi debatido de forma discreta no Planalto e também no hotel onde o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva está hospedado, no Royal Tulip.

A publicação destaca que a possibilidade de uma eleição “solteira” para presidente e vice seria o mais indicado. Isso porque é impossível viabilizar eleições gerais, pois estas exige a renúncia coletiva dos 513 deputados, 81 senadores e de todos os seus suplentes.

Incêndio em templo deixa mais de cem mortos na Índia


Dezenas de pessoas morreram neste domingo (10) em um incêndio em um templo em Puttingal, no estado de Kerala, no sul da Índia, devido a uma explosão de material pirotécnico, informam as agências internacionais de notícias. Famílias estavam reunidas para celebrar o Ano Novo hindu, de acordo com a France Presse.

O número de mortos ainda é incerto, mas as agências estimam que o incêndio e a explosão mataram mais de 100 pessoas. Anteriormente, o número de 84 mortos foi informado pelo diretor-geral de polícia de Kerala, Senkumar, ao jornal “The Indian Express”. Cerca de 350 pessoas ficaram feridas, segundo dados do Ministério do Interior.

O primeiro-ministro da Índia, Narenda Modi, ordenou esvaziar o local com a ajuda de helicópteros. Modi pediu ao chefe do governo de Kerala, Oommen Chandy, “a transferência imediata via helicóptero” dos feridos em estado crítico.

O dirigente indiano expressou condolências às famílias dos mortos. “Arrasador e estremecedor”, disse ele ao avaliar a situação.
Segundo o canal de televisão “India TV”, a Força Aérea da Índia enviou quatro helicópteros Me-17 e ALH a partir do estado vizinho de Tamil Nadu.

De acordo com a imprensa local, o fogo começou às 3h30 (horário local, 19h de sábado, 9, em Brasília), devido a uma faísca que caiu sobre um prédio no qual se armazenavam os fogos de artifício, alguns deles muito potentes.

Testemunhas citadas pela agência “Ians” indicaram que as chamas provocaram uma enorme explosão, que estremeceu casas a 1 km de distância. Um prédio do templo desabou, segundo a BBC.

No momento do incêndio entre 10.000 e 15.000 pessoas participavam da celebração e do espetáculo de fogos de artifício, diz a Efe. Soldados de equipes de resgate, bombeiros e policiais trabalham no local, de acordo com o governo indiano.

Os feridos foram levados para dez hospitais da região, e, segundo o canal “NDTV”, o ministro do Interior de Kerala, Ramesh Chennithala, “todas as medidas” foram tomadas em Ernakulam e Thiruvananthapuram, capital do estado, para garantir o atendimento às vítimas.

Os feridos com queimaduras graves estão sendo tratados na Faculdade de Medicina do governo em Thiruvananthapuram, a capital do estado.

O diretor do hospital Thiruvananthapuram Medical College, na capital de Kerala, afirmou que alguas vítimas apresentam feridas tão graves que terão que passar por amputações, afirma a France Presse.

“Muitos têm queimaduras em mais de 50% do corpo”, declarou D. Mohandas ao jornal The Hindou.

O incêndio é o pior nos últimos dez anos na Índia, após o que deixou 91 mortos em uma escola de Tamil Nadu em 2004, a maioria crianças.

O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, anunciou que pretende visitar o local e prometeu 200.000 rupias (3.000 dólares) de indenização às famílias dos mortos e 50.000 rupias para os feridos.

“Não há palavras para dizer a que ponto o incêndio no templo de Kollam é doloroso e chocante. Meus pensamentos estão com as famílias dos falecidos e minhas orações com os feridos”, escreveu o chefe de Governo no Twitter.

Kerala tem em vigor uma lei que proíbe a utilização de material pirotécnico, mas as autoridades expedem permissões pontuais para seu uso em celebrações específicas.

*G1

Contra impeachment, Dilma negocia cargos com verbas de R$ 38 bilhões


Até o momento, as legendas que mais perderam influência foram o PMDB e o PTB (Foto: AFP)

As mudanças no segundo escalão do governo, em busca de votos para brecar o impeachment da presidente Dilma Rousseff, envolveram a negociação de cargos que podem movimentar até R$ 38 bilhões em recursos do Orçamento deste ano, dos quais R$ 6,2 bilhões são investimentos.

Chamado de “repactuação” da base pelo governo e de “balcão de negócios” pela oposição, o processo se acelerou após rompimento oficial do PMDB com Dilma e às vésperas da votação do afastamento da petista pelo plenário da Câmara. A estratégia do governo é fidelizar apoios ou ao menos garantir abstenções na votação no plenário da Câmara de partidos médios e pequenos como PP, PROS, PDT e PTN, ou até mesmo dentro do próprio PMDB – sigla do vice-presidente Michel Temer, cujos aliados trabalham para levá-lo ao Palácio do Planalto também com a promessa de cargos.

Mesmo com o contingenciamento no orçamento, que proíbe temporariamente o uso de parte dos recursos de investimento, os órgãos de segundo escalão têm sido cobiçados pelas siglas. Até o momento, as legendas que mais perderam influência foram o PMDB e o PTB, do relator do impeachment na Câmara, o deputado Jovair Arantes (GO).

As mudanças no segundo escalão devem ser intensificadas até o dia 15 de abril, data em que começará a ser votado no plenário da Câmara o pedido de abertura do impeachment contra Dilma. Na minirreforma, o governo tem atuado para limar ou retirar dos cargos aliados de Temer e do ex-ministro do Turismo Henrique Eduardo Alves, único dos sete ministros da legenda que respeitou a decisão da direção partidária de entregar imediatamente os cargos que ocupavam no governo federal.

O governo retirou, por exemplo, uma diretoria da Conab e postos de escalões inferiores no Ministério da Agricultura, todos eles ligados a Temer, cadeiras que ainda estão vagas. Também preferiu privilegiar uma parte do PMDB da Câmara que ainda lhe pode render votos: retirou Vinicius Renê Lummertz Silva do cargo de presidente do Embratur e colocou Gilson Lira.

Com esse movimento, o governo tira a influência dos cinco deputados da bancada peemedebista de Santa Catarina (favoráveis ao impeachment e fica com um indeciso, um parlamentar da Paraíba: o deputado Veneziano é padrinho do presidente interino da Embratur, enquanto Lummertz é ligado aos catarinenses. A cúpula do PP, sigla que já ganhou a diretoria-geral do Dnocs e tenta, futuramente, assumir o Ministério da Saúde, promete dar entre 25 e 30 votos de uma bancada de 51 deputados para manter a presidente no cargo.

Contudo, o placar do impeachment publicado diariamente pelo Estado aponta que 24 são declaradamente favoráveis ao afastamento de Dilma e apenas nove são contrários. Ainda que os oito indecisos e seis que não quiseram responder se pronunciem futuramente a favor da petista, ela não terá o apoio prometido pelo PP.

A oposição protesta contra essas nomeações do segundo escalão, que considera ser um balcão de negócios. No fim de março, dois senadores pediram que a Procuradoria-Geral da República investigue Dilma e o ministro do Gabinete Pessoal da Presidência, Jaques Wagner, por oferecerem cargos em troca de votos. Para o líder do DEM no Senado, Ronaldo Caiado (GO), os deputados não vão se vender por cargos em um governo que está para cair por conta da pressão das ruas.

“É um suicídio”, sentenciou. Negociação Para os governistas, a negociação tem dado certo. O senador Lindbergh Farias (PT-RJ), disse que após a convenção do PMDB ocorreu um movimento inverso ao da esperada debandada. “As negociações estão se intensificando com vários partidos da base, acho que hoje o impeachment está mais longe”, avaliou.

“O governo está com todas as condições de construir uma maioria em torno de 200 votos na Câmara.” Além da negociação de cargos que controlam somas expressivas de dinheiro, estão em jogo postos sem atrativos financeiros e que envolvem outros interesses, a exemplo da influência de diretorias em agências reguladoras.

A presidente Dilma indicou, por exemplo, o ex-senador Luiz Otávio para a direção-geral da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq para agradar o senador Jader Barbalho (PMDB-PA e pai do ministro dos Portos, Hélder Barbalho. Na bancada peemedebista do Pará, dos três deputados, dois se mostram indecisos e um não declarou posição, conforme levantamento do Estado.

Datafolha: Lula e Marina lideram corrida para 2018; Temer tem 2% das intenções de voto


O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a ex-senadora Marina Silva (Rede) lideram as intenções de voto dos brasileiros para as eleições de 2018. Pesquisa Datafolha divulgada pela Folha de S. Paulo neste sábado (9) coloca Lula e Marina como líderes em quatro cenários distintos, com ambos variando entre 19% e 23%. Como opções do PSDB, aparecem o senador Aécio Neves, o governador de São Paulo Geraldo Alckmin e o também senador José Serra.

Porém, em comparação com as últimas pesquisas, todos os tucanos aparecem com tendência de queda. Entre março e abril, Lula cresceu em todos os casos, enquanto Marina se manteve estável. Quando colocado como único candidato tucano na disputa, Aécio aparece com mais apoiadores (17%), apesar de ter perdido 10 pontos porcentuais desde dezembro de 2015. Alckmin aparece com 9% das intenções de voto, enquanto Serra tem 11%. Em um cenário com os três do PSDB, Aécio tem 12%, seguido por Serra (5%) e Alckmin (5%).

A pesquisa também incluiu o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC), que tem entre 6% e 8%. Em todos os casos, o vice-presidente Michel Temer (PSDB) aparece apenas com 2% dos votos, empatado com Luciana Genro (PSOL). Eduardo Jorge (PV) e o senador Ronaldo Caiado (DEM) aparecem com 1% cada. Além disso, no último cenário, o juiz federal Sérgio Moro, responsável pela Operação Lava Jato, manteve os 8% das intenções de voto.

Câmara ficará restrita durante semana de votação do impeachment


A Câmara dos Deputados vai restringir o acesso ao público entre os dias 11 a 21 de abril, período em que deve ser votado em Plenário o pedido de impeachment da presidenta Dilma Rousseff. As medidas adotadas alteram as formas de acesso às dependências da Casa e de credenciamento de imprensa, entre outras. Segundo a Diretoria-geral, a decisão da Mesa Diretora da Câmara passa por questões relacionadas a segurança e proteção das pessoas e do patrimônio físico, histórico e cultural da instituição.

“A Diretoria-Geral conta com a colaboração de todos para que haja o menor número possível de alterações na rotina diária dos serviços na Casa”, diz a nota divulgada hoje (9).

Entre os dias 14 e 21, a entrada na Casa será restrita a parlamentares, servidores, prestadores de serviços e pessoas credenciadas. Entre 15 e 21, o acesso ao complexo principal da Câmara deverá ser feito pelos anexos 1, 3 e 4. Será distribuída uma credencial específica para entrada no Salão Verde e no Plenário Ulysses Guimarães.

Os servidores que quiserem entrar com bolsas, volumes e bagagens de mão deverão passar por inspeção de raio-X entre os dias 11 e 13. E de 14 a 21, todos que acessarem a Câmara, inclusive servidores e jornalistas, também deverão passar pelo detector de metais, exceto os parlamentares que não precisarão passar pela inspeção e pelo detector.

Em relação ao acesso de jornalistas, a Diretoria-geral informou que haverá um número limitado de credenciais para o trabalho da imprensa entre os dias 15 e 21 de abril. Somente terão acesso ao Salão Verde e às galerias do plenário os jornalistas que obtiverem credenciais específicas para cada um desses espaços e não serão aceitos os crachás de credenciamento permanente, tampouco aqueles com acesso provisório ou temporário.

Visitação

A visitação institucional está suspensa de 11 a 21 de abril, assim como as sessões solenes e outros eventos e reuniões de 13 a 21, exceto aqueles referentes à votação do impeachment, à comissões temporárias (de inquérito e especiais) e às atividades do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar.

O policiamento nas áreas externas do Congresso Nacional será feito pelas polícias legislativas da Câmara e do Senado, com apoio de tropas da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal. Com informações da Agência Brasil.